O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


sexta-feira, 25 de março de 2011

Vara saiu do BCP com indemnização "milionária" de 562 mil euros


O comentário que o Fórum das Regiões entende dever fazer sobre este assunto, é que assim fica mais claro para os cidadãos e para os acionistas, porquê que o BCP está na eminência de ser considerado "lixo" pelas agências internacionais. Como é possível estes (todos) individuos ganharem tanto dinheiro? Miserável País.

O antigo vice presidente do BCP, Armando Vara, que saiu do banco no Verão de 2010 devido ao alegado envolvimento no processo Face Oculta, recebeu 562 mil euros de indemnização, a que se somam aos 260 mil euros de remuneração fixa, revela a agência Lusa. Vara suspendeu as suas funções no maior banco privado português em Novembro de 2009, quando o seu nome foi ligado ao processo Face Oculta, que se prende com alegados casos de corrupção e outros crimes económicos relacionados com o negócio da sucata e que tem 36 arguidos. Apesar de não ter exercido qualquer atividade no BCP desde o final de 2009, Vara recebeu um total de 822 mil euros do banco em 2010, um valor que supera, inclusive, os 647 mil euros auferidos pelo presidente Carlos Santos Ferreira. No total, os nove administradores (oito, excluindo Vara) do BCP receberam 4,1 milhões de euros no ano passado, parte dos quais relativos à remuneração fixa no banco e, numa proporção muito menor, relativos à remuneração relacionada com empresas participadas. No Relatório do Governo Societário de 2010 enviado, esta sexta-feira, pelo BCP à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o banco explicou que o contrato de cessação do vínculo de Vara à instituição foi celebrado "exclusivamente no interesse da sociedade e proteção da imagem do banco". E justificou que esta indemnização 'milionária' corresponde às remunerações fixas que seriam recebidas Vara até ao termo previsto para o exercício de funções para as quais foi eleito no início de 2008. Vara é arguido no processo Face Oculta, sendo acusado de três crimes de tráfico de influência.

por: JN 25 de Março 2011

Outra veza história do João Ratão

O Governo parece estar por um fio. Pode não passar de hoje. E daí? Para nós pagadores impostos, que vamos ao supermercado, que abastecemos o carro, enfim, que sentimos a crise todos os dias, o que vai mudar? Talvez nada, ou quase nada.
Conhecemos bem a alternância à portuguesa. Graças a ela, à alternância do costume, chegamos onde chegamos. Com um país imerso na crise - crise múltipla, diga-se - seria uma boa oportunidade para os políticos do arco da alternância olharem pelos interesse dos cidadãos. Os seus próprios interesses, enfim, ficariam para depois.
A meio de Fevereiro, Pedro Passos Coelho, numa metáfora infeliz - mas que não deverá andar longe da verdade dizia: o PSD não estava com "pressa de ir ao pote". Bem, o pote agora surge mais perto do que podia parecer. A metáfora do líder do maior partido da oposição é elucidativa. O homem que se perfila como possível primeiro-ministro vê o poder, o exercício do cargo, como o João Ratão: um pote.
É o festim que se adivinha. Em vez dos líderes dos principais partidos preocupados à procura de um consenso, de uma solução para sair do beco, vemo-los preocupados em chegar ao pote.
O que nos espera, para já, parece ser um vazio político, pelo menos durante três meses, com tudo o que isso pode significar. A não ser que o Presidente da República resolva sair a terreiro e cumprir aquilo que anunciou: exercer uma magistratura activa. Os apelos têm surgido de vários quadrantes, nomeadamente os seus antecessores Soares e Sampaio.
Talvez Sócrates não mereça permanecer no cargo. Portou-se, por várias vezes, como um menino mimado e arrogante. Mas a corrida ao pote, mesmo dentro do partido do Governo, promete ser tão descarada, que neste momento era isso que os portugueses menos mereciam - assistir a tal espectáculo, onde a falta de pudor nem sequer licença pede para entrar.

quinta-feira, 24 de março de 2011

O ministro, a sua mulher, a democracia e a justiça dela

A cerimónia de abertura do ano judicial, hoje, vai produzir uma fotografia de família.
Será a mais triste fotografia da decadência de uma era democrática. Cinco magníficos chefes de exércitos de cera, prodigiosos damascos num monumento de mofo. Não há príncipes neste palácio da justiça, nem justiça neste palácio de príncipes. Começando por um dos cinco, o que é ministro.

A mulher de Alberto Martins, que é procuradora-adjunta, recebeu 72 mil euros pela acumulação de funções em dois tribunais. Apesar do parecer negativo da Procuradoria-geral da República; apesar da decisão contra de um ex-secretário de Estado. Escândalo? Não, um dia normal. Que diz o ministro? Que não interveio. Que faz o ministro? Manda investigar.

Agora compare: há três semanas, o ministro da Defesa alemão, Karl-Theodor zu Guttenberg, um dos ministros mais populares e fortes de Angela Merkel, foi acusado de plágio na tese de doutoramento. Não esperou por investigação: demitiu-se. Descubra as diferenças, não são sete, é só uma: a dignidade do sistema político sobrepõe-se a quem lá passa.

Uma demissão não é um acto de saneamento político mas de sanidade do sistema; não é uma confissão de culpa, mas de sentido de Estado. Mas em Portugal ninguém se demite, tudo se admite. Os portugueses não conseguem votar por falha grave do Cartão de Cidadão? Rolam cabeças subalternas. A mulher do ministro da Justiça (repito, da Justiça) é suspeita de favorecimento? Não há problema. Mas a expressão "degradação das instituições" vem-nos à cabeça - e é eufemismo.

Voltemos à fotografia de família de hoje: teremos um ministro cuja mulher é suspeita de favorecimento; um Presidente da República traído, e condicionado, pelo Governo; um procurador-geral da República impotente e sem dinheiro para investigar a gravíssima suspeita de um juiz alvo de escutas ilegais; um bastonário que acusa os juízes de violação de direitos humanos e que não consegue que a sua Ordem dos Advogados aprove um orçamento; e um presidente do Supremo que manda destruir escutas ao primeiro-ministro que nunca mais são destruídas.

Este é um retrato patético de poderes que não mandam e que em vez de se separarem, se opõem. Este é o retrato de um sistema de Justiça que faz da própria cerimónia que o celebra uma caricatura da sua lentidão: o ano judicial iniciou-se em Setembro, a sessão de abertura é em Março.

Estamos cansados das reformas na Justiça. Já se reformaram todos os códigos, os mapas judiciários e os nós das acções executivas - e o que sobra são suspeitas de leis à medida de quem legislou, políticas paralisadas e um milhão de processos a entupir tribunais. Fala-se de politização do sistema e de falta de meios, e não se o despolitiza nem se lhe dá meios.

A reportagem que o Negócios hoje publica fala dessa criminosa falta de meios. De um gabinete de seis metros quadrados onde estão duas juízas e por onde todos passam se querem ir à casa de banho. De outro tribunal onde se fez uma "puxada" à máquina de multibanco (!) para fazer telefonemas, pois não há telefone. De um Tribunal do Comércio de Lisboa com arranha-céus de papéis. Uma democracia sem juízes, independentes e poderosos, não é uma democracia, é uma ameaça. Isto não é justiça. Mas é isto a Justiça, com ministro, a sua mulher e tudo.

Os partidos não perceberam nada das manifestações de sábado. Os jovens e velhos, os canhotos e os destros, não pediam empregos para a vida, pediam justiça e uma economia com oportunidades, onde o mérito tenha espaço para prevalecer. Não há justiça sem tribunais. Não há política com partidos que justificam os defeitos porque a virtude é uma abstracção. Há anos que cheira a fim de regime. Mas o regime adora-se.


Pedro Santos Guerreiro
Jornal de Negócios

Benfica condena «acção cobarde»

Para o Fórum das Regiões não existem dúvidas, a ter acontecido o relatado, está errado, é uma questão de intervenção das autoridades competentes e de aplicação da justiça.
Benfica condena «acção cobarde» contra Rui Gomes da Silva.O Benfica emitiu, esta tarde, um comunicado onde «lamenta e condena a acção cobarde» contra o vice-presidente encarnado Rui Gomes da Silva, que foi alvo de uma emboscada, na tarde de ontem, no Porto. Rui Gomes da Silva alvo de emboscada no Porto Benfica emitiu, esta tarde, um comunicado onde «lamenta e condena a acção cobarde» contra o vice-presidente encarnado Rui Gomes da Silva, que foi alvo de uma emboscada, na tarde de ontem, no Porto. O documento, publicado no site do clube, acrescenta que a violência contra o dirigente benfiquista foi incentivada por «anteriores decisões judiciais» e pela «impunidade de que alguns parecem justificar». Recorde-se que Rui Gomes da Silva foi alvo de uma agressão, na tarde de sexta-feira, quando saía de um restaurante na Foz, no Porto. Dois homens encapuzados agrediram o dirigente e disseram, nas palavras do próprio a A Bola: «Isto é para aprenderes a não dizer mal do FC Porto». Eis o comunicado: «O Sport Lisboa e Benfica lamenta e condena a acção cobarde de que foi vítima o seu vice-presidente Rui Gomes da Silva na tarde de ontem, no Porto. Actos que anteriores decisões judiciais incentivaram e que a impunidade de que alguns parecem beneficiar justificam. Resistir aos cobardes é um acto obrigatório de todos aqueles que gostam de futebol e que apenas querem que o futebol português seja limpo dos marginais e seus mandantes. Rui Gomes da Silva, vice-presidente do Benfica para a área institucional e administrador da SAD encarnada, foi ontem agredido à saída de um restaurante na Foz, no Porto, após ter almoçado, na companhia da sua esposa, com o presidente da Câmara Municipal da Paredes, Celso Ferreira, e também com a mulher do autarca. O incidente aconteceu à saída do restaurante, quando dois encapuçados agrediram o dirigente encarnado, que ficou sem reacção e perplexo como o sucedido, tal como os seus acompanhantes. «Foi tudo muito rápido. Estávamos a sair de um restaurante, na Foz, quando dois indivíduos me atacaram e agrediram, gritando 'isto é para aprenderes a não dizer mal do FC Porto'. É lamentável que se chegue a este tipo de situações», confirmou Rui Gomes da Silva a A BOLA, surpreso. O vice-presidente e administrador do Benfica, de 52 anos, natural da freguesia de Santo Ildefonso, no Porto, deslocara-se ao Norte por questões profissionais, relacionadas com o seu escritório de advocacia, que tem uma delegação em plena Invicta. Aproveitou para confraternizar, num dos restaurantes da moda, na zona da Foz, almoçando com o presidente da Câmara Municipal de Paredes, de quem é amigo de longa data. No mesmo local almoçavam, também, Fernando Gomes, ex-presidente da Câmara do Porto e actual administrador executivo da Galp, e ainda André Villas Boas, treinador do FC Porto, que, de resto, até cumprimentou, à saída, o dirigente encarnado. Dois a agredir, um a controlar, Celso Ferreira, edil de Paredes, foi testemunha do incidente e descreveu a A BOLA como tudo se passou: «Quando saímos do restaurante Shis, na Foz, fomos subitamente surpreendidos por dois indivíduos, que deram um soco no Rui dizendo que era a paga pelos comentários que fazia na TV. Segundo me disseram, estava uma terceira pessoa dentro de um carro, a controlar tudo o que se passava. Foi, claramente, uma emboscada dirigida a Rui Gomes da Silva, de quem sou amigo de longa data. Foi tudo muito rápido: agrediram-no e fugiram».


Jonal A BolaLisboa, 12 de Março de 2011

quarta-feira, 23 de março de 2011

Passos Coelho: "Não posso prometer que não haja aumento de impostos"

Para o Fórum das Regiões, a isto chama-se ...continuidade! Do mesmo logro! Da mesma mentira! Da mesma classe política!
"Ninguém de boa fé pode hoje jurar que não tenha de mexer nos impostos", afirmou o líder social-democrata à revista "Sábado".
As palavras de Pedro Passos Coelho foram proferidas num jantar com autores de blogues e agora confirmadas à revista "Sábado". Num artigo que será publicado na edição de amanhã, o líder social-democrata afirma que “não pode prometer que não haja aumento de impostos”. "Ninguém de boa fé pode hoje jurar que não tenha de mexer nos impostos. Eleitoralmente, não vou prometer coisas que não tenha a consciência de poder cumprir. E não são só os impostos", acrescentou Pedro Passos Coelho, justificando esta decisão com a possibilidade "das contas nacionais estarem piores do que informa o Executivo" de José Sócrates. "É preciso clarificar qual a dimensão do problema. Tenho dúvidas que o Governo esteja a olhar para as necessidades reais com toda a informação transparente em cima da mesa", referiu Passos Coelho

Jornal de Negócios Online - negocios@negocios.pt
23 Março 2011

Que futebol?! Isto não é sobre futebol "um ponto é tudo"

Dois indivíduos encapuzados, à porta de um restaurante do Porto, fazem uma espera e agridem um dirigente do Benfica. Cena seguinte: depois de um jogo da sua equipa no Norte, regressava o presidente do Benfica pela auto-estrada quando alguém lhe lança uma pedra e parte o pára-brisas... Duas hipóteses tolas: o FC Porto (quer dizer, a sua direcção) está por trás das agressões; o Benfica (isto é, a sua direcção) está por trás das agressões... Há explicações plausíveis para qualquer dessas hipóteses. Para uns, os agredidos são do Benfica, logo o culpado é o outro... Para outros, a classificação do FC Porto não precisa destas partes gagas, enquanto o outro clube... Eu tenho outra ideia: o Benfica e o FC Porto (quer dizer, os clubes e quem os representa) não têm nada a ver com aquelas agressões. E tenho um argumento definitivo: porque sim. Esse argumento é que me permite não ser esquizofrénico. No próximo dia 3, estarei na Luz e aplaudirei uma equipa (a minha) ou a outra (a que foi de meu pai) e não me sentirei em qualquer dos casos cúmplice daquelas agressões ou provocações imbecis. Sem um facto ou prova em contrário, recuso- -me aceitar que qualquer dos responsáveis daqueles clubes seja autor daquilo. Sim, eu sei que posso ser surpreendido (já fui algumas vezes ingénuo). Mas sei também que viver em histeria sobre as hipotéticas culpas e maldade dos outros tira-me mais do que me dá.
por FERREIRA FERNANDES

terça-feira, 22 de março de 2011

Amanhã é capaz de não haver Governo. E então?

A manhã, por esta hora, é capaz de já não haver Governo. Significa isto que alguma coisa vai mudar?
Se amanhã deixar de haver Governo, alguma das medidas de saque ao povo, impostas pelo PS, com o acordo do PSD, deixará de ser aplicada? Não.
Se amanhã deixar de haver Governo, a política financeira que nos sangra a carteira, exigida pela União Europeia em função de interesses comandados pela Alemanha, irá mudar? Não.
Se amanhã deixar de haver Governo, vamos continuar a procurar financiamento para a nossa dívida pública aos juros mais elevados dos últimos anos? Sim.
Se amanhã deixar de haver Governo, as agências de rating vão piorar a nossa classificação de risco de pagamento da dívida? Sim, mas se houver Governo também.
Se amanhã deixar de haver Governo, o Estado vai usar melhor o dinheiro dos contribuintes e, em vez de serviço ao clientelismo, teremos melhores e mais racionais serviços para o cidadão? Não.
Num país que entregou, há muitos anos, o essencial da condução das sua política económica à União Europeia, haver ou não haver Governo é apenas um detalhe. O que interessa, como Cavaco Silva definiu nos tempos em que era primeiro-ministro, é Portugal ser "bom aluno" da Europa. Com Sócrates (e provavelmente com Guterres, Durão Barroso e Santana) parece ser verdade que Portugal se portou mal, foi mau aluno e meteu-se em sarilhos. Por isso, a professora Merkel meteu-nos de castigo. E isso, haja ou não haja Governo, parece ser inelutável.
Se o Executivo cair, é quase igual ter depois José Sócrates ou Passos Coelho no poder. Também é indiferente que de um empate eleitoral sobrevenha uma coligação PS/PSD e CDS. Tirando o revanchismo, ajustes de contas entre grupelhos partidários ou a revogação de algumas leis inócuas, continuaremos a caminhar para a desgraçada intervenção do FMI ou para qualquer forma brutal e desumana de retirar aos pobres e remediados para pagar erros de ricos.
A única forma de um Governo fazer uma real diferença para Portugal seria ter um que, pela primeira vez desde 1976, incluísse a esquerda, o PCP e o Bloco, no seu elenco. Aí poderíamos discutir se alguma coisa de verdadeiramente importante mudava...
Resistir à força da política que vem de fora e que formatou, por longos anos, toda a nossa economia é uma tarefa de Hércules, que o centro e a direita não querem realizar. Do próximo Governo, do centro ou de direita, a única coisa que poderemos ansiar é por mais seriedade... Mas, admito, apesar de tudo, isso já não é pouco.

por PEDRO TADEU