Fórum das Regiões: Se ela o diz e, normalmente, sabe o que diz, quem somos nós para contrariar? Já vimos que estamos perante um governo incompetente e uma classe política incapaz, logo...
Social-democrata fala em “birras”
para explicar crise política.
Manuela Ferreira Leite está preocupada e desconfiada. Preocupada
pela demissão de Vítor Gaspar não ter sido ainda explicada. E desconfiada que
essa falta de explicação possa significar que a situação do país possa ser
“muito pior” que aquela que é revelada pelo Governo.
No seu habitual comentário na TVI24, a
antiga presidente do PSD diz não compreender que o ministro das Finanças “se
demita a meio da tarde”, algumas semanas depois de dizer que o país estava a
entrar no caminho do investimento.
Por isso, acrescentou, “tem de ser muito bem explicada a saída”.
“Tenho receio que estejamos numa situação muito pior do que aquela que nos é
dada a conhecer e o ministro sai porque não a consegue resolver”.
Quanto às explicações dadas por Gaspar na carta ao
primeiro-ministro e que tornou pública, Ferreira Leite faz o seguinte resumo:
“Eu sou muito bom e agora vocês vão ver o que é isto sem mim.”
Admite mesmo que Paulo Portas queira “saltar fora” pelas mesmas
razões, por a situação estar pior do que a que é explicada aos portugueses.
Ferreira Leite admite mesmo que possa estar em causa um segundo
resgate.
Sobre a crise política, a antiga ministra de Cavaco Silva
classificou-a como “birras”. O que a incomoda, diz, é que “depois dos
sacrifícios feitos pelos portugueses” se “esteja a lançar mais angústias”. “O
que me preocupa é que ninguém saiba o que isto significa para o país.”
Ainda assim, Ferreira Leite defende que não se realizem eleições
legislativas antecipadas “se houver entendimento entre os partidos”. Acredita,
porém, que a coligação "com alguma dificuldade" vai durar toda a
legislatura. [PSD e CDS] vão viver sob o mesmo tecto, mas em quartos
diferentes.”
Sobre o papel de Cavaco Silva, Ferreira Leite diz que ele “está
a apadrinhar um Governo que mantenha a estabilidade”.
Fonte: Jornal Público