O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Este país não é para jovens

Um estudo da CGTP revela que 51% dos jovens trabalhadores com menos de 25 anos recebem um salário inferior a 500 euros, o mesmo acontecendo com 24,5% dos jovens entre os 25 e os 34 anos. Somando a estes números, referentes tão só aos "privilegiados" que têm trabalho, os milhares que se encontram em situação de desemprego ou procuram em vão o primeiro emprego, fácil é concluir que este país não é para jovens.

A minha geração viveu o pesadelo da Guerra Colonial, que semeou entre os jovens milhares de mortos e estropiados e forçou outros tantos à solidão do exílio, enquanto a casta política e económica dominante (parte dela ainda hoje avultando por aí) ia metendo, com a Pátria na boca, os proveitos da colonização ao bolso.

Mas uma comissão de serviço na guerra, parecendo eterna, não durava eternamente, e os sobreviventes regressavam ao fim de dois anos. Regressavam, é certo, a um país cabisbaixo e desapossado, mas onde, apesar de tudo, lhes era possível construir uma vida, se bem que cinzenta ao menos autónoma.

Como sobreviver porém, física e moralmente, à guerra que se abate hoje sobre os jovens, condenados sem fim à vista à precariedade, à humilhação e à desesperança, impedidos de constituir família ou de ter vida própria? E uma boa parte da responsabilidade política por isso é justamente da minha geração, sobretudo daqueles que, logo que puderam, se meteram na cama com o inimigo dos seus 20 anos.

Manuel António Pina
Jornal de Notícias

Passos Coelho diz que há margem para aumentar mais as taxas moderadoras

Fórum das Regiões: Claro que sim Sr. Primeiro Ministro, elas ainda podem subir muito mais, quanto o caro PM quiser! Se as pessoas as podem pagar ou não, é outro problema, não é?

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, invocou, esta segunda-feira, um acórdão do Tribunal Constitucional para afirmar que o Governo está "muito longe de esgotar o 'plafond' de crescimento das taxas moderadoras" aplicadas no Serviço Nacional de Saúde.

"Nós estamos, de acordo com o acórdão do Tribunal Constitucional que no passado tratou sobre matéria relacionada com as taxas moderadoras, muito longe de esgotar o 'plafond' de crescimento dessas taxas moderadoras", afirmou Passos Coelho, em conferência de imprensa, no final de uma reunião com a primeira-ministra da Dinamarca, na residência oficial de São Bento, em Lisboa.

"O nosso objectivo, portanto, é que o seu efeito moderador possa ser reforçado, e que aqueles que nesta ocasião têm mais disponibilidade possam realmente dar um contributo maior para o financiamento também do sistema de saúde", acrescentou, em resposta aos jornalistas.

Ressalvando que o executivo sabe que "a missão das taxas moderadoras não é financiar o sistema nacional de saúde", Passos Coelho defendeu que é "importante, para não pôr em causa justamente a qualidade dos serviços prestados, que estas taxas sejam actualizadas".

Questionado se os aumentos das taxas moderadoras que estão previstos não poderão deixar portugueses sem acesso à saúde, o primeiro-ministro respondeu que "não" e que "o Governo está absolutamente confortado com a proposta" feita pelo ministro da Saúde.

Passos Coelho assinalou que, segundo o decreto-lei que estabelece as regras de aplicação das taxas moderadoras, vai haver um "conjunto ainda mais alargado de isenções" de pagamento destas taxas.

"É muito importante que todos aqueles que têm verdadeiras necessidades económicas não vejam o seu acesso aos cuidados de saúde dificultado por razões de natureza económica ou financeira. Portanto, é hoje claro para Portugal que as pessoas que têm maiores dificuldades financeiras estarão na primeira fila do acesso aos serviços de qualidade na área da saúde", considerou.

O primeiro-ministro disse ainda ter "a certeza que os portugueses saberão que nos próximos anos a reestruturação que está a ser desenvolvida na área da saúde não levará mais pessoas às urgências, antes pelo contrário", porque a intenção do Governo "é que o alargamento do chamado médico de família, do acesso às unidades de saúde familiar possa suprir essa ineficiência do nosso sistema hospitalar".

Fonte: Diário de Notícias

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Alma cheia de barriga vazia

Como anteontem o nosso JN gritava em manchete e o dr. Jorge Fiel descodificava em editorial, quase 200 milhões de euros de fundos comunitários supostamente recebidos para ajudar à coesão europeia foram desviados para Lisboa na sequência do famoso e habilidoso efeito de dispersão.

Este palavrão palavroso tenta justificar por que se aplicou na região de Lisboa e Vale do Tejo, que já tem um nível de vida médio superior ao nível médio europeu, o dinheiro que a Europa entregou a Portugal, com o objectivo de ajudar as regiões mais pobres no esforço de recuperação do seu atraso em relação às mais ricas. À luz dos números oficiais nunca desmentidos, estamos a falar de todas as regiões nacionais, com excepção do Algarve e precisamente da de Lisboa e Vale do Tejo.

Um dos fundamentos principais da filosofia subjacente à construção da União Europeia é o que preside exactamente a este Fundo de Coesão, destinado a promover a correcção gradual das enormes assimetrias entre as regiões mais pobres e as regiões mais ricas do território europeu. Debaixo do lema somos todos Europa!

Como Jorge Fiel, também não tenho dúvidas de que estas assimetrias se têm vindo a agravar e este "assalto" de Lisboa aos fundos, que não nos foram entregues a pensar na capital, se tem intensificado por culpa dos governos centralistas que nos têm conduzido os destinos nacionais, especialmente na última década.

Foi também em nome deste princípio de solidariedade entre as regiões que os deputados da Assembleia Constituinte que se seguiu ao 25 de Abril produziram e aprovaram uma Constituição onde está consagrada a Regionalização... com os resultados que se vêem à vista desarmada.

Dito isto, a pergunta que também me assalta é a de saber se a polémica à volta da inscrição ou não inscrição do limite ao défice na nossa Constituição faz realmente, em termos práticos, algum sentido.

É sabido que o dr. Passos Coelho já anda com vontade de mexer na Constituição há muito tempo. Desde a época em que ainda não era ele quem tinha de se sentar à mesa do orçamento europeu com a sra. Merkel e o seu amigo Sarkozy.

Acontece que essas mexidas que o então líder da Oposição considerava fundamentais para implementar as reformas inadiáveis que Portugal carecia não tiveram eco (quórum) suficiente para que o PSD pudesse levar a sua avante. Devo dizer que essa "nega" foi consumada com muita pena minha, porque a nossa Constituição corre o risco, um dia destes, de ir directamente do activo para o Museu da História.

Apesar das revisões que foi sofrendo, o seu articulado ainda cheira tanto a mofo revolucionário, que podemos considerar que hoje prejudica, mais do que ajuda.

Tirando o dr. Jorge Miranda, que pertence àquele grupo de "pais-galinha" que "engalinham" sempre que alguém põe defeitos aos filhos, na actualidade já não pode haver político ou cidadão com bom senso, que defenda que é por causa da Constituição ser tão programática, que os governos a levam em conta no seu programa.

É também por tudo isto que a questão de saber se devemos acrescentar mais um disparate, como o limite ao défice, à Constituição, não é muito importante nem deveríamos gastar tanta cera com tão ruim defunto.

O cumprimento dos ditames dos ricos da Europa vai depender em primeira linha da vontade política de quem nos governar, ano após ano e da produtividade que formos capazes de imprimir à nossa economia. Quer a Constituição tenha acatado esse limite quer ele venha a ser plasmado numa qualquer outra lei.

Do mesmo modo, não será esta nova regra que nos transformará de país soberano em país dependente ou subserviente.

A nossa identidade como Nação não é uma equação matemática nem se esgota no rigor financeiro. Portugal é e será sempre uma Nação independente. Se queremos ter a liberdade de gastar o que não temos, somos obrigados a aturar os humores dos credores. Se não nos apetece lidar com o mau humor dos credores, temos de viver com menos. Alimentando-nos dessa ideia de independência nacional que, se não enche barrigas, sempre enche a alma.

JN, por Manuel Serrão

Funcionário da A22 ferido após disparo em ataque aos pórticos da Via do Infante

Fórum das Regiões: As gentes do Algarve estão a demosntrar que não se deixam roubar sem ter "atitude"! Talvez este comportamento explique o fato de, no dinheiro que vem para aquela região, o governo não mexe...

Um funcionário da Euroscut, concessionária da Via do Infante (A22), no Algarve, ficou ferido pelos estilhaços de vidro provocados pelo disparo de uma arma, durante um ataque aos pórticos daquela via. Os cabos da casa de apoio aos pórticos arderam, momentos antes.

A estrutura localiza-se ao quilómetro 43, no sentido Algoz-Guia (Albufeira), na Via do Infante (A22).

O alertado foi dado pelas 20.09 horas, altura em que o CDOS enviou para o local do incidente seis elementos e uma viatura.

O funcionário da Euroscut, de 43 anos e que se dirigiu ao local devido ao incêndio provocado nos cabos que alimentam os pórticos, foi atingido pelos estilhaços de vidro, após o disparo de uma arma de fogo.

No local, encontram-se os Bombeiros de Albufeira e a Brigada de Trânsito da GNR.

Na madrugada de segunda-feira um outro pórtico de cobrança de portagens na A22, junto ao nó de Boliqueime, foi baleado e uma estrutura de apoio com meios informáticos incendiada.

O incidente ocorreu cerca das 2.40 horas, quando várias câmaras de leitura instaladas no pórtico foram destruídas com recurso a arma de fogo, adiantou a mesma fonte, que disse desconhecer se os pórticos ficaram inutilizados e qual a dimensão dos estragos na estrutura de apoio.

Jornal de Notícias

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

REGIONALIZAÇÃO

Fórum das Regiões: A imperiosa necessidade da implementação de um processo de Regionalização do País, é cada vez mais defendido por gente que exerceu ou exerce o poder local, tal como os testemunhos de Aureliano Veloso e Joana Lima.

Aureliano Veloso (pai de Rui Veloso) e o primeiro presidente eleito da Câmara Municipal do Porto, aos 87 anos, este antigo autarca apela para que se faça a REGIONALIZAÇÃO, na sua perspetiva, talvez a única forma de ultrapassar os problemas atuais do País.

Já a atual Presidente da Câmara Municipal da Trofa, Joana Lima, à pergunta do JN sobre o que pensava da Regionalização, disse: "Sou convicta. E cada vez mais. Sou a favor das cinco regiões plano e acho que o Norte vai desenvolver-se muito se tivermos um patamar de decisão intermédio. José Sócrates, custa-me dizê-lo, não era um regionalista. Mas Pedro Passos Coelho é menos ainda.".

Fonte: Jornal de Noticias

Desvio de fundos para Lisboa já vai em 191 milhões de euros

A cada trimestre, aumenta o valor dos fundos comunitários destinados às regiões em desenvolvimento mas aplicados em Lisboa. Em Setembro, atingiu os 191 milhões de euros, muito devido a um projecto dos serviços gerais da Universidade de Lisboa.

O investimento envolve a infra-estrutura informática, a gestão documental e a modernização dos serviços administrativos da Universidade de Lisboa. O investimento ronda os três milhões de euros, 1,4 milhões dos quais virão dos fundos comunitários dados pela União Europeia às regiões mais pobres do país, o Norte, Centro e Alentejo, as chamadas regiões de convergência.

A aprovação está contemplada numa das três tipologias passíveis de ser utilizadas por entidades situadas em Lisboa, apesar desta região já não ter direito aos fundos em causa: o Sistema de Apoio à Modernização Administrativa do Estado (SAMA).

De acordo com dados do Observatório do QREN, no conjunto dos três programas que podem utilizar estas verbas, até Setembro Lisboa já tinha recebido 190,776 milhões de euros.

Jornal de Notícias

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Nós só queremos Lisboa a arder

Nós não queremos mesmo Lisboa a ser consumida pelas labaredas. O que nós queremos é dizer, em voz bem alta, que estamos fartos de ser chulados.

Há alguns anos (não muitos), com os ânimos incendiados pela vã tentativa do estado-maior benfiquista de quebrar a hegemonia portista com manobras na secretaria, esteve em voga a palavra de ordem "Nós só queremos Lisboa a arder".

A provocação não caiu no goto da generalidade dos residentes na capital, pelo que amiúde alguns lisboetas, meus amigos ou conhecidos, perguntavam-me se também eu achava bem a ideia de pegar fogo à sua cidade.

"Não. Lisboa é uma bela cidade. O que defendo é o uso de uma bomba de neutrões, de modo a preservar o magnífico património edificado". Foi esta a resposta que formatei para dar nessas ocasiões. Quando a pergunta não é séria, sinto-me desobrigado de responder a sério.

Neste novo século, trabalhei oito anos em Lisboa, uma das mais bonitas cidades do Mundo, pela qual é muito fácil uma pessoa ter uma paixão fugaz e à primeira vista.

Estou imensamente feliz por o JN me ter proporcionado voltar a viver na cidade que amo e onde nasci, mas não posso negar que, de vez em quando, ainda sinto uma pontinha de saudade de alguns pequenos prazeres que Lisboa pode oferecer, como um fim de tarde no miradouro da Graça, petiscar ao almoço uma sanduíche de rosbife e um copo de branco no terraço do Regency Chiado, ou tomar o café matinal na esplanada da Ponta do Sal, em S. Pedro do Estoril.

Quando alguém é incapaz de diferenciar se estamos a falar em sentido estrito ou figurado, geram-se situações embaraçosas e terríveis mal-entendidos. Ninguém quer mesmo Lisboa a arder. O que queremos a arder, num fogo purificador, é a governação centralista que empobrece o Norte e desgraça o país.

O modelo centralista de pôr todas as fichas em Lisboa, partilhado por todos os partidos do arco da governação, é o responsável por 2000-2010 ter sido a pior década de Portugal desde 1910-20 - anos terríveis em que vivemos uma guerra mundial, golpes de Estado e a epidemia da gripe espanhola.

Na primeira década deste século, o crescimento médio anual da nossa economia foi de 0,47%, apesar do afluxo diário médio de seis milhões de euros de Bruxelas, que valiam todos os anos 2% do PIB.

Já ultrapassado pelo Alentejo e Açores, o Norte é a região mais pobre do país, apesar de ser a que mais contribui para a riqueza nacional, com 28,3% do PIB, logo a seguir a Lisboa e Vale do Tejo, com uns 36% enganadores, já que aí está contabilizada a produção feita noutras partes do país pelas grandes companhias nacionais e multinacionais com sede na capital.

Quando leio (ver página 2) que ao abrigo do famoso efeito de dispersão - uma vigarice inventada para desviar para Lisboa fundos comunitários - dinheiro destinado às regiões mais pobres está a ser usado pelos serviços gerais e de documentação da Universidade de Lisboa, dá-me vontade de ir para a rua gritar "Nós só queremos Lisboa a arder".

Não. Nós não queremos mesmo Lisboa a ser consumida pelas labaredas. O que queremos é dizer que estamos fartos de ser chulados e já é tempo de impedir que Portugal continue a arder em lume brando, por culpa de governantes incompetentes ou corruptos.

Jorge Fiel, no Jornal de Notícias

Tiros e fogo contra pórtico de cobrança de portagens na A22, no Algarve

Fórum das Regiões: Tinha todo o sentido se estas ações fossem concertadas a nível nacional. É tempo de dizer basta a esta "vigarice"...

Um pórtico de cobrança de portagens na Via do Infante, a A22, junto ao nó de Boliqueime, foi atingido a tiro durante a madrugada e uma estrutura de apoio com meios informáticos foi incendiada.

O incidente ocorreu cerca das 2.40 horas, quando várias câmaras de leitura instaladas no pórtico foram destruídas com recurso a arma de fogo, disse à Lusa fonte da GNR de Faro, que disse desconhecer se os pórticos ficaram inutilizados e qual a dimensão dos estragos na estrutura de apoio.

Fonte da Estradas de Portugal disse entretanto à Lusa que ainda estão a ser avaliadas as consequências dos danos, remetendo para mais tarde mais informações sobre o assunto.

Fonte: Jornal de Noticias