O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


sexta-feira, 1 de julho de 2011

Vale a pena aplaudir de pé!

Passos Coelho apresentou ontem na Assembleia da República, o programa do novo governo.

Como dizia o outro, num famoso e antigo spot publictário, o "algodão não engana". É como os políticos, não enganam. Mas estes enganam os cidadãos.

O Fórum das Regiões atento ao momento político, dasafiou dois arrumadores de carros da região (nada contra estes e com todo o respeito) a integrar um governo imaginário e dizer o que fariam se fossem governantes deste País:

- Um disse "É fácil, cortava o subsídio de férias e o 13º mês, aumentava o IVA para 30% e tinhamos o problema resolvido."!
- O outro, alarmado com tamanha audácia, disse "Ó pá também não é preciso tanto, basta cortar o 13º mês e aumentar o IVA para 25% e a coisa resolve-se."!

Não foi isto que Passos Coelho fez ontem? Anunciar um imposto extraordinário de 50% no IRS do subsídio de Natal? Foi. E o que se segue é a revisão dos escalões do IVA e o aumento da taxa máxima para os 25%. Qual de nós não saberia fazer isto? Onde estão os cortes no estado obeso e no estado paralelo que Passos Coelho e Catroga se referiram e bem, num passado recente? Aplausos de pé para esta "inovação!

Desafiamos também os ditos arrumadores de carros a dizer-nos uma medida que tomariam se fossem Presidentes da Câmara de Paredes:

- Aqui, os dois foram unãnimes na medida que tomavam de imediato "pediamos um empréstimo de 5,5 milhões de euros" à banca!

Afinal não foi isto que Celso Gomes Ferreira fez na última reunião de Câmara? Continuar o processo de "afundanço" financeiro da autarquia paredense? Foi. Afinal, ele não é mais esperto que qualquer arrumador de carros.

Vale do Sousa, 1 de Julho


quinta-feira, 30 de junho de 2011

Que ligações pode ter André Villas-Boas ao grosso dos políticos?

É que, quer André Villas-Boas, quer a maioria dos políticos portugueses, nasceram ou têm raízes na região Norte!


  Villas-Boas subiu rápidamente a escada do sucessso. Foi meórica a sua ascensão. De mero adjunto de Mourinho a estrela maior no F.C. Porto, foi um ápice. Um ápice que lhe "toldou" o raciocínio e o levou a tomar a decisão de zarpar ao Chelsea. Ele que estava na sua "cadeira-de-sonho" e a abandonou, em nome do seu próprio interesse, seja ele finaceiro ou não. Foi o seu interesse pessoal a definir o seu futuro.

Também a maioria dos políticos portugueses e que estiveram ou estão sentados na cadeira do poder em Lisboa, nasceram ou teem raízes na região Norte. Uma região que eles "adoram" e que lhes preenche a alma de cidadão. A região Norte é para estes a sua "cadeira-de-sonho". Não é por acaso que, quando em campanha eleitoral, quase 70% do tempo, passam-no aqui, no Norte. Mas a política torna-se a sua estrela maior e num ápice zarpam para Lisboa. Deixam a sua "cadeira-de-sonho" e abandonam a região em nome dos seus próprios interesses, sejam eles financeiros ou não. É o respetivo interesse pessoal a definir o seu futuro.

A ligação que estes 2 "ícones" teem, é a respetiva "cadeira-de-sonho". Para um, ser treinador do FCPorto, para os outros, a região Norte. Mas ambos rápidamente se esquecem da dita cadeira, em nome dos seus interesses pessoais.

Mas se por um lado, a decisão tomada por um não afeta o comum dos cidadãos, por outro lado, a decisão tomada pelos outros, atinge-nos com um raio, talvez como um raio que os parta!

José Henriques Soares  

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Paredes, uma cidade com pinta(s)!

Paredes, uma cidade com muita pinta(s)...!

O Fórum das Regiões foi confrontado com a questão de um cidadão, pretendendo saber o que "eram aquelas bolinhas brancas" pintadas nas ruas da cidade! Este, confidenciou-nos que não se apercebeu de nada, até ao momento em que, em virtude da ultrapassagem de uma viatura que circulava em sentido contrário, teve que se desviar para a berma/passeio e por pouco batia num cidadão que passava a pé naquele momento.
Aquilo que o FdR respondeu de imediato foi que, de acordo com afirmações do autarca de Paredes, Paredes é uma cidade "com pinta". Infeliz afirmação. Paredes é de fato, uma cidade com milhares de pintas, que não servem para nada nem para ninguém, servem simplesmente para gastar dinheiro ao erário público e para satisfazer o ego do autarca, à custa dos contribuintes.
Vale a pena levantar aqui algumas questões: qual é o enquadramento legal "daquelas pintas" e daqueles sinais? Será à luz do Código de Estrada e do Regulamento de Sinalização e Trânsito? E no dia em que acontecer ali o primeiro acidente, esperemos que não grave, quem vai ser responsabilizado por aquela trapalhada? Será o autarca ou ele "sacudirá a água do capote" como é habitual?
Enfim...

Vale do Sousa, 29 de Junho

terça-feira, 28 de junho de 2011

Negócio, é “NEGÓCIO”!

Onde é que Paredes já viu isto?

É mais um negócio daqueles de que Portugal é pródigo. Ficamos a saber recentemente que o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras - SEF (Estado) vendeu recentemente o seu edifício/sede em Lisboa por 6 milhões de euros.
Em função disso, o SEF transferiu-se para um edifício alugado no famoso Tagus Park em Oeiras, onde passaram a pagar uma renda anual de 1,250 milhões de euros, para além de terem gasto 1 milhão de euros em obras de adaptação.
Para além disto, concluíram que este novo edifício não servia a totalidade dos seus interesses e, vai daí, alugaram mais 2 pisos do prédio anteriormente vendido.
Ou seja, em pouco mais de 3 anos, o Estado vai gastar mais nas mudanças e alugueres, do que aquilo que ganhou com a venda do imóvel.
Este “negócio” não vos faz lembrar uma estória parecida que ocorreu em Paredes, quando a Câmara Municipal e o seu autarca decidiram vender o Estádio Municipal e terrenos envolventes, para posteriormente passar a pagar aluguer daquele mesmo espaço, ao novo proprietário?
Quer em Lisboa, quer em Paredes, afinal quais são os verdadeiros intuitos destes negócios?

Vale do Sousa, 28 de Junho

O valor dos "SINAIS"!

A polémica instalou-se. São as viagens em turística, é a extinção dos governos civis, é o fato do governo só ter 11 ministros, enfim. Esta polémica reflete exatamente aquilo que se passa no nosso País, que é uma evidente resistência à mudança por parte da sociedade, ou melhor, das corporações existentes na sociedade e a falta de “sinais” vindos de cima, vindos dos responsáveis.
Não me preocupa nada o fato de os nossos governantes viajarem de borla na TAP, porque pagando ou não a viajem, seria sempre o erário público a fazê-lo. O que a mim me satisfaz, enquanto cidadão, é o sinal e o exemplo que Passos Coelho deu, esperando que todos os outro o sigam. E quando me refiro a todos os outros, refiro-me naturalmente a todos aqueles que desempenham funções públicas, incluindo autarcas. Não me parece nada oportuno, que com estes sinais, o autarca de Paredes continue a ir jogar golfe ali para os lados de Santo Tirso, na viatura da Câmara e com motorista.
Quanto à extinção dos Governos Civis, a medida só me merece aplausos, desde que a mesma seja consumada rapidamente com as transferências das suas competências para as CCDR`s e para as Câmaras Municipais. Lamento é que não aproveitemos a oportunidade para, de uma vez por todas, promovermos a criação das autonomias regionais no continente, de forma a aproximar o poder dos cidadãos.
Outra questão que se levantou, tem a ver com o fato do governo só ter 11 ministros. Passos Coelho está a cumprir com aquilo que prometeu, que é ter um governo pequeno e ágil, esperando para ver o que se vai passar com as secretarias de estado. É uma decisão que me parece oportuna e que devia ser aplicada a todos os conselhos de administração de empresas públicas e nas próprias Câmaras Municipais. Pergunto, o que justifica que a Câmara Municipal de Paredes tenha 6 vereadores em funções? Julgo que 3 ou 4, no máximo, chegavam muito bem para gerir os destinos do município.
Entendo é que estes “sinais” e exemplos deviam percorrer toda a estrutura hierárquica do estado, de cima a baixo, chegando mesmo às freguesias.
Ao contrário do que ouvi dizer a alguns “opinadores”, não acho que seja necessário ao governo ter muitos ministros, ganharem milhões ou viajarem em 1ª classe, para que governem bem.
Não basta “ser”, é preciso “querer”!

José Henriques Soares

segunda-feira, 27 de junho de 2011

"No pasa nada"

Em notícias como a de que o Exército pagou ilegalmente (aplicando, segundo a IGF, uma regra que "carece de suporte legal") 8,4 milhões de euros em remunerações, o que implicou ainda uma "revalorização" de outros salários que custou aos contribuintes 2,6 milhões por mês; ou a de que o Ministério da Justiça pagou centenas de milhares de euros em "subsídios de compensação" a magistrados que a ele não tinham direito, incluindo mortos; o que mais surpreende é que vêm a público e não se volta a ouvir falar no assunto.

Bem podem os portugueses interrogar-se sobre se os milhões pagos ilegalmente terão sido restituídos e se terá sido responsabilizado quem ordenou ou permitiu os pagamentos. Nunca terão resposta. Um denso pano cai sistematicamente sobre casos destes e, depois, a generalizada falta de memória faz o resto.

Em plena crise económica, o Comando-Geral da PSP gasta dinheiro em festarolas de aniversário quando muitos milhares de portugueses não têm que comer e a própria PSP vive afogada em carências de toda a ordem?; o Estado paga 15,7 milhões de euros em "estudos" a certos escritórios de advogados?; há autarquias que gastam 587 503 euros em concertos de Tony Carreira e Quim Barreiros, 4 324 163,13 em "festas" e 700 000 em corridas de automóveis?

"No pasa nada"... Os contribuintes "pergunt[am] ao vento que passa/ notícias do [seu] país/ e o vento cala a desgraça,/o vento nada [lhes] diz".

Manuel António Pina

domingo, 26 de junho de 2011

Um buraco chamado Lisboa

Olhado de cima e visto em perspectiva, Portugal é como um bilhar snooker que descai sempre para um buraco chamado Lisboa, que absorve, bulímico, os recursos humanos e materiais do resto do país.
O problema não é novo. Quem leu a "Queda de um anjo", de Camilo, sabe que este maléfico magnetismo já era poderoso mesmo num século como o XIX onde o Porto liberal, invicto e vitorioso da Guerra Civil, viveu um dos períodos de maior esplendor da sua história.
Ao nacionalizar os grupos económicos que viviam à sombra da protecção do Estado Novo, o 25 de Abril abriu o espaço para a emergência, a Norte, de uma nova geração de empresários, de que Belmiro de Azevedo e Américo Amorim são as cabeças de proa, que mudaram a face do país.
O poder económico deslocou--se para Norte, onde uma impressionante multidão de PME produtoras de bens transaccionáveis salvaram, com as suas exportações, o país da bancarrota.
Os empresários do Norte não ficaram à espera das privatizações e aventuraram-se a criar os primeiros bancos privados (BPI e BCP) após a revolução, numa altura em que os velhos capitalistas ainda mantinham bens e famílias na Suíça e no Brasil.
Cavaco pôs um ponto final a esta fase de desenvolvimento harmonioso e liberal da economia do país ao usar o programa de privatizações para fazer renascer os grupos engordados à mesa do salazarismo. Nenhum analista político e económico honesto deixará de identificar a década cavaquista como o período em que os portugueses, anestesiados pela chuva torrencial de dinheiro vindo de Bruxelas, consentiram na construção de um estado ultracentralista e fecharam os olhos ao nascimento de dois monstros (o do défice e o da Função Pública).
Fernando Gomes foi o líder que capitalizou a nível político o poder económico da região, que já se deslocava para o buraco negro lisboeta. A proclamação pela UNESCO do Centro Histórico do Porto como Património da Humanidade, o metro do Porto, o Parque da Cidade, o Porto Capital Europeia da Cultura, a Casa da Música são as marcas deste período áureo da metrópole que, com o seu porto de Leixões e aeroporto Sá Carneiro, é a cabeça natural da mais empreendedora região do nosso país.
Apesar de ser o líder respeitado de uma região e de estar informado das desventuras na capital do fidalgo minhoto Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda (o herói da novela camiliana), Fernando Gomes não resistiu ao cântico das sereias lisboetas e na primeira oportunidade trocou a vista da Avenida dos Aliados pela do Terreiro do Paço, com o resultado conhecido (o suicídio político).
A contínua migração para Lisboa de líderes e massa cinzenta tem de deixar de ser uma fatalidade.
Para ressurgir, a Região Norte precisa de políticos que olhem para o Porto, Aveiro, Braga, Guimarães, Viana do Castelo, Bragança, Viseu, Guarda e Vila Real como pontos de chegada - e não como pontos de partida.

JN: 25 Junho 2011
Artigo: Opinião