O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


sexta-feira, 26 de abril de 2013

Cada vez se rouba mais comida para matar a fome


Fórum das Regiões: Com a ideia de Paços Coelho e Gaspar de empobrecer o País em cerca de 30%, não era previsível que assim fosse? "Prendam" estas pessoas todas e deixem cá fora os Catrogas, Loureiros, Cavacos, Sócrates, Gaspares, etc, etc.



A crise está a levar cada vez mais pessoas a roubar para comer. No ano passado, alimentos ocuparam o segundo lugar na lista dos bens mais furtados. As pequenas lojas não têm dinheiro para investir na segurança.

As estatísticas divulgadas pela PSP dão conta de uma ligeira diminuição dos furtos, no ano passado, mas de uma importante alteração na hierarquia dos artigos, com os produtos alimentares a subirem no "ranking" criminal até ao segundo lugar (os artigos de higiene pessoal continuam em primeiro), quando estavam a meio da lista.

Fonte: Jornal de Notícias

Banho de realidade


O alargamento do prazo para o reembolso da dívida às instituições europeias é uma boa notícia que tardou demasiado a chegar. Desde o início do actual processo de ajustamento, houve quem duvidasse da razoabilidade das metas estabelecidas no memorando de entendimento. Esse cepticismo não decorria, em muitos casos bem pelo contrário, de uma discordância de fundo relativamente ao que se prescrevia. O que estava em causa era o ritmo a que as correcções deviam ser introduzidas e as expectativas quanto aos seus efeitos. As características estruturais da economia portuguesa e a evolução da economia europeia que, já na altura, se podia antecipar tornavam inevitável a concessão de mais tempo e a redução dos custos. Se, num primeiro momento, o argumento da necessidade de readquirir credibilidade tornava aceitável que o Governo não quisesse agendar a revisão dos termos do memorando, os sucessivos desvios entre os resultados alcançados e os previstos tornam difícil compreender por que se continuou a fazer de conta que tudo estava a decorrer normalmente e que se tratava apenas de fazer alguns ajustamentos pontuais. Essa teimosia, fruto do dogmatismo, tem tido resultados desastrosos. Sem uma estratégia, Portugal tem vogado ao sabor de ajustamentos circunstanciais, de curto prazo, que se limitam a constatar que a casa está a arder e a tentar apagar mais aquele fogo. Se o Governo não está isento de culpas, a maior responsabilidade recai na troika, incapaz de reconhecer os erros técnicos do programa ou de o ajustar à dinâmica da envolvente internacional e, sobretudo, de o enquadrar num processo de ajustamento estratégico sustentável e compatível com a preservação de um regime democrático. Actuaram como meros credores. Impuseram a sua vontade, os seus modelos, descurando o tempo e a história.

Tenho más notícias para eles. Chegados ao ponto a que chegamos, ainda que as reformas estruturais venham a produzir efeito, não se vê que as mesmas venham a gerar um potencial de crescimento que nos permita pagar a dívida entretanto acumulada. Sem um perdão parcial da dívida ou uma descida acentuada do seu custo (ou uma combinação das duas condições), o bem-estar dos portugueses (e o regime democrático?) estará comprometido por muito mais de uma década, por mais esforços que continuem (e têm de continuar!) a ser feitos no sentido de racionalizar a despesa pública. Não é um palpite. Basta olhar para o país real. A nossa microeconomia, empresas e pessoas, tem um potencial limitado, e mesmo esse continua condicionado por políticas industriais erráticas (e mal desenhadas, como Gaspar gosta de dizer) e, em especial, pela ilusão de que os problemas do crescimento têm uma solução na macroeconomia. Quanto mais persistirmos em fantasiar que estamos no caminho certo e em aplicar remendos pontuais, vogando sem rumo, sem metas exigentes mas perceptíveis, mobilizadoras e viáveis, tanto mais longo, doloroso e, por fim, falhado será o processo de ajustamento. Se aprendermos alguma coisa com o primeiro resgate (feito tarde e "com as calças nas mãos"), é tempo de confrontar a troika com aquele cenário, tirando dele todas as consequências. Não se trata de não querer, trata-se de não poder. É certo que nos falta uma estratégia para o crescimento que não iluda escolhas mas que possa ser plural. Como base de negociação talvez bastasse um documento mais comezinho, explicitando os vários cenários decorrentes de diversas alternativas de cumprimento do memorando de ajustamento. Um documento consensual no arco governativo, nos parceiros sociais e na Presidência da República. A partir dele quiçá fosse possível negociar o que hoje é considerado impossível. Até porque não estamos sós, como começa a ficar patente.

AEuropa está infestada de líderes fracos que, como mostra a história, se refugiam em dogmatismos potencialmente perigosos pela adesão ou reacção extremista que podem gerar, hipotecando o projecto europeu. Quiçá Portugal possa dar um contributo para recolocar a política na agenda europeia. Poiares Maduro alimenta-nos essa esperança.

Alberto Castro, no JN

Portugal foi o país do euro que mais destruiu empregos no quarto trimestre de 2012


Fórum das Regiões: Será que é de colocar uma cara de espanto ou admiração?


Portugal foi o país da zona euro onde a taxa de emprego mais caiu no 4.º trimestre de 2012, face ao trimestre anterior, recuando 1,4 pontos percentuais, para os 60,5%, divulgou, esta terça-feira, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.

De acordo com os dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), em termos homólogos, a taxa de emprego em Portugal recuou 2,5 pontos percentuais (p.p.) de outubro a dezembro.

Contabilizado todo o ano de 2012, a taxa de emprego em Portugal situou-se nos 61,8%, menos 2,4 pontos percentuais (p.p.) do que em 2011.

Depois de Portugal, destaque para as quebras trimestrais no emprego registadas na República Eslovaca (menos 0,6 p.p., para os 59,1%), na Estónia e na Espanha (menos 0,5 p.p., para 67,1% e 54,6%, respetivamente).

No conjunto da OCDE, no 4.º trimestre do ano passado a taxa de emprego aumentou 0,2 p.p. em termos homólogos e 0,1 p.p. face ao trimestre anterior, para 65,1%.

Segundo nota a organização, este valor está ainda 1,4 p.p. abaixo do nível pré-crise do 2.º trimestre de 2008.


Fonte: Jornal de Notícias

Caixa não dá uma para a caixa


Sinto estar à beira de uma mudança histórica na minha vida. Até agora tenho sido um acumulador de todo o tipo de tralha, de livros a discos, passando por artesanato (a última aquisição foi um enorme cabeçudo, comprado em Viana), revistas ou recordações de viagens tão diversas e inúteis como passes de transportes públicos, cinzeiros (não fumo) ou menus de restaurantes.

Também tenho o armário da roupa a abarrotar, ao ponto de estar convencido de que até morrer não preciso de comprar mais vestuário. Mas, por favor, não fiquem a pensar que esta abundância excessiva foi atingida pela via aquisitiva. Não, ela deve-se exclusivamente ao facto de estar sempre a herdar de dois bons amigos, que se mantêm acima de mim no processo da engorda, casacos, camisolas e calças em excelente estado e de marcas reputadas.

Mas sinto que estou num momento de viragem, prestes a tornar--me num militante do minimalismo, uma nova tendência baseada no destralhar, ou seja, em vermo--nos livres - dando, emprestando ou vendendo - de todas as coisas que temos em casa e só servem para nos arreliar, ocupam espaço, consomem tempo e dinheiro.

Como acho que o que é bom para mim também é bom para a comunidade, entendi por bem abusar deste cantinho que o nosso JN generosamente me proporciona para sugerir a Passos Coelho que aproveite esta crise aberta pelo Tribunal Constitucional para aderir ao minimalismo e começar pela Caixa Geral de Depósitos um processo profundo e irreversível de destralhar o Estado português.

Se pensarmos bem, a Caixa só nos dá chatices e é um péssimo negócio mantê-la. Não dá dividendos e os prejuízos recorde (na ordem dos 400 milhões/ano) que acumula obrigam-nos a estar sempre a meter lá dinheiro, em sucessivos aumentos de capital - o último foi de 750 milhões de euros e piorou as contas do défice.

Além de perder dinheiro, a Caixa é desobediente e malcomportada. Este janeiro, repetiu a gracinha de 2012, recusando-se a aplicar os cortes nos salários dos trabalhadores das empresas públicas previstos no Orçamento. E desafiou o Banco de Portugal ao teimar em manter as comissões indevidas nos cartões de débito, mesmo depois de todos os bancos privados terem acatado a sua proibição.

Com 1,2 mil milhões de euros de imparidades apuradas, a Caixa é líder no campeonato deste elegante sinónimo financeiro para buracos, devido à atividade de financiadora de capitalistas sem capital derivada da sua função de braço armado da fação política no Poder.

Apesar de ter uma equipa de 11 gestores, em que cada um ganha em média mais de um milhão de euros/ano, a Caixa ainda não conseguiu cumprir a recomendação da troika de despachar a sua posição maioritária no mercado de seguros. Ou seja, não dão uma para a caixa.

A melhor prova de que a Caixa não serve para nada é o facto de toda a gente falar na necessidade de um Banco de Fomento para fazer chegar crédito à economia real - ou seja, para desempenhar a função que o banco público devia cumprir - e não cumpre. Por isso, o melhor que há a fazer é destralhar, vendendo a Caixa e aproveitando o encaixe para reduzir a dívida pública.

Jorge Fiel, no JN