O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


terça-feira, 23 de agosto de 2011

A FERRO E FOGO!

A Grã-Bretanha esteve (será que ainda está?) a ferro e fogo. A Grã-Bretanha não, a Inglaterra. Isto porque Gales e a Irlanda, fizeram questão de se distanciar deste cenário negro.
Encontrar explicações para o que aconteceu, ou seja, identificar qual foi o rastilho e quem o ateou, dá margem para todo o tipo de razões e motivações, desde quem atira tratar-se de meros gangues anarquistas à solta e que provocam a violência, destruição e pilhagens "por desporto", ou ainda aqueles que procuram explicações mais consolidadas, procurando-as no estado actual da sociedade e nas medidas duras que teem vindo a ser implementadas, tendo sempre como destinatários a parte mais frágil, ou seja, as classes médias: - o aumento continuado do desemprego, o aumento brutal da carga fiscal, os cortes nos apoios sociais e a manutenção das mordomias da classe política, estarão, a meu ver, na base dos fatos ocorridos.
Mas desengane-se quem pense que estes são problemas exclusivos da França, da Inglaterra ou de outro qualquer País em concreto. Estes problemas são comuns à Europa, para não dizer ao mundo global.
Na verdade, as razões que aventei atrás, traduzem um cenário bastante claro da nossa realidade e de tudo aquilo que hoje sobrecarrega uma classe média (que já não o será) em claro desespero: - uma taxa de desemprego avassaladora (que no Norte pode atingir perto de 20%), a carga fiscal a atingir os limites do razoável (a chamada red line), os preços de bens e serviços de primeira necessidade a aumentar de forma continuada (ex. luz, gás, transportes, etc. etc.) e a manutenção do dito "estado gordo" com a classe política e afins a manter as suas mordomias.
Com este cenário de fundo e sem expectativas de que as coisas mudem, parecem coexistir condições suficientes para que as pessoas se revoltem.
Mas se este é um cenário difícil, muito difícil, para o País, eu, que sou um regionalista convicto, atrevo-me a dizer que o é ainda mais para o Norte, isto porque enquanto o salário médio na região de Lisboa é de 1292 euros/mês, na região Norte, esse valor médio é de 877 euros/mês, logo as dificuldades serão acrescidas por cá.
Se é verdade que o nosso governo soube até hoje e de "forma sábia", aumentar a receita por via do aumento da carga fiscal, acreditemos que esse mesmo governo tenha a "sapiência suficiente" para fazer o mesmo no corte da despesa, cortando "a gordura do estado" tal como prometeu durante a campanha eleitoral e que ainda não temos razões para dizer que não será cumprido.
E por cá…
Na sequência de mais um negócio ruinoso para o município (uma parceria público privada), o autarca de Paredes adjudicou a construção de um parque de estacionamento nos terrenos junto à antiga Junta de Freguesia de Castelões de Cepeda, cujo contrato foi assinado há cerca de 6 meses, sendo que até hoje não há sinal de obras, mas valha a verdade que ainda ninguém (a não ser o próprio) entendeu a necessidade daquele parque. Uma coisa é certa, o orçamento municipal já se "sentiu" lesado, uma vez que as receitas dos parcómetros, desde aquela data, passaram a cair diretamente na conta da empresa privada. Será isto a boa gestão da coisa pública?

Fonte: Jornal Verdadeiro Olhar

Autarca de Esposende abandona o PSD após 21 anos de militância

O presidente da câmara de Esposende, João Cepa, confirmou hoje à Lusa que pediu a desfiliação do PSD após uma militância de 21 anos, devido a “um acumular de situações” que o deixaram “desiludido” com o partido.
Segundo o autarca, o PSD “nunca deu a devida atenção” ao concelho de Esposende, onde há 26 anos o partido “não perde uma única eleição” para a câmara municipal.
Cepa admitiu que a “gota que fez transbordar o copo” terá sido o facto de o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, também líder do PSD, ter declinado o convite para estar presente nas comemorações do Dia do Município, a 19 de Agosto.
“Fiquei triste, porque tinha falado com ele [Passos Coelho] atempadamente, mas o seu gabinete informou-me que não poderia estar presente, por questões de agenda”, referiu.
Acrescentou que nesse mesmo dia fez seguir para o secretário-geral do PSD o pedido de desfiliação, “que é irreversível”.
O autarca de Esposende também não poupou críticas ao actual Governo, pelas suas “mudanças de opinião” a respeito de questões como o TGV ou os impostos.
“Se ontem à palavra TGV reagíamos com um enérgico ‘nem pensar’, hoje já reagimos com um ‘vamos ver’. Já ninguém sabe com o que pode contar. Um dia adormecemos com despesas de 10, no dia seguinte acordamos com encargos de 12”, criticou.
Com ironia, Cepa até propõe que o país, até como forma de “estimular a economia”, aposte na produção de bússolas “para que alguns políticos consigam encontrar o norte”.
“Estou a falar no norte geográfico, que tanto tem sido esquecido pelo poder central, mas também no norte no sentido de rumo, para acabar com esta situação de hoje diz-se uma coisa e amanhã já se defende uma completamente diferente”, explicou.
Actualmente com 42 anos, João Cepa assumiu a presidência da câmara aos 28, quando o então presidente eleito renunciou ao mandato.
Nos três actos eleitorais seguintes, foi o cabeça de lista do PSD e ganhou sempre.

Por Lusa/Jornal Publico 22.08.2011