O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Parlamento é "escritório de representações"

Transparência e Integridade identifica casos de conflito de interesses

A análise fina do registo de interesses dos deputados e o cruzamento com a actividade parlamentar que desempenham permite a Paulo Morais, vice-presidente da organização Transparência e Integridade, afirmar que o Parlamento "é um escritório de representações".

A Assembleia da República "abastardou-se" e, por isso, Paulo Morais entende que a presidente do Parlamento "tem a obrigação de tomar uma atitude, em nome dos princípios éticos", uma vez que não está em causa qualquer ilegalidade. "Se nada for feito, pode aplicar-se o aforismo que diz que 'tão ladrão é o que vai à horta como o que fica à porta'", acentuou ao JN.

Paulo Morais, vice-presidente da organização Transparência e Integridade, diz que a AR "abastardou-se"

ANA PAULA CORREIA

O português errante

Através do secretário de Estado José Cesário, o Governo diz-se preocupado com o desemprego de milhares de portugueses emigrantes em países como, entre outros, o Luxemburgo, Reino Unido, Suíça ou Andorra. O Governo tem boas razões para se preocupar. Se toda essa gente resolver regressar a penates, para onde irá o Governo enxotá-la?

E se os 100 ou 120 mil portugueses (mas o número, admite o secretário de Estado, "pode ser muito superior") que emigraram em 2011- os tais "jovens [e] pessoas que se encontram na fase mais avançada da sua vida activa" que, segundo Passos Coelho, "uma sociedade que se preza não pode desperdiçar" - não encontrarem trabalho nos países de destino e regressarem também? Dir-lhes-á Passos Coelho, como aos professores, que Portugal não é uma sociedade que se preza e passa bem sem eles? Fechar-lhes-á a porta de entrada com a mesma diligência com que lhes abriu a porta de saída? Apelará, como o ministro Miguel Relvas, à sua "visão universalista" e mandá-los-á "ter sucesso na construção [doutro] país"? Ou pedir-lhes-á que esperem até que ele acabe a "democratização da economia" facilitando e embaratecendo os despedimentos, reduzindo férias e feriados e decretando trabalho forçado sem remuneração?

Indesejados no seu próprio país, resta hoje aos portugueses, como ao judeu errante, construir o Portugal futuro com que sonhou Ruy Belo "sobre o leito negro do asfalto da estrada".

MAP no JN

Juntas de Gondomar dizem-se pressionadas a aprovar orçamento

Fórum das Regiões: Mas então qual é o espanto? Não é assim em todo o lado? Por exemplo em Paredes, quantos Presidentes de Junta votam contra o orçamento? Nenhum, senão...

A Concelhia do PS/Gondomar e um autarca socialista acusaram esta quarta-feira a câmara liderada pelo independente Valentim Loureiro de condicionar as transferências para as juntas ao voto favorável dos seus presidentes no orçamento municipal, uma versão já rejeitada pela visada.

"Há vários presidentes de junta que asseguram que essa pressão aconteceu", disse o líder da Concelhia do PS/Gondomar, Luís Filipe Araújo, numa afirmação corroborada pelo presidente da Junta de Rio Tinto, o também socialista Marco Martins.

"Assim sendo, vou ter que votar a favor, ainda que contrariado", declarou o autarca de Rio Tinto, explicando que "a alternativa seria prescindir da prestação de serviços de proximidade e rescindir 20 contratos de trabalho".

Segundo Marco Martins, o "condicionamento político" ao voto dos presidentes de junta terá sido feito numa reunião promovida pelo vice-presidente da Câmara, José Luís Oliveira.

Contacto pela agência Lusa, o visado negou "perentoriamente" ter exercido tal pressão, classificando afirmações nesse sentido como sendo "o maior disparate".

"Até porque temos a aprovação do orçamento mais do que garantida", acrescentou.

José Luís Oliveira confirmou que reuniu com presidentes de junta, mas apenas no sentido de negociar os investimentos a incluir no orçamento, "tal como acontece há 18 anos".

Em anos anteriores os orçamentos registaram pontualmente votos contrários de alguns presidentes de junta e - sublinhou o vice-presidente - as suas freguesias "nunca foram penalizadas por isso".

"Somos democratas, tratamos as pessoas bem. Também devemos ser bem tratados, rematou.


Fonte: Jornal de Notícias

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Fernando Ruas preocupado com "esforços financeiros" para ver TV

Fórum das Regiões: Desta feita Ruas tem razão. É que o atual governo acha que os cidadãos são um "bando de carneiros" que devem seguir tudo o que este lhes "dá"! Agora, até para ver os 4 canaizinhos, há que pagar ... talvez aleguem que vão haver isenções, será???

O presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses, Fernando Ruas, mostrou-se preocupado com os "esforços financeiros com algum significado" que alguns portugueses estão a ser obrigados a fazer para poderem ter Televisão Digital Terrestre.

Em declarações aos jornalistas em Viseu, Fernando Ruas lembrou que a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) defendeu desde o início que "a passagem do analógico para o digital não podia ser tão simplista" e que, nalguns casos, nomeadamente em locais onde há pouca cobertura de Televisão Digital Terrestre (TDT), os equipamentos necessários têm "um custo elevado para os cidadãos".

O presidente da Câmara de Vouzela, Telmo Antunes (PSD), foi um dos autarcas que já pediu ao Governo o reforço da cobertura TDT e o adiamento do prazo para desligar o sinal analógico, porque as freguesias de Alcofra, Cambra, Campia, Carvalhal de Vermilhas e a localidade de Vasconha, na freguesia de Queirã - onde vive 42,6% da população do concelho, cerca de 4500 pessoas - tem "probabilidade reduzida de cobertura".

Nestes casos, o acesso só poderá ser assegurado através da TDT complementar via satélite (Direct to Home - DTH), o que "acarretará custos acrescidos às populações", alertou o autarca.

"Nós estamos tão atentos na associação que nem precisámos de queixa nenhuma. Quando a primeira experiência foi instalada em Alenquer tomámos logo posição e, portanto, só vamos manter esta posição", disse Fernando Ruas (PSD).

 
O também presidente da Câmara de Viseu lembrou que uma das propostas feitas na altura para apoiar os cidadãos foi a utilização de verbas cobradas "sem justificação", como, por exemplo, a taxa de audiovisual que consta até nas facturas da electricidade dos cemitérios.

"Agarre-se nesse dinheiro e, se calhar, facilita-se o apoio aos cidadãos. Ainda ontem ouvi uma reportagem de cidadãos a queixarem-se que tinham alguma dificuldade, porque não é só comprar o tal transformador", afirmou, lembrando que a "alternativa" dos cidadãos é "aquilo (a TDT) ou nada".


Jornal de Notícias

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Sobre as galinhas de Tchekov

Alexander Tchekov dedicou toda a vida à titânica e mal sucedida tentativa de ensinar as suas galinhas a entrarem sempre pela mesma porta e saírem por outra. Esta grotesca tentativa do irmão mais velho de Anton, o genial escritor russo, faz-me lembrar os não menos vãos esforços de tentarem fazer o país andar para a frente apostando todos os recursos em Lisboa.

A Grécia, o mais acabado dos exemplos da falência da macrocefalia, iniciou, a instâncias da troika, um processo de desconcentração do poder e descentralização dos recursos, deixando-nos sozinhos, como o único país não regionalizado da zona euro.

Estarmos orgulhosamente sós não preocupa os filhos das fábricas partidárias que nos desgovernam, pois infelizmente eles partilham o egocentrismo daqueles lisboetas que estão convencidos que não têm sotaque (pois tomam o deles como cânone) e a indigência de raciocínio do automobilista que segue na auto-estrada a tentar evitar os carros que lhe aparecem pela frente e que ao ouvir na rádio que há um carro a circular em contra-mão na A5 comenta para os seus botões: "Um?!? São às centenas!".

O nó do problema reside na incapacidade demonstrada pelos nossos governantes - de Soares a Passos, passando por Cavaco, Guterres, Durão, Lopes e Sócrates - em sequer verem que o pecado original está na estratégia de concentrar todos os recursos na capital, na esperança que essa locomotiva reboque o resto do país, o que nunca acontecerá porque Lisboa já há muito que está desengatada das outras carruagens do comboio português.

Quando se está no Terreiro do Paço perde-se a perspectiva do resto do país, que passa ao estatuto secundário de paisagem (ou província). O resultado é o acentuar das desigualdades internas.

Quem olha para o país de fora de Lisboa já percebeu que a chave para o desenvolvimento consiste em repensar tudo e apostar numa cobertura equilibrada do território nacional.

Por que é que Espanha tem dez cidades com mais de meio milhão de habitantes e Portugal só tem dez cidades com mais de 40 mil almas? A diferença de população entre as duas nações não é a resposta, que encontramo-la se olharmos para 1992, o ano em que Madrid foi Capital Europeia da Cultura, Barcelona teve os Jogos Olímpicos e Sevilha recebeu a Expo Universal - e nos lembrarmos que o magnífico Guggenheim, riscado por Gehry, foi para Bilbau.

Chegamos a esta crise devido a uma administração desonesta da riqueza - o alerta não é meu, mas antes do padre Manuel Morujão, o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa.

A macrocefalia de Lisboa é um problema estrutural do país - o diagnóstico não é meu, mas sim de D. Manuel Clemente, que é bispo do Porto mas cresceu e fez-se homem em Lisboa.
O que nos vale a nós, portugueses da província e figurantes da paisagem, é que a questão política deixou de ser central , pois a incompetência dos políticos que só têm ideias com rugas gerou a vitória da economia - e o primado do económico e social. Quando pioram, as coisas ficam mais claras.*

* Este Fin foi pedido emprestado a Godard

Jorge Fiel no JN

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Feliz Natal.

O Fórum das Regiões deseja a todos, colaboradores, leitores e demais cidadãos, um Feliz Natal e um ano de 2012, o melhor possível, face às condicionantes de natureza económica, financeira e social.




Vale do Sousa, 23 de Dezembro

Carro de autarca custa 70 mil euros

Fórum das Regiões: O FdR também leu esta notícia que correu o País...! O cavalheiro ainda foi algo comedido, 200 mil euros em 5 carros! Há um autarca que só num carro gastou 130 mil euros, que por acaso é o autarca de Paredes...

Câmara Municipal de Matosinhos: Cinco vereadores exigiram mp3 e vários extras em viaturas. Câmara paga o total de 200 mil euros.

Segundo a notícia do CM "Guilherme Pinto, presidente da Câmara de Matosinhos, pagou 70 mil euros pelo aluguer de um carro de alta cilindrada, ao volante do qual deverá circular nos próximos 3 anos. Cinco outros vereadores da câmara tiveram também direito a viaturas novas com diversos extras incluídos, entre os quais  leitor de mp3. No total a autarquia vai gastar 200 mil euros nos potentes carros.".

A troika e o governo de Passos Coelho não vão dizer nada? Numa altura de grande contenção em que o Povo está a ser altamente fustigado pelas medidas de contenção e cortes em geral, como é possivel tomar estas decisões? Quem se admira que o País tenha chegado ao estado a que chegou?

Vale do Sousa, 23 de Dezembro

Cabo da boa Esperança

As audiências da TVI, SIC e RTP correm na cauda dos canais por cabo. Porquê?! Pelo interesse e pelos conteúdos, depois das séries e dos filmes.

Onde mais ouvir Rosado Fernandes chamar ‘Cosi Fan Tutte’ a Sarkozy e Manuel Maria Carrilho desejar que o Governo leia Eduardo Lourenço e Medeiros Ferreira a explicar: "o memorando da troika é uma ordem para emigrar" e Santana Lopes lamentar: "Não se ouve falar de medidas que contribuam para o sacrifício daqueles que mais podem e mais têm"!? O Zé Povinho dobra sempre o cabo da boa esperança…

Caimão não é um paraíso fiscal no offshore?! Então a CGD pode!?... e a Madeira não!?


Por:Joaquim Letria, CM

Orgulho na diáspora

O rendimento disponível dos portugueses deverá cair 6% em 2012, dizem as projecções da Comissão Europeia, que apontam para 13,7% de desemprego.

A taxa real ainda será superior a todas as estimativas oficiais, porque as pessoas que fazem pequenos biscates ficam excluídas das estatísticas. A quebra da procura interna vai gerar uma onda maior de falências e de destruição de empregos.

Sem trabalho e sem dinheiro a emigração volta a ser uma opção válida. É triste, mas é melhor arriscar do que viver na pobreza. E se este país é maior do que o rectângulo europeu e os arquipélagos atlânticos deve-o à diáspora e à obra notável de milhares de portugueses do Brasil à Europa, de África a Macau, da Austrália à América.

Por:Armando Esteves Pereira, CM

FINALMENTE…!

Finalmente alguma coisa com sentido. Face à gestão "muito pouco" cuidadosa que o estado tem vindo a ser alvo nestes 37 anos de democracia (!), agudizada nestes últimos 10 a 15 anos, onde prevaleceu um pensamento político de, fazer agora e pagar depois, seja através de obras que são feitas e só são pagas meia dúzia de anos depois, quer através das parcerias público privadas que por aí proliferam. A verdade é que o destino não poderia ser outro, que não a ameaça de bancarrota.
Ora, incluir na Constituição um limite apertado ao défice, é de fato uma coisa com sentido e com a qual eu concordo.
Contudo, muitas autarquias são também co-responsáveis nesta caminhada para o abismo, logo esses limites apertados teem que ser estendidas ao Setor Empresarial Local e aos municípios, obrigatoriamente.
Coisa sem sentido, é o governo vir apresentar os aumentos na saúde como meros aumentos das taxas moderadoras! Mas moderadores de quem e de quê? Aumentar o número de isenções? O problema, Sr. Primeiro Ministro, não são os Portugueses que beneficiam das ditas isenções, o problema são as pessoas com rendimentos entre os 800 euros e os 1800 euros, que constituíam a dita classe média e que são aqueles que sempre pagam tudo, e que agora vão ter que pagar, bem pago, para ter acesso aos serviços de saúde, que deveria ser "tendencialmente gratuita"! Não é o que está na Constituição da República Português, para já?
È por isso, que o ultimo relatório da OCDE refere que desde 2008 para cá as desigualdades sociais teem vindo a agudizar-se no mundo inteiro e Portugal aparece como campeão destas desigualdades. Não é de estranhar pois, que no final do século passado 1% dos mais ricos do País detinham cerca de 5% da riqueza e hoje já possuem mais de 20%! O que não deixa de ser típico numa sociedade terceiro mundista.
Por cá…
O cerco aperta-se às autarquias endividadas, entre elas a Câmara de Paredes. Ao que parece, o "nosso" autarca vai ter que pedir o saneamento financeiro da autarquia e ficar com "rédea curta" no seu despesismo desnecessário.
A coisa está feia para o Celso Ferreira. Tão feia que insultou um autarca em pleno salão nobre da Câmara Municipal, autarca esse que estava ali, legitimamente, em representação do seu Presidente de Junta. Trata-se de uma enorme falta de respeito, uma grande falta de sentido democrático e uma santa ignorância…!
Finalmente…
Como sempre ouvi dizer, ano novo, vida nova. Vou terminar por aqui a minha longa colaboração com o Verdadeiro Olhar. Ao jornal, na pessoa do seu diretor, agradeço a oportunidade que me deu de poder partilhar as minhas ideias com os leitores A todos aqueles que foram perdendo algum tempo a ler o que escrevo, agradeço-lhes por isso.
Aproveito a oportunidade para desejar a todos um santo e feliz natal, bem como um 2012…o melhor possível.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Alunos da Grécia desmaiam de fome na escola

O Fórum das Regiões também leu a notícia do JN.

Segundo a notícia "Uma criança de 13 anos desmaiou subitamente durante uma aula num colégio de Heraklión, a capital da ilha de Creta. Quando a diretora da escola avisou a mãe, trabalhadora a tempo parcial numa empresa municipal e com quatro filhos a seu cargo, a mulher explicou que a familia não comia há dois dias.".

Ao que tudo indica, trata-se de um acontecimento entre vários e que deve alertar os cidadãos Gregos e Europeus para o que está a contecer neste País. A europa também é responsável por isto, porque muito se fala na ajuda, mas na prática não deixa de ser um empréstimo e por sinal com juros bem pagos. Esta política de cortar, cortar, cortar, imposta pelo FEEF/FMI não é a resposta adequada e justa aos problemas atuais.

Não será que se seguirá Portugal, Espanha, Itália, Irlanda? E se assim for, o que acontecerá à Europa? E quando forem os nossos filhos a desmair de fome?

Vale do Sousa, 22 de Dezembro

O ministro de Tudo

O ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, tem vindo progressivamente a assumir-se como o ministro de Tudo e Mais Alguma Coisa. Poderia pensar-se que sofreria da voraz síndroma "cheliomyrmex andicola", também dita síndroma da marabunta; mas não: o próprio Passos Coelho nele delegou, satisfazendo o seu insaciável apetite político, competências em áreas tão dispersas quanto as da igualdade de género, administração local, desporto, diálogo intercultural ou juventude, permitindo-lhe igualmente atribuir subsídios, condecorações, pensões por serviços excepcionais e relevantes e, até, a "pensão por méritos excepcionais na defesa da liberdade e da democracia", matéria em que o ministro Relvas exibe, como se sabe, invejável currículo.

Para além disso, falando Passos Coelho frequentemente por parábolas, a Miguel Relvas cabe ainda a interpretação autêntica das suas palavras. Assim, já veio explicitar que os portugueses que sigam o conselho do primeiro-ministro e emigrem rapidamente e em força para Angola ou Brasil (Relvas acrescenta Moçambique) aí encontrarão o Eldorado, pois"os portugueses [que] têm uma visão universalista têm sempre sucesso".

A emigração de jovens "portugueses com formação superior" para esses países deve porém ser, frisa Paulo Rangel, uma "segunda solução". A primeira é, obviamente, tentar emigrar para o PSD e, daí, para um "job" num instituto ou numa empresa pública.

Manuel António Pina
Jornal de Notícias

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Taxas enganadoras

O governo parece preferir beneficiar empresários ricos em detrimento dos pobres dos doentes.

O aumento anunciado das taxas moderadoras nas urgências hospitalares é uma medida injusta, incoerente e inútil.

A existência de taxas nas urgências não faz, desde logo, qualquer sentido. É verdade que houve em tempos necessidade de moderar a procura das urgências, pois os bancos dos hospitais estavam muitas vezes entupidos com multidões por causa de um simples surto de gripe, inviabilizando o atendimento de casos verdadeiramente graves. Mas esta questão já não se coloca hoje. Por um lado, porque o tratamento não programado de doentes se distribui pelos diversos serviços de saúde, centros de atendimento permanente e outros. Por outro, foi implementado nos últimos anos o sistema de "triagem de Manchester" à entrada das urgências, que prioriza o atendimento em função da verdadeira gravidade de cada doente.

É pois de crer que a maioria dos que se dirigem às urgências dos hospitais sejam cidadãos que, de facto, se sintam numa aflição momentânea e procurem os tratamentos de que carecem ou, no mínimo, uma opinião tranquilizadora. Os cidadãos têm esse direito. Até porque um bebé aos gritos constitui sempre uma urgência, mesmo que a sua situação clínica não inspire cuidados de maior.

A medida que agora entrará em vigor é, além do mais, inesperada. Lembremos que o governo, ao impor sacrifícios aos portugueses, anunciou a intenção de proteger os mais carenciados, os mais vulneráveis, entre os quais obviamente se encontram as famílias que têm de recorrer em desespero aos hospitais.

Por último, o acréscimo de receita com esta medida representa apenas cerca de um por cento do orçamento da Saúde, ou seja, é irrelevante. Além de que o sistema para garantir a cobrança efectiva das taxas moderadoras consome uma parte considerável das receitas geradas.

Se não se encontra justificação plausível, porquê então esta medida? O aumento das taxas moderadoras surge apenas porque está previsto no acordo com a Troika. Mas curiosamente aí também se prevê a renegociação das parcerias público-privadas, medida abandonada e que geraria muito maior poupança. Assim, o governo parece preferir beneficiar empresários ricos, em detrimento dos pobres dos doentes.

Por:Paulo Morais, Professor Universitário

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Este país não é para jovens

Um estudo da CGTP revela que 51% dos jovens trabalhadores com menos de 25 anos recebem um salário inferior a 500 euros, o mesmo acontecendo com 24,5% dos jovens entre os 25 e os 34 anos. Somando a estes números, referentes tão só aos "privilegiados" que têm trabalho, os milhares que se encontram em situação de desemprego ou procuram em vão o primeiro emprego, fácil é concluir que este país não é para jovens.

A minha geração viveu o pesadelo da Guerra Colonial, que semeou entre os jovens milhares de mortos e estropiados e forçou outros tantos à solidão do exílio, enquanto a casta política e económica dominante (parte dela ainda hoje avultando por aí) ia metendo, com a Pátria na boca, os proveitos da colonização ao bolso.

Mas uma comissão de serviço na guerra, parecendo eterna, não durava eternamente, e os sobreviventes regressavam ao fim de dois anos. Regressavam, é certo, a um país cabisbaixo e desapossado, mas onde, apesar de tudo, lhes era possível construir uma vida, se bem que cinzenta ao menos autónoma.

Como sobreviver porém, física e moralmente, à guerra que se abate hoje sobre os jovens, condenados sem fim à vista à precariedade, à humilhação e à desesperança, impedidos de constituir família ou de ter vida própria? E uma boa parte da responsabilidade política por isso é justamente da minha geração, sobretudo daqueles que, logo que puderam, se meteram na cama com o inimigo dos seus 20 anos.

Manuel António Pina
Jornal de Notícias

Passos Coelho diz que há margem para aumentar mais as taxas moderadoras

Fórum das Regiões: Claro que sim Sr. Primeiro Ministro, elas ainda podem subir muito mais, quanto o caro PM quiser! Se as pessoas as podem pagar ou não, é outro problema, não é?

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, invocou, esta segunda-feira, um acórdão do Tribunal Constitucional para afirmar que o Governo está "muito longe de esgotar o 'plafond' de crescimento das taxas moderadoras" aplicadas no Serviço Nacional de Saúde.

"Nós estamos, de acordo com o acórdão do Tribunal Constitucional que no passado tratou sobre matéria relacionada com as taxas moderadoras, muito longe de esgotar o 'plafond' de crescimento dessas taxas moderadoras", afirmou Passos Coelho, em conferência de imprensa, no final de uma reunião com a primeira-ministra da Dinamarca, na residência oficial de São Bento, em Lisboa.

"O nosso objectivo, portanto, é que o seu efeito moderador possa ser reforçado, e que aqueles que nesta ocasião têm mais disponibilidade possam realmente dar um contributo maior para o financiamento também do sistema de saúde", acrescentou, em resposta aos jornalistas.

Ressalvando que o executivo sabe que "a missão das taxas moderadoras não é financiar o sistema nacional de saúde", Passos Coelho defendeu que é "importante, para não pôr em causa justamente a qualidade dos serviços prestados, que estas taxas sejam actualizadas".

Questionado se os aumentos das taxas moderadoras que estão previstos não poderão deixar portugueses sem acesso à saúde, o primeiro-ministro respondeu que "não" e que "o Governo está absolutamente confortado com a proposta" feita pelo ministro da Saúde.

Passos Coelho assinalou que, segundo o decreto-lei que estabelece as regras de aplicação das taxas moderadoras, vai haver um "conjunto ainda mais alargado de isenções" de pagamento destas taxas.

"É muito importante que todos aqueles que têm verdadeiras necessidades económicas não vejam o seu acesso aos cuidados de saúde dificultado por razões de natureza económica ou financeira. Portanto, é hoje claro para Portugal que as pessoas que têm maiores dificuldades financeiras estarão na primeira fila do acesso aos serviços de qualidade na área da saúde", considerou.

O primeiro-ministro disse ainda ter "a certeza que os portugueses saberão que nos próximos anos a reestruturação que está a ser desenvolvida na área da saúde não levará mais pessoas às urgências, antes pelo contrário", porque a intenção do Governo "é que o alargamento do chamado médico de família, do acesso às unidades de saúde familiar possa suprir essa ineficiência do nosso sistema hospitalar".

Fonte: Diário de Notícias

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Alma cheia de barriga vazia

Como anteontem o nosso JN gritava em manchete e o dr. Jorge Fiel descodificava em editorial, quase 200 milhões de euros de fundos comunitários supostamente recebidos para ajudar à coesão europeia foram desviados para Lisboa na sequência do famoso e habilidoso efeito de dispersão.

Este palavrão palavroso tenta justificar por que se aplicou na região de Lisboa e Vale do Tejo, que já tem um nível de vida médio superior ao nível médio europeu, o dinheiro que a Europa entregou a Portugal, com o objectivo de ajudar as regiões mais pobres no esforço de recuperação do seu atraso em relação às mais ricas. À luz dos números oficiais nunca desmentidos, estamos a falar de todas as regiões nacionais, com excepção do Algarve e precisamente da de Lisboa e Vale do Tejo.

Um dos fundamentos principais da filosofia subjacente à construção da União Europeia é o que preside exactamente a este Fundo de Coesão, destinado a promover a correcção gradual das enormes assimetrias entre as regiões mais pobres e as regiões mais ricas do território europeu. Debaixo do lema somos todos Europa!

Como Jorge Fiel, também não tenho dúvidas de que estas assimetrias se têm vindo a agravar e este "assalto" de Lisboa aos fundos, que não nos foram entregues a pensar na capital, se tem intensificado por culpa dos governos centralistas que nos têm conduzido os destinos nacionais, especialmente na última década.

Foi também em nome deste princípio de solidariedade entre as regiões que os deputados da Assembleia Constituinte que se seguiu ao 25 de Abril produziram e aprovaram uma Constituição onde está consagrada a Regionalização... com os resultados que se vêem à vista desarmada.

Dito isto, a pergunta que também me assalta é a de saber se a polémica à volta da inscrição ou não inscrição do limite ao défice na nossa Constituição faz realmente, em termos práticos, algum sentido.

É sabido que o dr. Passos Coelho já anda com vontade de mexer na Constituição há muito tempo. Desde a época em que ainda não era ele quem tinha de se sentar à mesa do orçamento europeu com a sra. Merkel e o seu amigo Sarkozy.

Acontece que essas mexidas que o então líder da Oposição considerava fundamentais para implementar as reformas inadiáveis que Portugal carecia não tiveram eco (quórum) suficiente para que o PSD pudesse levar a sua avante. Devo dizer que essa "nega" foi consumada com muita pena minha, porque a nossa Constituição corre o risco, um dia destes, de ir directamente do activo para o Museu da História.

Apesar das revisões que foi sofrendo, o seu articulado ainda cheira tanto a mofo revolucionário, que podemos considerar que hoje prejudica, mais do que ajuda.

Tirando o dr. Jorge Miranda, que pertence àquele grupo de "pais-galinha" que "engalinham" sempre que alguém põe defeitos aos filhos, na actualidade já não pode haver político ou cidadão com bom senso, que defenda que é por causa da Constituição ser tão programática, que os governos a levam em conta no seu programa.

É também por tudo isto que a questão de saber se devemos acrescentar mais um disparate, como o limite ao défice, à Constituição, não é muito importante nem deveríamos gastar tanta cera com tão ruim defunto.

O cumprimento dos ditames dos ricos da Europa vai depender em primeira linha da vontade política de quem nos governar, ano após ano e da produtividade que formos capazes de imprimir à nossa economia. Quer a Constituição tenha acatado esse limite quer ele venha a ser plasmado numa qualquer outra lei.

Do mesmo modo, não será esta nova regra que nos transformará de país soberano em país dependente ou subserviente.

A nossa identidade como Nação não é uma equação matemática nem se esgota no rigor financeiro. Portugal é e será sempre uma Nação independente. Se queremos ter a liberdade de gastar o que não temos, somos obrigados a aturar os humores dos credores. Se não nos apetece lidar com o mau humor dos credores, temos de viver com menos. Alimentando-nos dessa ideia de independência nacional que, se não enche barrigas, sempre enche a alma.

JN, por Manuel Serrão

Funcionário da A22 ferido após disparo em ataque aos pórticos da Via do Infante

Fórum das Regiões: As gentes do Algarve estão a demosntrar que não se deixam roubar sem ter "atitude"! Talvez este comportamento explique o fato de, no dinheiro que vem para aquela região, o governo não mexe...

Um funcionário da Euroscut, concessionária da Via do Infante (A22), no Algarve, ficou ferido pelos estilhaços de vidro provocados pelo disparo de uma arma, durante um ataque aos pórticos daquela via. Os cabos da casa de apoio aos pórticos arderam, momentos antes.

A estrutura localiza-se ao quilómetro 43, no sentido Algoz-Guia (Albufeira), na Via do Infante (A22).

O alertado foi dado pelas 20.09 horas, altura em que o CDOS enviou para o local do incidente seis elementos e uma viatura.

O funcionário da Euroscut, de 43 anos e que se dirigiu ao local devido ao incêndio provocado nos cabos que alimentam os pórticos, foi atingido pelos estilhaços de vidro, após o disparo de uma arma de fogo.

No local, encontram-se os Bombeiros de Albufeira e a Brigada de Trânsito da GNR.

Na madrugada de segunda-feira um outro pórtico de cobrança de portagens na A22, junto ao nó de Boliqueime, foi baleado e uma estrutura de apoio com meios informáticos incendiada.

O incidente ocorreu cerca das 2.40 horas, quando várias câmaras de leitura instaladas no pórtico foram destruídas com recurso a arma de fogo, adiantou a mesma fonte, que disse desconhecer se os pórticos ficaram inutilizados e qual a dimensão dos estragos na estrutura de apoio.

Jornal de Notícias

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

REGIONALIZAÇÃO

Fórum das Regiões: A imperiosa necessidade da implementação de um processo de Regionalização do País, é cada vez mais defendido por gente que exerceu ou exerce o poder local, tal como os testemunhos de Aureliano Veloso e Joana Lima.

Aureliano Veloso (pai de Rui Veloso) e o primeiro presidente eleito da Câmara Municipal do Porto, aos 87 anos, este antigo autarca apela para que se faça a REGIONALIZAÇÃO, na sua perspetiva, talvez a única forma de ultrapassar os problemas atuais do País.

Já a atual Presidente da Câmara Municipal da Trofa, Joana Lima, à pergunta do JN sobre o que pensava da Regionalização, disse: "Sou convicta. E cada vez mais. Sou a favor das cinco regiões plano e acho que o Norte vai desenvolver-se muito se tivermos um patamar de decisão intermédio. José Sócrates, custa-me dizê-lo, não era um regionalista. Mas Pedro Passos Coelho é menos ainda.".

Fonte: Jornal de Noticias

Desvio de fundos para Lisboa já vai em 191 milhões de euros

A cada trimestre, aumenta o valor dos fundos comunitários destinados às regiões em desenvolvimento mas aplicados em Lisboa. Em Setembro, atingiu os 191 milhões de euros, muito devido a um projecto dos serviços gerais da Universidade de Lisboa.

O investimento envolve a infra-estrutura informática, a gestão documental e a modernização dos serviços administrativos da Universidade de Lisboa. O investimento ronda os três milhões de euros, 1,4 milhões dos quais virão dos fundos comunitários dados pela União Europeia às regiões mais pobres do país, o Norte, Centro e Alentejo, as chamadas regiões de convergência.

A aprovação está contemplada numa das três tipologias passíveis de ser utilizadas por entidades situadas em Lisboa, apesar desta região já não ter direito aos fundos em causa: o Sistema de Apoio à Modernização Administrativa do Estado (SAMA).

De acordo com dados do Observatório do QREN, no conjunto dos três programas que podem utilizar estas verbas, até Setembro Lisboa já tinha recebido 190,776 milhões de euros.

Jornal de Notícias

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Nós só queremos Lisboa a arder

Nós não queremos mesmo Lisboa a ser consumida pelas labaredas. O que nós queremos é dizer, em voz bem alta, que estamos fartos de ser chulados.

Há alguns anos (não muitos), com os ânimos incendiados pela vã tentativa do estado-maior benfiquista de quebrar a hegemonia portista com manobras na secretaria, esteve em voga a palavra de ordem "Nós só queremos Lisboa a arder".

A provocação não caiu no goto da generalidade dos residentes na capital, pelo que amiúde alguns lisboetas, meus amigos ou conhecidos, perguntavam-me se também eu achava bem a ideia de pegar fogo à sua cidade.

"Não. Lisboa é uma bela cidade. O que defendo é o uso de uma bomba de neutrões, de modo a preservar o magnífico património edificado". Foi esta a resposta que formatei para dar nessas ocasiões. Quando a pergunta não é séria, sinto-me desobrigado de responder a sério.

Neste novo século, trabalhei oito anos em Lisboa, uma das mais bonitas cidades do Mundo, pela qual é muito fácil uma pessoa ter uma paixão fugaz e à primeira vista.

Estou imensamente feliz por o JN me ter proporcionado voltar a viver na cidade que amo e onde nasci, mas não posso negar que, de vez em quando, ainda sinto uma pontinha de saudade de alguns pequenos prazeres que Lisboa pode oferecer, como um fim de tarde no miradouro da Graça, petiscar ao almoço uma sanduíche de rosbife e um copo de branco no terraço do Regency Chiado, ou tomar o café matinal na esplanada da Ponta do Sal, em S. Pedro do Estoril.

Quando alguém é incapaz de diferenciar se estamos a falar em sentido estrito ou figurado, geram-se situações embaraçosas e terríveis mal-entendidos. Ninguém quer mesmo Lisboa a arder. O que queremos a arder, num fogo purificador, é a governação centralista que empobrece o Norte e desgraça o país.

O modelo centralista de pôr todas as fichas em Lisboa, partilhado por todos os partidos do arco da governação, é o responsável por 2000-2010 ter sido a pior década de Portugal desde 1910-20 - anos terríveis em que vivemos uma guerra mundial, golpes de Estado e a epidemia da gripe espanhola.

Na primeira década deste século, o crescimento médio anual da nossa economia foi de 0,47%, apesar do afluxo diário médio de seis milhões de euros de Bruxelas, que valiam todos os anos 2% do PIB.

Já ultrapassado pelo Alentejo e Açores, o Norte é a região mais pobre do país, apesar de ser a que mais contribui para a riqueza nacional, com 28,3% do PIB, logo a seguir a Lisboa e Vale do Tejo, com uns 36% enganadores, já que aí está contabilizada a produção feita noutras partes do país pelas grandes companhias nacionais e multinacionais com sede na capital.

Quando leio (ver página 2) que ao abrigo do famoso efeito de dispersão - uma vigarice inventada para desviar para Lisboa fundos comunitários - dinheiro destinado às regiões mais pobres está a ser usado pelos serviços gerais e de documentação da Universidade de Lisboa, dá-me vontade de ir para a rua gritar "Nós só queremos Lisboa a arder".

Não. Nós não queremos mesmo Lisboa a ser consumida pelas labaredas. O que queremos é dizer que estamos fartos de ser chulados e já é tempo de impedir que Portugal continue a arder em lume brando, por culpa de governantes incompetentes ou corruptos.

Jorge Fiel, no Jornal de Notícias

Tiros e fogo contra pórtico de cobrança de portagens na A22, no Algarve

Fórum das Regiões: Tinha todo o sentido se estas ações fossem concertadas a nível nacional. É tempo de dizer basta a esta "vigarice"...

Um pórtico de cobrança de portagens na Via do Infante, a A22, junto ao nó de Boliqueime, foi atingido a tiro durante a madrugada e uma estrutura de apoio com meios informáticos foi incendiada.

O incidente ocorreu cerca das 2.40 horas, quando várias câmaras de leitura instaladas no pórtico foram destruídas com recurso a arma de fogo, disse à Lusa fonte da GNR de Faro, que disse desconhecer se os pórticos ficaram inutilizados e qual a dimensão dos estragos na estrutura de apoio.

Fonte da Estradas de Portugal disse entretanto à Lusa que ainda estão a ser avaliadas as consequências dos danos, remetendo para mais tarde mais informações sobre o assunto.

Fonte: Jornal de Noticias

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A CRISE “ESCONDIDA” – parte 2!

Como referi no último artigo de opinião, a “crise” tem causas e consequências, muitas vezes escondidas. Se por um lado podemos referir a corrupção como uma causa “escondida” da crise, por outro lado podemos afirmar que a demografia é uma consequência “escondida” da dita crise.
Na verdade, embora seja um assunto que não está na ordem do dia e que não preocupe, para já, nem a nós, nem a quem nos governa, trata-se na minha opinião da maior “crise” em que seremos lançados a médio prazo, se nada mudar entretanto.
Conforme referia o ultimo relatório da ONU sobre a demografia mundial, no final do século passado a população da Europa representava cerca de 20% da população mundial. O mesmo, estimava que no final deste século ela represente apenas cerca de 4% desse mesmo universo. Vejam os impactes que este cenário terá no mundo globalizado e a fragilidade de que estamos feridos.
Paralelamente podemos dizer o mesmo em relação ao nosso País, senão vejamos, para equilibrar a sua população, Portugal precisava que nascessem todos os anos cerca de 160 mil crianças. Neste momento nascem cerca de 100 mil.
Ora, não havendo políticas que incentivem à natalidade, a tendência é que se mantenha (ou ainda pior) este cenário, quer a nível europeu, quer a nível nacional.
Que perspetivas de futuro pode haver para esta Europa e para o nosso País no médio prazo, quando já no presente ninguém se entende?
Por cá…
Por cá também há uma consequência “escondida”. Como foi do conhecimento de alguns, decorreu o ato eleitoral para a concelhia do PSD Paredes. De a algum tempo a esta parte tinha vindo a partilhar com alguns amigos que não valia a pena ir a eleições e foi isso mesmo que decidimos há pouco mais de 1 mês.
Entendemos não tornar essa decisão pública e só assumi-la quando a lista do atual presidente da Câmara fosse entregue. Com esta atitude conseguimos atingir o objetivo que queríamos, ou seja, “obrigamos” o candidato de então e agora eleito, a levar uma lista que de todo não quereria. A intenção de levar uma lista de “boys” caiu por terra e fez a opção correta, que é levar na lista gente que merece e que o partido tem obrigação de acolher nos seus órgãos, os Presidentes de Junta.
Quanto a mim que tenho vindo a defender a tese de que os partidos, hoje em dia, não passam de um trampolim para acesso ao poder e que são os principais responsáveis pelo estado do País, entendo que a palavra está agora no lado dos cidadãos. E é por aí o caminho que temos que trilhar.
Se a condução dos destinos partidários dos próximos 2 anos, for semelhante ao que foi nos 4 anos em que Celso Ferreira já liderou o partido e semelhante ao desempenho que tem vindo a apresentar na Câmara Municipal, o PSD Paredes terá um fim pouco recomendável, infelizmente.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Ir ao centro de saúde ou a uma urgência hospitalar vai custar o dobro em 2012

Fórum das Regiões: Veremos se é esta medida que vai resolver o problema financeiro da saúde e se vão melhorar as condições de atendimento dos utentes. Infelizmente parece-nos que não...

Os valores das taxas moderadoras para 2012 mais do que vão duplicar em relação aos preços actuais. Uma consulta nos centros de saúde passa de 2,25 euros para 5 euros e uma urgência no hospital de 9,60 para 20 euros, anunciou o ministro da Saúde.

A partir de Janeiro de 2012, as consultas nos centros de saúde passam de 2,25 euros para 5 euros euros, enquanto nas urgências hospitalares a taxa moderadora passa de 9,60 euros para 20 euros, disse Paulo Macedo no programa da RTP, Prós e Contras.

Segundo o ministro, "as taxas moderadoras vão depender do facto de ser uma urgência ou de ser uma consulta de cuidados primários".

"Estamos a falar de uma consulta poder passar para 5 euros e de uma urgência polivalente passar para 20 euros. Os valores ainda não foram publicados vão ter de ser objecto de uma portaria", indicou.

Com esta medida, o Governo prevê arrecadar uma receita de cerca de cem milhões de euros.

No final do mês passado, o secretário de Estado Adjunto do ministro da Saúde tinha dito no parlamento que menos portugueses vão pagar taxas moderadoras, devendo ficar de fora desta obrigação um milhão de portugueses.

Jornal Correio da Manhã

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

SESSÃO DE ESCLARECIMENTO NA FREGUESIA DE RECAREI

Em defesa da "água pública" enquanto um património de todos e contra as arbitrariedades particadas pela VEÓLIA na concessão de Paredes, com a "benção" da autarquia Paredense.

Na sequência de uma série de sessões de esclarecimento que um grupo de cidadãos de Paredes está a levar a cabo no nosso concelho, depois de Rebordosa e de Cête, a sessão de esclarecimento decorreu na Freguesia de Recarei, mais concretamente na sede da Associação para o Desenvolvimento do Lugar de Bustelo, no passado dia 2 do corrente. A mesa foi composta pelo convidado Dr. Humberto Brito de Paços de Ferreira e pelo Dr. José Henriques Soares, mentor desta iniciativa.

O objetivo destas sessões de esclarecimento é transmitir e explicar a todos aqueles que são um "alvo fácil" para a Veólia e para a Câmara Municipal de Paredes, o enquadramento legal em que o fornecimento de água e a recolha de saneamento deve ocorrer e as "armas" legais que podem utilizar, para contrariar a ameaça, o saque e a infeliz forma como estes pretendem "sacar" o dinheiro ilegal e indevidamente aos cidadãos, ao arrepio dos preceitos legais.

É dito ainda aos cidadãos que necessitarem de informação, apoio e acompanhamento, como e a quem se devem dirigir, hoje e num futuro próximo.

Paredes, 4 de Dezembro

A confiança abanada.

O primeiro-ministro repetiu, uma e outra vez, como o leitor bem se lembrará, tantas foram as insistências que a austeridade servida numa bandeja aos portugueses era assim porque tinha que ser assim. Isto é: a margem de manobra do Governo era exactamente igual a zero, pelo que, dedução dos incautos, desperdiçar energia a discutir alternativas seria pura perda de tempo. Isto fazia sentido: o aperto é de tal ordem que, supostamente, o Governo teria esticado até ao limite as possibilidades de amenizar o massacre aos nossos bolsos, sobretudo quando cortou salários e subsídios a pensionistas e funcionários públicos. Era o mínimo que se podia pedir ao Executivo de Pedro Passos Coelho: rigor máximo na avaliação e seriedade máxima na decisão.

Verdade: pode sempre dizer-se que abdicar de ouvir conselhos e de negociar com aa Oposição, para alcançar o maior consenso possível, é coisa de que nenhum governo pode abdicar. Essa é a chamada normalidade democrática. Como quase todas, também esta verdade é relativa, na exacta medida em que as circunstâncias não são normais. Em boa verdade, se há coisas que as circunstâncias não permitem é hesitações e ziguezagues, tergiversações e arrecuas.

A firmeza nos propósitos do Governo durou até momento em que, da Igreja ao presidente da República, passando pelos "barões" do PSD que não apreciam Pedro Passos Coelho, se começaram a ouvir críticas aos exageros na austeridade requerida aos portugueses, Juntou-se a isto o prometido milagre do PS: os socialistas teriam encontrado a mágica fórmula para, poupando aqui e acolá, garantirem que reformados e funcionários públicos poderiam perder apenas um dos dois subsídios (férias e Natal).

Nessa altura, já o ubíquo ministro Miguel Relvas aplaudia o esforço socialista, abrindo na estremunhada alma dos indígemas uma janela de esperança. Passos Coelho e o ministro das Finanças trataram de desfazer o sonho. Em palavras, porque em actos lembraram-nos o pior que a política tem: o que hoje é verdade, amanhã pode bem ser mentira (peço licença a Pimenta Machado, ex-presidente do Vitória de Guimarães, para usar tão sábia expressão).

O resultado é este: ficámos a saber que o Governo em que precisamos de confiar (quase) de olhos vendados não é, infelizmente, confiável. A atitude do Executivo legitima a pergunta: se, afinal, era possível poupar 160 mil portugeses aos cortes, por que razão não se fez logo isso? O Governo quis, tacticamente, guardar uma almofada para fazer um bonito no fecho da discussão do Orçamento do Estado? E quem se digna explicar-nos, com cuidado e contas certas, por que foi rejeitada a proposta do PS?

O ministro das Finanças pediu ontem que nos mantenhamos "unidos e solidários", de modo a que, num futuro que não se vislumbra, Portugal possa vir a ser um "orgulho" para nós e um "exemplo" para os forasteiros. Esta conversa do oásis que nos espera não bate certo com a retórica que nos oferecem: não se constrói um futuro risonho, para usar a linha de pensamento de Vítor Gaspar, sem confiança em quem nos governa. E essa, parece-me, acabar de sofrer um abanão.

Paulo Ferreira
Jornal de Notícias

Pedro e o apocalipse

"Nós temos de estar preparados para todas as eventualidades". É esta a frase que marca a entrevista do primeiro-ministro ontem à SIC. Perante a provável pergunta sobre o fim do euro, ele teria duas saídas: fazer de conta que o Mundo não está a desabar e negá-lo, ou admitir que alguém no Ministério das Finanças começou a fazer contas. Pois agora, senhor primeiro-ministro, queremos saber quando está pronto o estudo. E o que diz...

 
É fundamental acabar com um certa especulação sobre o que pode significar voltar ao escudo. Os portugueses passam a pagar 30% de taxa de juro, ou ainda mais? Outra questão: a desvalorização do euro para o escudo pode significar metade ou um quarto do seu valor actual? Em termos práticos, isto significa pagar quatro vezes mais pelo pão, fruta ou legumes? Um litro de gasóleo a cinco euros?

 
Outro ponto óbvio: a saída do euro representa a falência do sistema financeiro por fuga dos depositantes? O dinheiro é transformando em escudos? Quantas empresas fecham de imediato se deixar de haver euro? O que significa isto em termos de desemprego?

 
Bom, isto é o tal apocalipse. Mas a verdade é que ninguém sabe muito bem como fazer frente aos mercados financeiros simplesmente porque eles não têm um rosto e ainda por cima têm o dinheiro de que os países continuam a precisar... E os estados vão buscar o dinheiro para o entregar às pessoas que dele dependem...

 
Uma pausa: por que não se pára esta espiral? A razão é simples: enquanto houver dinheiro haverá ganância. E parece difícil mudar o género humano. Sim, a regulação dos mercados... Mas a regulação é uma espécie de corrida em 100 metros barreiras: vão-se saltando os obstáculos legais até à meta. No fim um ganha e todos os outros perdem. E depois começa tudo de novo.

 
Exemplos: teme-se que o Governo ceda demasiado aos lóbis e os velhos amigos do poder que estão a manietar a economia. O Governo deveria ter coragem de travar a parceria público-privada com a EDP para construir barragens de que não precisamos e pela qual vamos pagar 16 mil milhões de euros ao longo dos anos (quase 20% do empréstimo da troika...); o Governo não deveria permitir que o custo por quilómetro nas scut e nas auto-estradas fosse o que é em Portugal e os devesse renegociar, porque isto é um imposto brutal sobre as empresas, os trabalhadores e o turismo; o Governo tem de quebrar a vergonha pública que significa ver combustíveis alinhados à milésima. Cada posto de comparação de preços entre marcas é um cartaz à incompetência à Autoridade da Concorrência.

 
Estas medidas não custam dinheiro mas podem poupar muitos milhões, os tais milhões que são vitais para tentar garantir a última réstia de competitividade. O Governo salvou os pensionistas e funcionários públicos até aos 600 euros, e bem. Mas é preciso garantir condições para que isso se mantenha e consigamos salvar o Estado Social. E para isso tem de haver economia. Como o Governo não pode criar sozinho mais empresas exportadoras, tem pelo menos a obrigação de não as deixar morrer às mãos do livre arbítrio dos monopólios disfarçados de "mercado".

 
A decisão sobre crucificar a restauração - com o IVA a 23% - só tem uma saída: esperar-se que as pessoas peçam realmente a factura e dêem justiça a esta medida. Caso contrário o restaurante a fechar primeiro será o que cumpre as suas obrigações. Embora, no essencial, as mais fracas vão fechar por falta de procura...

 
Já não vale a pena falar da falta de crédito para as empresas. Parece que quase acabou. E se assim é, o desemprego vai aumentar já em Janeiro, e muito.

 
Bom... Pedro Passos Coelho passou por mais uma entrevista onde se percebeu que não vê uma luz ao fundo do túnel. Foi honesto. É difícil, para não dizer mesmo impossível, ver um palmo à frente do nariz. Mas ser líder é ver mais à frente. E ou se vê, ou não se é líder. É-se um gestor de circunstâncias. Pedia-se ao primeiro-ministro uma ideia nova, pequenina, prática, útil. Uma. Os portugueses precisam de pedagogia e energia. Fica para a próxima?

Daniel Deusdado
Jornal de Notícias

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

SESSÃO DE ESCLARECIMENTO NA FREGUESIA DE RECAREI

Sessão de Esclarecimento à população.

Está agendada para a noite de hoje, pelas 21h, na sede da  Associação para o Desenvolvimento do Lugar de Bustelo, na Freguesia de Recarei, mais uma sessão de esclarecimento à população, subordinada ao tema: Privatização da Água / Concessão da Água a empresas privadas e os impactos que estas decisões teem nos cidadãos e nas familias.

No caso concreto de Recarei, pretende-se informa os cidadãos contra as arbitrariedades e ilegalidades que a "VEÓLIA - Águas de Paredes, SA" tem vindo a cometer, com a benção da Câmara Municipal. Importa ainda alertar os cidadãos para o futuro dos subsistemas locais.

Paredes, 2 de Dezembro de 2011

Portugal vai pagar à "troika" 34.400 milhões de euros

Fórum das Regiões: Que "rica" ajuda Sr. Ministro? Um comentário extensível a todos os políticos das ultimas décadas!...

Portugal vai pagar um total de 34.400 milhões de euros em juros pelos empréstimos do programa de ajuda da "troika" (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), segundo dados do Governo.

Este valor foi apresentado pelo Ministério das Finanças em resposta a uma questão de Honório Novo, deputado do PCP.

O total do crédito oferecido a Portugal no âmbito do programa de assistência da "troika" é 78 mil milhões de euros.

Durante o debate parlamentar do Orçamento Retificativo para 2011, no final de outubro, o deputado comunista pelo Porto perguntou: "Quanto é que serão os juros globais desta ajuda? Quanto é que Portugal pagará só em juros para nos levarem pelo mesmo caminho que a Grécia, ao empobrecimento generalizado do país?".

A resposta do Ministério das Finanças, 34.400 milhões de euros, corresponde ao valor total a pagar ao longo do prazo dos empréstimos.

Isto presumindo que Portugal recorre integralmente ao crédito disponível. Ou seja, que "é utilizado na totalidade" o montante destinado às empresas do setor financeiro - os 12 mil milhões de euros reservados para a recapitalização da banca.

Na resposta do Ministério das Finanças a Honório Novo nota-se ainda que as condições dos empréstimos concedidos por instituições europeias são bastante mais favoráveis que as dos créditos do FMI.

Os empréstimos do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) ou do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) têm uma maturidade (duração) média de 12 anos, a uma taxa de juro média de 4 por cento.

Já os empréstimos do Fundo têm uma maturidade média de sete anos e três meses, e uma taxa de juro média de 5 por cento - mas neste caso "a taxa de juro é variável, à qual acresce um 'spread' [diferencial] que depende do montante em dívida e pode chegar a perto de 400 [pontos base] depois dos três primeiros anos", lê-se no documento das Finanças.

por Lusa

"Austeridade é receita para suicídio económico"

Fórum das Regiões: Outro Nobel a dizer a mesma coisa? Isto está feio...

O prémio Nobel da Economia em 2001 e antigo vice-presidente do Banco Mundial, Joseph Stiglitz, afirmou na quinta-feira que as políticas de austeridade constituem uma receita para "menos crescimento e mais desemprego".

Stiglitz considerou que a adoção dessas políticas "correspondem a um suicídio" económico.

"É preciso perceber-se que a austeridade por si só não vai resolver os problemas porque não vai estimular o crescimento", afirmou Stiglitz, num encontro com jornalistas na Corunha, em Espanha, onde proferiu a conferência "Pode o capitalismo salvar-se de si mesmo?", noticia a Efe.

O economista sugeriu ao novo governo espanhol que vá "além da austeridade" e que proceda a uma reestruturação das despesas e da fiscalidade como medida básica para criar emprego.

Recomendou em particular uma fiscalidade progressiva e um apoio ao investimento das empresas.

"Temo que se centrem na austeridade, que é uma receita para um crescimento menor, para uma recessão e para mais desemprego. A austeridade é uma receita para o suicídio", afirmou.

Para o Nobel da Economia de 2001, "a menos que Espanha não cometa nenhum erro, acerte a cem por cento e aplique as medidas para suavizar a política de austeridade, vai levar anos e anos" a sair da crise.

O antigo vice-presidente do Banco Mundial disse que as reformas estruturais europeias "foram desenhadas para melhorar a economia do lado da oferta e não do lado da procura", quando o problema real é a falta de procura.

Por isso, rejeitou as propostas a favor de mais flexibilidade laboral: "Se baixamos os salários, vai piorar a procura e a recessão", alertou Stiglitz, defendendo que "é necessário" que a flexibilidade seja acompanhada por "compensações do lado da segurança" para os trabalhadores.

"Em economia, há um princípio elementar a que se chama efeito multiplicador do orçamento equilibrado: se o governo sobe os impostos mas, ao mesmo tempo, gasta o dinheiro que recebe dos impostos, isto tem um efeito multiplicador sobre a economia", explicou, apresentando a sua receita para sair da crise

Jornal de Negócios

Ministro da Economia recebe subsídio de alojamento

O primeiro-ministro decidiu conceder subsídio de alojamento ao ministro da Economia e a três secretários de Estado, lê-se num despacho de Pedro Passos Coelho hoje publicado no Diário da República.

 

Assim, por não terem "residência permanente na cidade de Lisboa ou numa área circundante de 100 quilómetros", receberão subsídio de alojamento o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, o secretário de Estado da Defesa, Paulo Braga Lino, o secretário de Estado da Economia e Desenvolvimento Regional, Almeida Henriques, e o secretário de Estado do Empreendedorismo, Carlos Alves de Almeida.


O valor do subsídio é de 75% do valor das ajudas de custo a que têm direito e que são calculadas em função da remuneração que auferem, lê-se ainda no despacho assinado pelo primeiro-ministro.


Esta questão dos subsídios de alojamento a membros do Governo esteve recentemente envolta em polémica depois de dois jornais, Sol e Diário de Notícias, terem revelado que o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, e o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, recebiam este apoio apesar de serem proprietários de casas em Lisboa, embora a sua residência permanente fosse fora da capital.


Tanto Macedo como Cesário, que têm residência permanente em Braga e em Viseu, respetivamente, acabaram por renunciar ao subsídio de alojamento. O mesmo fez o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, em "solidariedade" com os dois "colegas de Governo".


Jornal Expresso