O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Feliz Natal.

O Fórum das Regiões deseja a todos, colaboradores, leitores e demais cidadãos, um Feliz Natal e um ano de 2012, o melhor possível, face às condicionantes de natureza económica, financeira e social.




Vale do Sousa, 23 de Dezembro

Carro de autarca custa 70 mil euros

Fórum das Regiões: O FdR também leu esta notícia que correu o País...! O cavalheiro ainda foi algo comedido, 200 mil euros em 5 carros! Há um autarca que só num carro gastou 130 mil euros, que por acaso é o autarca de Paredes...

Câmara Municipal de Matosinhos: Cinco vereadores exigiram mp3 e vários extras em viaturas. Câmara paga o total de 200 mil euros.

Segundo a notícia do CM "Guilherme Pinto, presidente da Câmara de Matosinhos, pagou 70 mil euros pelo aluguer de um carro de alta cilindrada, ao volante do qual deverá circular nos próximos 3 anos. Cinco outros vereadores da câmara tiveram também direito a viaturas novas com diversos extras incluídos, entre os quais  leitor de mp3. No total a autarquia vai gastar 200 mil euros nos potentes carros.".

A troika e o governo de Passos Coelho não vão dizer nada? Numa altura de grande contenção em que o Povo está a ser altamente fustigado pelas medidas de contenção e cortes em geral, como é possivel tomar estas decisões? Quem se admira que o País tenha chegado ao estado a que chegou?

Vale do Sousa, 23 de Dezembro

Cabo da boa Esperança

As audiências da TVI, SIC e RTP correm na cauda dos canais por cabo. Porquê?! Pelo interesse e pelos conteúdos, depois das séries e dos filmes.

Onde mais ouvir Rosado Fernandes chamar ‘Cosi Fan Tutte’ a Sarkozy e Manuel Maria Carrilho desejar que o Governo leia Eduardo Lourenço e Medeiros Ferreira a explicar: "o memorando da troika é uma ordem para emigrar" e Santana Lopes lamentar: "Não se ouve falar de medidas que contribuam para o sacrifício daqueles que mais podem e mais têm"!? O Zé Povinho dobra sempre o cabo da boa esperança…

Caimão não é um paraíso fiscal no offshore?! Então a CGD pode!?... e a Madeira não!?


Por:Joaquim Letria, CM

Orgulho na diáspora

O rendimento disponível dos portugueses deverá cair 6% em 2012, dizem as projecções da Comissão Europeia, que apontam para 13,7% de desemprego.

A taxa real ainda será superior a todas as estimativas oficiais, porque as pessoas que fazem pequenos biscates ficam excluídas das estatísticas. A quebra da procura interna vai gerar uma onda maior de falências e de destruição de empregos.

Sem trabalho e sem dinheiro a emigração volta a ser uma opção válida. É triste, mas é melhor arriscar do que viver na pobreza. E se este país é maior do que o rectângulo europeu e os arquipélagos atlânticos deve-o à diáspora e à obra notável de milhares de portugueses do Brasil à Europa, de África a Macau, da Austrália à América.

Por:Armando Esteves Pereira, CM

FINALMENTE…!

Finalmente alguma coisa com sentido. Face à gestão "muito pouco" cuidadosa que o estado tem vindo a ser alvo nestes 37 anos de democracia (!), agudizada nestes últimos 10 a 15 anos, onde prevaleceu um pensamento político de, fazer agora e pagar depois, seja através de obras que são feitas e só são pagas meia dúzia de anos depois, quer através das parcerias público privadas que por aí proliferam. A verdade é que o destino não poderia ser outro, que não a ameaça de bancarrota.
Ora, incluir na Constituição um limite apertado ao défice, é de fato uma coisa com sentido e com a qual eu concordo.
Contudo, muitas autarquias são também co-responsáveis nesta caminhada para o abismo, logo esses limites apertados teem que ser estendidas ao Setor Empresarial Local e aos municípios, obrigatoriamente.
Coisa sem sentido, é o governo vir apresentar os aumentos na saúde como meros aumentos das taxas moderadoras! Mas moderadores de quem e de quê? Aumentar o número de isenções? O problema, Sr. Primeiro Ministro, não são os Portugueses que beneficiam das ditas isenções, o problema são as pessoas com rendimentos entre os 800 euros e os 1800 euros, que constituíam a dita classe média e que são aqueles que sempre pagam tudo, e que agora vão ter que pagar, bem pago, para ter acesso aos serviços de saúde, que deveria ser "tendencialmente gratuita"! Não é o que está na Constituição da República Português, para já?
È por isso, que o ultimo relatório da OCDE refere que desde 2008 para cá as desigualdades sociais teem vindo a agudizar-se no mundo inteiro e Portugal aparece como campeão destas desigualdades. Não é de estranhar pois, que no final do século passado 1% dos mais ricos do País detinham cerca de 5% da riqueza e hoje já possuem mais de 20%! O que não deixa de ser típico numa sociedade terceiro mundista.
Por cá…
O cerco aperta-se às autarquias endividadas, entre elas a Câmara de Paredes. Ao que parece, o "nosso" autarca vai ter que pedir o saneamento financeiro da autarquia e ficar com "rédea curta" no seu despesismo desnecessário.
A coisa está feia para o Celso Ferreira. Tão feia que insultou um autarca em pleno salão nobre da Câmara Municipal, autarca esse que estava ali, legitimamente, em representação do seu Presidente de Junta. Trata-se de uma enorme falta de respeito, uma grande falta de sentido democrático e uma santa ignorância…!
Finalmente…
Como sempre ouvi dizer, ano novo, vida nova. Vou terminar por aqui a minha longa colaboração com o Verdadeiro Olhar. Ao jornal, na pessoa do seu diretor, agradeço a oportunidade que me deu de poder partilhar as minhas ideias com os leitores A todos aqueles que foram perdendo algum tempo a ler o que escrevo, agradeço-lhes por isso.
Aproveito a oportunidade para desejar a todos um santo e feliz natal, bem como um 2012…o melhor possível.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Alunos da Grécia desmaiam de fome na escola

O Fórum das Regiões também leu a notícia do JN.

Segundo a notícia "Uma criança de 13 anos desmaiou subitamente durante uma aula num colégio de Heraklión, a capital da ilha de Creta. Quando a diretora da escola avisou a mãe, trabalhadora a tempo parcial numa empresa municipal e com quatro filhos a seu cargo, a mulher explicou que a familia não comia há dois dias.".

Ao que tudo indica, trata-se de um acontecimento entre vários e que deve alertar os cidadãos Gregos e Europeus para o que está a contecer neste País. A europa também é responsável por isto, porque muito se fala na ajuda, mas na prática não deixa de ser um empréstimo e por sinal com juros bem pagos. Esta política de cortar, cortar, cortar, imposta pelo FEEF/FMI não é a resposta adequada e justa aos problemas atuais.

Não será que se seguirá Portugal, Espanha, Itália, Irlanda? E se assim for, o que acontecerá à Europa? E quando forem os nossos filhos a desmair de fome?

Vale do Sousa, 22 de Dezembro

O ministro de Tudo

O ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, tem vindo progressivamente a assumir-se como o ministro de Tudo e Mais Alguma Coisa. Poderia pensar-se que sofreria da voraz síndroma "cheliomyrmex andicola", também dita síndroma da marabunta; mas não: o próprio Passos Coelho nele delegou, satisfazendo o seu insaciável apetite político, competências em áreas tão dispersas quanto as da igualdade de género, administração local, desporto, diálogo intercultural ou juventude, permitindo-lhe igualmente atribuir subsídios, condecorações, pensões por serviços excepcionais e relevantes e, até, a "pensão por méritos excepcionais na defesa da liberdade e da democracia", matéria em que o ministro Relvas exibe, como se sabe, invejável currículo.

Para além disso, falando Passos Coelho frequentemente por parábolas, a Miguel Relvas cabe ainda a interpretação autêntica das suas palavras. Assim, já veio explicitar que os portugueses que sigam o conselho do primeiro-ministro e emigrem rapidamente e em força para Angola ou Brasil (Relvas acrescenta Moçambique) aí encontrarão o Eldorado, pois"os portugueses [que] têm uma visão universalista têm sempre sucesso".

A emigração de jovens "portugueses com formação superior" para esses países deve porém ser, frisa Paulo Rangel, uma "segunda solução". A primeira é, obviamente, tentar emigrar para o PSD e, daí, para um "job" num instituto ou numa empresa pública.

Manuel António Pina
Jornal de Notícias

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Taxas enganadoras

O governo parece preferir beneficiar empresários ricos em detrimento dos pobres dos doentes.

O aumento anunciado das taxas moderadoras nas urgências hospitalares é uma medida injusta, incoerente e inútil.

A existência de taxas nas urgências não faz, desde logo, qualquer sentido. É verdade que houve em tempos necessidade de moderar a procura das urgências, pois os bancos dos hospitais estavam muitas vezes entupidos com multidões por causa de um simples surto de gripe, inviabilizando o atendimento de casos verdadeiramente graves. Mas esta questão já não se coloca hoje. Por um lado, porque o tratamento não programado de doentes se distribui pelos diversos serviços de saúde, centros de atendimento permanente e outros. Por outro, foi implementado nos últimos anos o sistema de "triagem de Manchester" à entrada das urgências, que prioriza o atendimento em função da verdadeira gravidade de cada doente.

É pois de crer que a maioria dos que se dirigem às urgências dos hospitais sejam cidadãos que, de facto, se sintam numa aflição momentânea e procurem os tratamentos de que carecem ou, no mínimo, uma opinião tranquilizadora. Os cidadãos têm esse direito. Até porque um bebé aos gritos constitui sempre uma urgência, mesmo que a sua situação clínica não inspire cuidados de maior.

A medida que agora entrará em vigor é, além do mais, inesperada. Lembremos que o governo, ao impor sacrifícios aos portugueses, anunciou a intenção de proteger os mais carenciados, os mais vulneráveis, entre os quais obviamente se encontram as famílias que têm de recorrer em desespero aos hospitais.

Por último, o acréscimo de receita com esta medida representa apenas cerca de um por cento do orçamento da Saúde, ou seja, é irrelevante. Além de que o sistema para garantir a cobrança efectiva das taxas moderadoras consome uma parte considerável das receitas geradas.

Se não se encontra justificação plausível, porquê então esta medida? O aumento das taxas moderadoras surge apenas porque está previsto no acordo com a Troika. Mas curiosamente aí também se prevê a renegociação das parcerias público-privadas, medida abandonada e que geraria muito maior poupança. Assim, o governo parece preferir beneficiar empresários ricos, em detrimento dos pobres dos doentes.

Por:Paulo Morais, Professor Universitário