O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


segunda-feira, 25 de março de 2013

Ruas mudam de nome para conseguir acolhimento para crianças


Fórum das Regiões: Esta iniciativa merece o nosso apoio e admiração. Ainda há autarcas com juízo e que são verdadeiros emprendedores. Afinal sempre é possível ..."fazer bem, as coisas certas".


"Pelos Direitos da Infância", e durante dois meses, a Câmara de Esposende mudou a toponímia nas ruas em busca de abraços acolhedores, no âmbito de uma campanha da Associação Mundos de Vida.


Desde quinta-feira à tarde que são visíveis alterações nas denominações das principais artérias da cidade no âmbito da campanha, organizada pela Associação Mundos de Vida, "Procuram-se Abraços 2013".
A iniciativa decorre em dez concelhos do norte do país e tem como objetivo "promover o acolhimento familiar de crianças".

Até 14 de maio, o Largo Rodrigues Sampaio chama-se Largo dos Abraços e a Rua 1º de Dezembro tem agora o nome de Rua das Famílias de Acolhimento. Também a Praça do Município ostenta o nome de Praça Cidade Amiga da Infância.

A iniciativa conta com a parceria da Câmara de Esposende e da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens local. "Encontrar mais famílias para acolher crianças que temporariamente não podem viver com os pais devido a dificuldades sociais graves" é o principal propósito da campanha.

Fonte: Jornal de Notícias

Contra atrasados mentais e régulos


Inconsciente, um atrasado mental pode provocar danos irreparáveis à sociedade se não se lhe resistir, primeiro, e ajudar, depois. Se o atrasado mental estiver rodeado de rapaziada servil e ainda por cima encarnar o papel dos antigos régulos, tanto pior.
No passado, a Europa viveu fases nas quais esteve entregue a atrasados mentais - como Hitler. Pagou então um elevado preço, mas foi capaz de se lhe opor, embora tarde. Sobrou dessas épocas algo de preocupante: não aprendeu a lição. E daí ao surgimento de novos loucos de rédea à solta foi uma curta distância.
Há hoje uns senhores na Europa a ensaiar uma escalada de prepotência a que urge pôr cobro. A estratégia da criação de necessidades a determinadas zonas da Europa alimenta um quero, posso e mando intolerável.
Fugindo dos referendos como o Diabo da cruz, sob a capa de uma democracia fatiada, o poder dos eurocratas é o indício de maior preocupação.
Aos múltiplos exemplos de excrescências já conhecidos, o Eurogrupo, uma espécie de messe de sargentos, teve agora mais uma decisão abjeta. Aceitou um plano de resgate para o Chipre sob uma condição: a taxação dos depósitos bancários dos cidadãos! Sim, recuaram ontem na ideia de aplicar um imposto para contas abaixo dos cem mil euros, mas o princípio geral mantém-se: o confisco das poupanças de uma vida!
Uma Europa assim, capaz de adotar todas as políticas e o seu contrário, jamais inspirará confiança nos mercados financeiros - ou, mais importante, nos seus simples cidadãos.
Meter o dinheiro debaixo do colchão e arriscar ficar sem ele por via da ladroagem comum fez parte, achava-se, de um tempo reservado aos incautos. Julgava-se ser apenas um risco terceiro-mundista ficar-se sem o dinheiro depositado numa entidade bancária mas, pelos vistos, já por cá existem os primeiros laivos de que não é bem assim...
Sabe-se, o confisco no Chipre não está, por agora, replicado em nenhum outro país. Mas para lá se caminha se, à falta de reações enérgicas, continuar uma parte dos europeus a entender não correrem o risco de ser afetados.
Entrar em pânico não é o melhor receituário - antes piora as situações.
Impõe-se, por isso, confiar na Banca - e das caixas multibanco, à hora a que se escrevem estas linhas, ainda saem notas de euro. E amanhã, também?
O governador do Banco de Portugal, pessoa acima de qualquer suspeita, garante não estar o país, nem outros da Zona Euro, em risco de copiar o Chipre. Mas ainda que assim não fosse, alguém acha que Carlos Costa faria figura de tanso, muito tanso, e anunciaria por antecedência a decisão de taxar ou cativar as contas bancárias?
Ora, ora...

Fernando Santos, no JN

O Interior é muito bonito, pá!


O presidente da Câmara de Mondim de Basto recebeu, há dias, um telefonema de um presidente de junta daquele concelho do distrito de Vila Real a pedir-lhe ajuda (isto é: dinheiro)para aumentar o cemitério da sua freguesia. Humberto Cerqueira (PS) ouviu o autarca e, finda a chamada, pensou: "Ando a vender escolas para alargar cemitérios".
Esta frase, dita num encontro promovido pelo JN com os presidentes de Câmara de Vila Real, diz mais sobre o estado em que se encontra o Interior do país do que mil estudos académicos polvilhados com belos modelos económicos e sociológicos a sustentarem previsões e a apontarem soluções. Sim, porque, como diria na mesma sessão de trabalhos o presidente da Câmara de Boticas, Fernando Campos (PSD), "de estudos estamos todos fartos. O que falta é uma estratégia".
Ora, nem de propósito, o secretário-geral do PS disse ontem coisas (isso mesmo: coisas) sobre o que deve ser feito para resgatar o Interior. António José Seguro acha que o Interior do país tem "muitas potencialidades" e que elas devem ser aproveitadas para assegurar uma "vida melhor" aos portugueses.
"É fundamental que se perceba que o interior tem futuro, tem ótimas condições, tem muitas potencialidades, tem uma qualidade de vida magnífica, tem espaço, tem rendas de casa muito mais baixas, tem mesmo muitas possibilidades que, se forem rentabilizadas e vistas como oportunidades, criam condições para que os portugueses possam ter uma vida melhor", disse o líder socialista no Sabugal, Guarda.
Numa palavra: Seguro acha o Interior do país muito bonito e vê ali uma espécie de oásis para onde corerrão portugueses aos magotes, desde logo porque as rendas são baratas e o ar muito saudável. É uma visão quase enternecedora, mas que não resiste, claro, à prova dos fatos: ou Seguro inventa milhares de postos de trabalho que fixem quem lá está e atraia quem para lá queira ir, ou, em alternativa, garante uma hortinha a cada um dos imaginários repovoadores do Interior desertificado, de modo a garantir-lhes, apenas e só, a sobrevivência.
Estes votos pios sobre as "possibilidades" e as "potencialidades" do Interior, uma e outra vez reiterados por líderes partidários quando dão um pulinho às berças, são profundamente irritantes. Só na última década, o distrito de Vila Real perdeu cerca de 50 mil habitantes. O desemprego duplicou. A perda de serviços galopou. A agricultura definhou. O envelhecimento trepou.
Os autarcas têm culpas no cartório? Têm. Mas estão muito longe de ser os principais culpados. Por uma razão: as decisões sobre o verdadeiro aproveitamento das "potencialidades" não são tomadas por eles. São tomadas longe deles. E muitas vezes contra eles. Enquanto assim for, as escolas continuarão a fechar e os cemitérios a alargar.

Paulo Ferreira, no JN