O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Passos joga ao sete-e-meio

Sabem jogar ao sete-e-meio? É muito simples. Usam-se apenas 40 cartas do baralho, ficando de fora oitos, noves e dez. As figuras valem meio, o ás conta por um e as outras cartas, do duque à manilha, são contabilizadas pelo seu valor nominal.
O banqueiro dá uma carta, escondida, a cada jogador, que tem de decidir logo se fica ou se quer mais uma - e nesse caso tem de escolher qual delas fica aberta na mesa, se a nova ou a primeira - e assim sucessivamente até optar por parar.

No final, o banqueiro (chamado de dealer, na versão internacional do jogo, que dá pelo nome de blackjack, usa o baralho todo, tem um sistema de contabilização um pouco diferente em que a meta é fazer 21 pontos) vai tirando cartas para si até se dar por satisfeito.

Quem fizer mais de sete e meio rebenta - ou seja, perde. Em caso de empate, ganha o banqueiro. O objetivo de cada jogador é fazer sete e meio. Se o conseguir fica com a banca, isto se o banqueiro não tiver a sorte de igualar a pontuação que dá o nome ao jogo.

Se pensarmos bem, a nossa vida, em todos os seus aspetos - desde o profissional ao afetivo, passando pelo social - é uma sucessão permanente de jogos de sete-e-meio.

Encontrar a nossa companhia perfeita é como jogar ao sete-e-meio. Temos uma sena e temos de tomar uma decisão. Ficamos ou pedimos mais uma carta? Jogamos pelo seguro ou vamos tentar ser mais felizes, perseguindo o sete e meio?

A equação da decisão de mudarmos ou não de emprego é igual à do jogador do sete-e-meio. Tens uma quina e um duque - sete pontos, portanto. Ficas-te ou pedes mais uma carta, na esperança que te saia uma dama, valete ou rei? Jogas pelo seguro ou vais tentar fazer sete e meio, apesar de correres o risco de rebentares?

Os políticos também estão sempre a jogar ao sete-e-meio. Passos Coelho tinha na mão um terno e uma figura. Três e meio. Como se tratava de jogo era demasiado baixo para ganhar e precisava de fazer sete e meio para igualar o resultado de um jogador, arriscou a cartada de transferir dinheiro do salário dos trabalhadores para os bolsos dos patrões, através de mudanças na TSU, que se revelou desastrosa. Saiu-lhe um sete e ele fez dez e meio. Rebentou com estrondo, perdendo a banca e a iniciativa do jogo.

O drama do primeiro-ministro é que tudo leva a crer que só lhe resta uma única oportunidade para ir a jogo e recuperar a iniciativa. É na sexta-feira. O busílis é que não lhe basta ganhar, ter a sorte de lhe sair uma sete como primeira carta e ficar-se. Não. Tem de fazer sete e meio para reganhar a banca.

Para conseguir esse jogo perfeito, Passos não pode ter medo de ousar recuar na sua proposta peregrina sobre a TSU. Porque, como nos avisou Kierkgaard, ousar é perder momentaneamente o equilíbrio. Mas não ousar é perder-se.

Jorge Fiel, no JN

Mas eles não ouvem o que dizem?

Nenhum político dos partidos que vão a votos para nos governar (PSD, PS e CDS) diz outra coisa desta crise: ela é séria. Séria? Muito séria. Muito, mesmo? Mesmo. É o que me têm dito. Eu ainda na dúvida, isto passa, mas eles, definitivos: a crise é séria. Eles convenceram-me.

No dia 6 de junho de 2011 - deixem-me lembrar o dia: tínhamos ido votar na véspera para o Governo que deveria combater essa séria crise - eu já estava convencido. Sei-o porque, nesse dia 6, escrevi aqui que, sendo tamanho o desafio, eu esperava tudo de todos. Se fosse preciso trabalhar mais, eu iria trabalhar mais, se fosse preciso ganhar menos, eu iria ganhar menos, e assim por diante. Dos políticos dispostos a governarem-nos isso significaria que, sendo a crise o que era, desses políticos, eu esperaria que nos governassem. Juntos, porque a crise era de todos; comprometidos, porque as soluções não eram evidentes e teria de haver muito diálogo; e fortes, porque precisávamos de reconhecer liderança em quem nos ia exigir tantos sacrifícios.

Conservadores, o PSD, o CDS e o PS preferiram a solução fácil e fraca: um governo só de direita. "Só" é a palavra certa, quer dizer pouco para o que era necessário. Conservadores, o PSD, o CDS e o PS foram também incoerentes: então a crise não era mesmo séria? Um ano e três meses depois reparo que a incoerência se agrava, até a solução tipo "só" estremece... Nem é pedir muito, oiçam o que dizem: a crise é séria.


Ferreira Fernandes, no DN

Portugal "caminha para o empobrecimento coletivo"

Fórum das Regiões: Infelizmente foi essa a meta de partida deste governo, empobrecer o País e as pessoas, para haver mais competitividade e estão a cumprir o objetivo. Um falácia completa...
Instituições de Solidariedade
O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), Lino Maia, afirmou hoje que "a situação do país é extremamente grave" e considerou que Portugal está "a caminhar pacificamente para o empobrecimento coletivo".

"É preciso contrariar isso", sublinhou Lino Maia, que falava aos jornalistas antes de reunir com o secretário-geral do PS, na sede da CNIS, no Porto.

Para o presidente da CNIS, as instituições de solidariedade social "não são problema, são solução, mas neste momento estão com imensas dificuldades para continuar a ser solução".

Questionado sobre se as Instituições Particulares de Segurança Social (IPSS) estão com "a corda ao pescoço", o responsável afirmou que "a corda está bastante apertada e o que vale é que o coração está abaixo do pescoço e tem superado a razão".

Segundo Lino Maia, tem sido "o voluntariado e o grande sentido patriótico destas instituições" que têm permitido prosseguir com o apoio às pessoas mais carenciadas.

Sobre a intenção anunciada pelo PS de votar contra o próximo Orçamento do Estado, Lino Maia considerou que o partido "quis dar um sinal muito claro e mostrar ao Governo que é importante, neste momento, ponderar".

"Compreendo a posição do PS, respeito-a, porque naturalmente que o secretário-geral do PS ponderou muito bem a decisão", acrescentou.

Lino Maia considerou ainda que Portugal precisa de "um governo com sentido patriótico e tem-no, muito embora lhe possa faltar alguma ponderação".



Fonte: Diário de Notícias