O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Reza a História!

Reza a história, que há séculos atrás "o fisco" chegava a cavalo!

Há alguns séculos atrás, o Rei e a sua corte de nobres já estavam instalados em Lisboa (que raio de vício que se manteve até hoje!), onde viviam faustosamente, sem produzirem ou fazerem nada de útil. Viviam, tal como hoje, à custa do Povo.

Para poder manter aquela vida faustosa e manter a sua "quadrilha" à boa vida, tal como hoje, era necessário muito dinheiro. E por isso, frequentemente o Rei determinava ao seu "Ministro das Finanças", que pegasse no seu cavalo e protegido pelos soldados da corte, cavalgasse de aldeia em aldeia a recolher os impostos. Quem não tivesse dinheiro, pagava em géneros (pão, trigo, milho, animais, etc) e se nem isso tivessem, confiscavam-lhes as filhas para prazer do Rei.

Estes factos da história não vos faz lembrar nada? A mim faz. O atual Rei e a sua corte, também vivem em Lisboa, não produzem ou fazem nada de útil, vivem faustosamente à custa do Povo e também muito frequentemente dá ordens ao seu Ministro das Finanças para recolher os impostos.

Só que hoje em dia, ele não chega a cavalo, nem protegido por soldados, ele chega sob a forma de carta, via CTT e mesmo sob a forma de e-mail, via internet. De resto qual é a diferença?

José Henriques Soares

A propósito do Banco Fiel

As miúdas da minha geração sonhavam ser hospedeiras da TAP e os rapazes aspiravam a ser pilotos de avião. Eu sempre sonhei ser banqueiro. Nunca fiz segredo disso.

Sempre que passava pela esquina da Sampaio Bruno com a Sá da Bandeira e olhava de baixo para a imponência da sede do Banco Pinto de Magalhães sonhava acordado com a hipótese de um dia ser dono de um banco e ter os bolsos fundos para comprar não um mas dois ou três Cubillas e assim habilitar o meu Porto a interromper o longo jejum e voltar a ser campeão.

Sem falsas modéstias, acho que tenho o apelido ideal para ser banqueiro. Banco Fiel é uma marca seguramente melhor que Banco Mello ou Banco Pinto de Magalhães. E pelo menos tão boa como Banco Espírito Santo.

Crescer não me tirou o sonho da cabeça. Antes pelo contrário. Qualquer adulto destro a fazer contas de cabeça fica excitado pela desarmante simplicidade de um negócio como o bancário, que ainda é mais sexy que a Scarlett Johansson e a Charlize Theron juntas.

Ter as pessoas a fazerem fila para nos emprestarem dinheiro barato e depois emprestar esse dinheiro a um preço bem mais caro é um negócio de sonho.

Espertalhões, os banqueiros inventaram uma língua própria (vendas a descoberto, imparidades, carência de capital...), recheada de vocábulos em inglês (spread, warrant, yeld...), para nos convencer que a profissão de banqueiro só é acessível a um punhado de eleitos.

O negócio é tão bom e tão simples, que para abrir um banco e ser banqueiro é preciso uma autorização do Banco de Portugal, que foi concedida a João Rendeiro (Banco Privado) e a Oliveira Costa (BPN), mas está obviamente fora do alcance de alguém como eu que não sou imensamente rico, não milito num partido do arco governativo, não faço parte da Maçonaria ou da Opus Dei, nem sequer sou sócio do Benfica.

Pragmático como me orgulho de ser, há muito interiorizei que nunca serei banqueiro - nem sequer bancário, profissão bastante jeitosa, pois é a que menos sente os efeitos da crise, já que os que estão no activo continuam a ter 25 dias de férias e os reformados são os únicos a receberem 13º mês e subsídio de férias.

Depois de durante anos a fio terem apresentado lucros gordos e recordes, os bancos vão revelar resultados modestos na próxima 6.ª (com excepção do BPI, que os divulga na 5.ª), um dia judiciosamente escolhido para diluir o impacto negativo das notícias durante um fim-de-semana em que não há bolsa e os jornais económicos não saem.

Os banqueiros são os espertalhões, como está demonstrado pelo BCP, que fez uma chicotada psicológica e foi ao Santander contratar o André Villas-Boas da banca (o Mourinho está no Lloyd's) para anestesiar a dor dos prejuízos (fala-se em 600 milhões) que vai anunciar.

Os banqueiros são uns espertalhões, por isso não tenha pena deles. Faça antes como eu, que tenho inveja deles. E tenha pena de mim por não ter conseguido fundar o Banco Fiel

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A verdade do que se passa na Assembleia da República!

Fórum das Regiões: O problema é que o que é escrito a seguir não é mentira, é pura verdade! Coitados dos deputadas(os) e ministras(os), ganham pouco, têem poucas mordomias e benesses, por isso "merecem ser tratados assim"... É uma pouca vergonha! Daí o estado do País.

Repórter do IP tomou pequeno almoço, almoçou, lanchou, jantou e apanhou bebedeira no bar da Assembleia da República, por apenas 1 euro e 50 cêntimos.

Quando as refeições escolares no Básico atingem os 3,80 euros, o IP viu os preços do bar da Assembleia da República, frequentado por deputados e ministros. Eram 8 da manhã e o repórter pediu um café e um bolo de arroz, tendo pago 15 cêntimos, 5 doi café e 10 do bolo! Vendo ali mama da grossa, o repórter bebeu 10 minis, tendo pago 1 euro, pois cada mini custa 10 cênimos! A seguir, o repórter mamou uma garrafa de Famous Grouse (2 euros), uma Aristoff (1,50 euros) e uma Bombay Sapphire (1,65 euros). Ao almoço, o repórter comeu gambas , camarão tigre, lavagante, sapateira, queijo da Serra, presunto de Barrancos, garoupa e bife do lombo, regado com Palácio da Bacalhôa, por 3 euros! Pedindo champanhe Krug (3 euros a garrafa) e caviar beluga (1 euro, 500 gramas), o repórter passou a tarde no bar da AR, rodeado das deputadas Rita Rato, Francisca Almeida, Ana Drago e Marisa Matias. Parecia que estava no Lux!

AM, no Jornal Público - Inimigo Público

Esqueçam a Grécia. É Portugal que vai destruir o euro"

Fórum das Regiões: Vejam lá se o cavalheiro não terá razão! Se os "senhores da europa" não fizerem nada de útil, o que tem acontecido até aqui...

Um "default" é acidente. Dois já é uma crise sistémica. Quem o diz é Matthew Lynn, presidente executivo da Strategy Economics, sublinhando que Portugal voltará a ter um importante papel no palco mundial. Mas pela negativa. Ao Negócios, diz que o incumprimento português é inevitável. "É apenas uma questão de tempo".

Matthew Lynn (na foto), CEO da consultora britânica Strategy Economics , traça um cenário sombrio para a Zona Euro. E diz que Portugal será o responsável pela queda do euro.

No seu mais recente artigo de opinião, publicado na "Market Watch", na sua coluna intitulada "London Eye", Lynn começa por relembrar a importância do País para a história mundial, com a assinatura do Tratado de Tordesilhas, que dividiu o mundo não europeu entre Espanha e Portugal em 1494. E salienta que 2012 pode ser o ano em que Portugal volta ao centro do palco mundial. Como? “Fazendo o euro ir ao ar”, responde.

“A Grécia já estoirou – e o seu incumprimento está já descontado pelo mercado. Mas Portugal está precisamente na mesma posição (…). Está também a resvalar para um inevitável ‘default’ das suas dívidas – e quando isso acontecer, vai ter um efeito devastador para a moeda única e infligir danos ao sistema bancário europeu, que poderão revelar-se catastróficos”, escreve Lynn, autor de dois livros de economia: "The Billion-Dollar Battle: Merck v. Glaxo and Birds of Prey: Boeing v.Airbus" e Bust: Greece, the Euro and the Sovereign Debt Crisis.

O analista e consultor britânico compara a situação de Atenas e de Lisboa, destacando que “Portugal - um dos países mais pobres da União Europeia, com um PIB per capita de apenas 21.000 dólares, significativamente abaixo dos 26.000 dólares da Grécia – fixou metas de redução do seu défice de 4,5% em 2012 e de 3% em 2013”.

“Então e como está a sair-se?”, questiona-se. E responde: “Quase tão bem como a Grécia – ou seja, nada bem. Prevê-se que a economia grega registe uma contracção de 6% este ano e Portugal não fica muito atrás – o Citigroup estima que a economia ‘encolha’ 5,7% em 2012 e mais 3% em 2013”.

Matthew Lynn recorda o estudo da Universidade do Porto, divulgado na semana passada, que diz que a economia paralela aumentou 2,5% no ano passado e que representa agora cerca de 25% da actividade económica em Portugal. “E não há qualquer expectativa de que isso vá mudar em breve. As empresas portuguesas simplesmente não conseguem sobreviver a pagar as taxas de imposto que lhes foram impostas”, refere o especialista.

“O resultado qual será?”, pergunta. E volta a responder: “Os objectivos de redução do défice não vão ser cumpridos. No início deste mês, o governo reviu em alta a previsão do défice, de 4,5% para 5,9% do PIB este ano. Se a experiência grega for válida, esta meta continuará a ser revista em alta. A economia encolhe, cada vez mais pessoas transitarão para a economia subterrânea para sobreviverem e o défice continuará a crescer”.

“Em resposta, a União Europeia exige mais e mais austeridade – o que significa, muito simplesmente, que a economia continuará a contrair-se ainda mais. É um círculo vicioso. Se alguém souber como sair dele, então está a guardar o segredo para si próprio”, comenta Lynn.

Juros da dívida a escalarem

O comentador da "Market Watch" recorda o corte do “rating” da dívida soberana de longo prazo de Portugal, para nível de “lixo”, por parte da Standard & Poor’s. Das três principais agências, só faltava a S&P para a dívida pública de Portugal ser colocada na categoria “especulativa” – ou seja, não é considerada “digna” de investimento, atendendo aos riscos que os investidores correm de não serem reembolsados.

Segundo Matthew Lynn, haverá mais “downgrades”. “Os juros da dívida estão a disparar. Na semana passada, as ‘yields’ das obrigações a 10 anos superaram os 14%. E deverão subir ainda mais”, prognostica. O analista relembra que a maturidade a 10 anos da dívida soberana grega já está com juros de 33% e diz que “não há qualquer razão para as ‘yields’ da República Portuguesa não atingirem os mesmos níveis”.

“E isso é importante”, sublinha. Isto porque, adianta, a crise grega poderia até ser vista como um caso especial. “Mas não a de Portugal. Não houve ‘manipulação’ nos números [Portugal] não registou défices excessivos – com efeito, quando caminhávamos para a crise de 2008, o País apresentava défices de menos de 3% do PIB, bem dentro das regras impostas pela Zona Euro. Não era irresponsável. O problema, muito simplesmente, é que Portugal não conseguiu competir no seio de uma moeda única com economias muito mais fortes. Agora, o País está a mergulhar numa depressão em toda a escala – tão má como o que se testemunhou nos anos 30 [Grande Depressão] – devido à união monetária”.

“Vai ser tão grave como na Grécia. E talvez até pior”, vaticina.

Lynn refere igualmente que os bancos europeus estão mais expostos a Portugal do que à Grécia. “No total, os bancos têm uma exposição de 244 mil milhões de dólares a Portugal, contra 204 mil milhões de dívida grega”, segundo os dados do Banco de Pagamentos Internacionais citados pelo antigo colunista da Bloomberg News e responsável pela “newsletter” da área financeira desta agência.

“O grosso da dívida portuguesa é detido pela Alemanha e pela França. Mas estes são os dados oficiais. É bem provável que grande parte da dívida privada, que é mais substancial do que a dívida pública, seja detida por bancos espanhóis. E estes já estão frágeis. Conseguirão assumir as perdas? Talvez, mas não apostaria a minha última garrafa de vinho do Porto nisso”, comenta Matthew Lynn.

Em seguida, diz o ex-colunista da Bloomberg, esta situação também irá repercutir-se na moeda única. “Se um país entrar em incumprimento, dentro de uma união monetária, isso pode ser visto como um acidente infeliz. Todas as famílias têm uma ovelha negra. Mas quando um segundo país cai, o caso fica muito mais sério. A ideia de que isto é culpa de alguns governos irresponsáveis vai deixar de ser sustentável. A explicação alternativa – a de que o euro é uma moeda disfuncional – vai ganhar mais peso”.

Segundo Lynn, “um incumprimento da dívida soberana por parte de Portugal desencadeará uma retirada da Zona Euro – e neste momento, parece que esse poderá ser o motor que desencadeará o colapso do sistema”. “Foram cinco séculos de espera. Mas agora Portugal poderá estar prestes a desempenhar de novo um papel central na economia global”, conclui o especialista da área financeira.


"É apenas uma questão de tempo"

Ao Negócios, Matthew Lynn reafirmou o que diz no seu artigo de opinião. Questionado sobre se há alguma possibilidade de Portugal não entrar em incumprimento, responde que não. “Penso que é inevitável um ‘default’ de Portugal, caso se mantenha no euro. Quando uma economia está a encolher 5% ao ano, é impossível que a dívida fique sob controlo. Por isso, as dívidas vão ficando cada vez maiores”.

“A única coisa que poderia evitar o incumprimento seria uma ampla ajuda financeira por parte do resto da Zona Euro. Isso estabilizaria a dívida e daria à economia uma hipótese de crescer. Mas isso não vai acontecer – por isso, o ‘default’ é a única opção. É apenas uma questão de tempo”, disse ao Negócios.


Carla Pedro - cpedro@negocios.pt

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O regresso da Velha Senhora

A Antena 1 acabou com a rubrica de opinião "Este Tempo" após, numa crónica de Pedro Rosa Mendes, aí ter sido criticado o servilismo do Governo face ao regime corrupto de Luanda e o tipo de jornalismo que, pago a peso de oiro com dinheiros públicos, sabuja, sob o diáfano manto da "informação", cada poder do momento.

A decisão recorda-me episódios idênticos vividos no JN antes de 1974. Um em que uma crónica de Olga Vasconcelos sobre Indira Ghandi, filha de Nehru (que ordenara a invasão da "Índia Portuguesa"), levou à ordem de encerramento da rubrica onde fora publicada; e um outro que pôs fim ao Suplemento Literário dirigido por Nuno Teixeira Neves por aí não ter sido devidamente louvado um medíocre romance do escritor do regime Joaquim Paço d'Arcos. Os dois jornalistas só não foram despedidos porque tiveram o apoio do então director Pacheco de Miranda e, no primeiro caso, também do chefe de Redacção Costa Carvalho.

As personagens são agora outras, ou as mesmas com outros nomes, mas as semelhanças são inquietantes (só não há na Antena 1 Pachecos de Miranda nem Costas Carvalhos). E vivemos, diz-se, em democracia, regime em que a Velha Senhora, a Censura, não tem, diz-se, lugar.

Mas por algum motivo 64,6% dos portugueses estão hoje, segundo o "Barómetro da Qualidade da Democracia" apresentado há dias, insatisfeitos com a democracia que temos, quando em 1999 mais de 80% a consideravam "boa" ou "muito boa".

Manuel Antóno Pina, no JN