O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


sexta-feira, 1 de abril de 2011

CÁ SE FAZEM, CÁ SE PAGAM!

Já o disse por várias vezes. Neste “mundo louco da política” tudo se paga por cá. Isto vem a propósito de declarações públicas feitas por dirigentes do Partido Socialista, alegando que Cavaco Silva “permitiu” que acontecesse esta crise política, com a demissão de José Sócrates e o seu governo. Quem não se lembra da forma cínica (e ao memo tempo lúcida) como Jorge Sampaio, o presidente da República de então, “tirou o tapete” ao governo de Santana Lopes? É verdade que o PSD e a dupla Durão Barroso – Santana Lopes, fartaram-se de, continuadamente, dar tiros nos próprios pés e cometerem uma série de asneiras politicas. Mas Sampaio, em vez de intervir e chamar à razão quem deveria, foi dando lastro à coisa e quando percebeu que o PS poderia vir a ganhar as eleições por maioria absoluta, demitiu o governo e convocou eleições! Ou seja, deu a primeira maioria absoluta a Sócrates, e ao PS em 36 anos. Não adianta agora vir José Lello ou Sérgio Sousa Pinto derramar lágrimas de crocodilo e reclamar contra Cavaco Silva, dizendo que este, com o discurso da sua tomada de posse, deu luz verde à direita para o “assalto” ao poder. Meus caros, cá se fazem, cá se pagam. Adiante. A verdade é que o cenário político é tão mau como o cenário económico que se nos depara. É justo dizer-se que, em democracia, quando já não há solução governativa, chamar o Povo às urnas é o melhor caminho a tomar. Mas meus amigos, neste triste cenário político, corremos um sério risco de andarmos 3 meses em festas e festinhas, jantares e afins, durante a précampanha e a campanha eleitoral e, no final do ato eleitoral, ficar tudo na mesma. Como disse, lamentavelmente, um destacado dirigente do PSD que “…este partido não está ansioso por ir ao pote!”, infelizmente ninguém ou quase ninguém acreditou nisso. Em boa verdade, há 36 anos que PS e PSD estão no “pote” alternadamente. No caso da crise em apreço, o PS está no “pote” desde 2005 e o PSD quer ir para lá, já. Só o Zé Povinho é que nunca pôde ir ao pote, antes pelo contrário, é ele que paga para que o dito “pote” exista. Esta gente, uns e outros, é que são os tais da “geração desenrascada” e que contrasta com a “Geração à Rasca”. Estes indivíduos que fazem parte daquela geração e que ainda hoje dominam o poder no País, desenrascaram-se a si próprios, mas enrascaram o País e colocaram-no na situação que ele hoje está. O País está mal, mas o “governo em gestão” fez o favor de publicar um diploma que autoriza diretores gerais, presidentes de câmara, ministros e primeiro ministro a poderem lançar ajustes diretos em valores exponencialmente maiores, logo agora que o País está na falência e não há dinheiro para mandar cantar um cego! Haja tino. Quando ainda hoje, li um título de um diário que dizia “Cavaco defende mais cooperação entre Norte e Sul” pensei, o homem acordou para o País e quer que todas as nossas regiões sejam tratadas de igual modo! Mas não, Cavaco estava preocupado é com Norte e Sul numa visão global. Enfim, era de prever. De facto, nós já não valemos nada, nem para os nossos “patrões”.


José Henriques Soares, em: Jornal Verdadeiro Olhar


quarta-feira, 30 de março de 2011

Autarca de Amarante diz sentir-se "desrespeitado pelo Governo"

O presidente da câmara de Amarante, Armindo Abreu (PS), disse esta quinta-feira à agência Lusa sentir-se "desrespeitado pelo Governo" no processo de encerramento da Linha do Tâmega.


"Sinto-me desrespeitado, porque deveria ter sido informado previamente pelo Ministério das decisões", afirmou. O presidente da autarquia reafirmou que aguarda desde o Verão para ser recebido pelo secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos, sem que até hoje haja resposta do seu gabinete. "Lamento muito a forma como o senhor secretário de Estado tem gerido este dossiê sem nos dar qualquer informação", acrescenta o edil. O único troço da linha do Tâmega que ainda se mantinha com circulação regular foi encerrado no final de Março de 2009 com o argumento de que eram necessárias obras de requalificação. Poucos dias depois, a então secretária de Transportes, Ana Paula Vitorino, deslocou-se a Amarante, onde garantiu aos autarcas da região, incluindo o de Marco de Canaveses, concelho também servido pela linha, que a infra-estrutura voltaria a funcionar. A secretária de Estado foi recebida nesse dia em Amarante com protestos da população que temia que o anúncio das obras justificasse apenas o encerramento do troço. Os carris da linha desde Amarante até à Livração (Marco de Canaveses) foram levantados nos meses seguintes, mas a obra de requalificação nunca mais avançou com o argumento da crise orçamental, assumido em Julho de 2010 pelo Governo. Já nessa altura, numa reação à decisão da tutela, o autarca de Amarante, assumia à Lusa "estar estupefacto, porque havia compromissos solenes de membros do Governo". "Vou pedir com carácter de urgência uma audiência com o senhor ministro das Obras Públicas para lhe manifestar o nosso profundo descontentamento", afirmava à Lusa o autarca socialista. Oito meses depois, Armindo Abreu ainda não obteve resposta aos pedidos de audiência, afirmando "estar de mãos atadas neste processo", aguardando pelo novo Governo para procurar perceber o que se perspectiva para a Linha do Tâmega. Dois anos depois do encerramento da ligação ferroviária centenária, Alfredo Gonçalves, porta-voz da Comissão de Defesa da Linha do Tâmega, lamenta o que se está a passar. Em declarações à agência Lusa, "lamenta que tudo tenha sido tratado nos gabinetes para que ninguém soubesse o que se estava a decidir". O representante da comissão lembra que, em Março de 2009, alertou que o anúncio de obras na linha e a consequente suspensão de circulação por dois anos "era apenas para iludir e enganar a população". "Já se sabia que eles queriam encerrar a linha", vincou.

Portugal de alterne

Foram precisos muitos anos, muita manha, muita asneira, muita corrupção e um mar de lágrimas de crocodilo. Custou, mas foi.


Os queridos democratas socialistas e sociais-democratas bem se esforçaram e os resultados estão à vista nesta bonita Primavera de 2011. A Pátria está mesmo à beira da lixeira, falida, desesperada, pobre e sem futuro. Muitos parabéns. Os indígenas estão à rasca. É verdade. Mas andaram nestes anos tão democráticos a participar alegremente nos muitos salamaleques para que foram convocados pela indigente classe política. E escolheram livremente os partidos que os deviam governar. Ontem como hoje volta a falar-se na alternância entre PS e PSD. É por estas e por outras que ninguém leva isto a sério. O País já era. Agora é um decadente Portugal de alterne.

Por:António Ribeiro Ferreira, jornalista

terça-feira, 29 de março de 2011

Centralismo é razão do fracasso e depressão económica do país


O Fórum das Regiões entende que Defensor Moura tem toda a razão na análise que faz. Se candidato presidencial o diz...


O ex-candidato presidencial e defensor da regionalização Defensor Moura atribui ao “excessivo centralismo” da Administração Pública o “fracasso” e a “depressão económica” cíclica que Portugal vive desde o 25 de abril, marcado por “picos de pseudodesenvolvimento”.

“Este atraso [no país] é principalmente provocado pelo excessivo centralismo da nossa Administração Pública”, defendeu o deputado socialista, sublinhando que Portugal é um país “centralizadíssimo” e quase “pessoalizado”.Defensor Moura falava no jantar palestra “Pela Democracia Regional”, organizado pelo Movimento Cívico “Regiões, Sim!”, cujo principal rosto é o deputado do PSD Mendes Bota e onde estiveram presentes cerca de 60 pessoas.Segundo o médico, que já foi presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, os regionalistas têm sido “muito pacíficos” na luta pela causa, pelo que defende que haja uma “maior reivindicação”.“O centralismo está a agravar-se e se continuamos calados qualquer dia somos um número”, afirmou, recordando que os países europeus desenvolvidos estão divididos em regiões administrativas, processo que a Grécia também iniciou recentemente.Para o deputado socialista, o poder central é a “fonte de todos os males do regime democrático” e o pior, acrescentou Defensor Moura, é que o “centralismo maléfico é cada vez maior”.“Quando o governo faz transferência de competências relativamente às escolas para os municípios não está a transferir poder mas sim trabalho”, exemplificou, lamentando que as potencialidades das regiões “estejam a ser desperdiçadas”.Defensor Moura foi em 1998 um dos mandatários do movimento cívico “Portugal Plural”, que se bateu na campanha do referendo pela criação das regiões administrativas em Portugal.Nas eleições para a Presidência da República o socialista, que se candidatou como independente, elegeu a regionalização como um dos objetivo prioritários do seu compromisso eleitoral.O ciclo de jantares palestra promovido pelo movimento “Regiões, Sim!” será interrompido até à realização de eleições legislativas.


Tempos de reviralho

Quando, há seis anos, o PS ganhou as eleições, uma certeza ancorou nas conjecturas dos portugueses, qualquer que fosse a opção ideológica e partidária: o então recente Código do Trabalho, de Bagão Félix, louvado por uns e execrado por outros, iria ser a primeira coisa a mudar com a nova governação. Ninguém tinha dúvidas! Todos se recordavam do ardor posto na contestação do código, em especial por Vieira da Silva, à época um militante inquebrantável de esquerda, dos tesos, dos que não cediam um milímetro. Além disso, o homem ia ficar com a pasta do Trabalho - favas contadas! Pois o país assistiu, paralisado de estupefacção, a uma reviravolta: o piar do Governo passou a ser mais fininho, o Código do Trabalho não só não foi revogado como se lhe acrescentaram mais medidas de instabilização do trabalho com os resultados que estão à vista. E desde então o Governo nunca mais deixou de mentir, que nisto o que custa é começar. Depois, torna-se um hábito. Em seguida um vício - e acaba em maneira de ser. Não surpreende que o Governo esteja a provar da sua própria cicuta na hora de se ir embora. Ninguém pode dizer que foi transparente o modo como foi derrubado e como se formou a aliança dos contrários para o apear. Mas, convenhamos, o Governo é o último com direito a queixar-se. É o tempo do reviralho: o importante é chegar ao poder, nem que seja para fazer a mesma coisa que os que lá estavam. O PSD nem quis discutir o PEC 4. Por discordar dele de ponta a ponta? Nada. Internamente disse que «há limites para tudo». À suserana Merkel foi dizer que este PEC é «insuficiente e ineficiente». É, portanto, preciso mais - e mais duro. E, para a lágrima, ainda há os velhinhos com reformas pequeninas. Não se toca nelas, que é crueldade! Mas quando o parceiro CDS propôs garantir em lei que as pensões mais baixas seriam sempre actualizadas segundo a inflação, tira-se-lhe o tapete que, nessas coisas, o PSD é mais pelo Estado Social à PS de Sócrates... No livro que escreveu, 'Mudar' (para que tudo fique na mesma?), Pedro Passos Coelho condena os impostos indirectos porque são socialmente mais injustos. Mas, agora, se for preciso, aumenta-se o IVA. Porquê? Para não sacrificar as míseras pensões! Com o PEC do PS, não há aumentos das pensões para o ano que vem. Como tudo o que os pensionistas pobres recebem é gasto no consumo, com o PEC do PSD, as coisas ficam mais caras desde já, subindo o IVA. Olha que santo protector foram arranjar para os velhinhos! O reviralho é que está a dar, malta!