O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


sexta-feira, 27 de abril de 2012

Carlos Abreu Amorim no seu melhor!


Foi com especial curiosidade que ouvi a entrevista que o DEPUTADO eleito por Viana do Castelo, nas listas do PSD, deu à SIC Notícias.

A deteminada altura, quando questionado sobre a anunciada ausência da "Associação 25 de Abril", nas comemorações oficiais do dia, na Assembleia da República, o deputado em causa "pôs-se em bicos de pés" e atirou que "...há gente que só quer protagonismo...e que nunca fez nada pelo país...são os velhos do restelo...".

Bom, valha a verdade que eu próprio muitas vezes estou em desacordo ou contra afirmações ou atos praticados por aquela associação ou elementos dela. Mas há uma coisa que a história não poderá mudar, por muito que alguns queiram. O 25 de Abril aconteceu e foram aquelas (e outras) pessoas que estiveram envolvidos no processo.

Mas há outra coisa que Carlos Abreu Amorim não poderá esquecer, é que ele hoje é pago principescamente por todos nós enquanto deputado e que é por causa do "25 de Abril" que ele o é. Por isso seria mais sério ele apresentar a demissão e depois então falar o que entender por bem.

José Henriques Soares

Álvaro "Lagaffe"

A minha infinita simpatia pelo ministro Álvaro resulta de ele ser um azarado. Dir-se-ia que todas as forças do Universo se conjugam obstinadamente contra ele. Estivessem atentos os nossos autores de BD e já teríamos um Gaston Lagaffe à portuguesa.

O seu primeiro azar (conhecido) foi alguém ter dito a Passos Coelho quando este se preparava para formar Governo: "E se convidássemos para ministro da Economia aquele 'blogger' que faz uns "posts" muito giros e até escreveu um romance às cores?". O segundo foi ter aceitado o convite.

Daí para cá têm sido só azares, desastres e coincidências infelizes, do "cluster" dos pastéis de nata àquele seu secretário de Estado que julgava que o memorando da "troika" era para cumprir ou à feliz ideia do comboio de bitola europeia de Sines até França (é preciso ter azar: a Espanha tem bitola ibérica e o animoso comboio teria que levantar voo em Badajoz e só voltar a aterrar para lá dos Pirenéus). Até a "semper fidelis" UGT ameaçou há dias rasgar-lhe a sua obra do regime, desta vez um romance a preto e branco, dito Acordo de Concertação Social!

Agora que vivazmente se preparava para argumentar com a média europeia para reduzir ainda mais o valor das indemnizações por despedimento, veio o Eurostat lembrar-lhe que os custos do trabalho em Portugal já vão em menos de metade da média europeia e nem assim os seus queridos empresários são mais "competitivos". Eu ia à bruxa.

Manuel António Pina, no JN

O silêncio ensurdecedor

O caráter absolutamente anódino do discurso proferido ontem pelo presidente da República nas comemorações do 25 de Abril fez-me lembrar aqueles casais que, nos restaurantes ou em outros lugares públicos, passam horas a fio sem falar um com o outro.

Ensimesmados, saem de casa para evitar a "obrigação" de comunicar. Parafraseando o pensador George Steiner, o silêncio ensurdecedor de Cavaco sobre o estado da arte do país foi, pareceu-me, o único modo por ele encontrado para evitar exprimir, através das palavras, o que por aí vai e o que por aí vem.

Sucede que, ao contrário dos casais que se refugiam na ausência da palavra para evitar o confronto dos factos, há momentos em que não devemos ficar calados. E o momento que o país atravessa, as dificuldades crescentes que as famílias portuguesas sentem na pele, não é compaginável com um discurso raro, estranho, abúlico e extraterrestre como o que o chefe de Estado ontem usou.

Entrar pela contabilidade - e cumplicidade - partidária é uma forma de justificar a escolha. Cavaco detestava Sócrates e desfez a sua governação no discurso do ano passado; Cavaco tolera Passos Coelho e quis dar-lhe mais uns tempos de bonança. Da mesma forma, também podemos considerar que a escolha de palavras e recados suscetíveis de acicatar a evidente e crescente tensão social e política acarreta perigos que o presidente da República não está disposto a correr. Tudo isto é verdade, mas não elimina o essencial - esquecer as consequências dos sacrifícios e da austeridade impostos pela crise, olvidar quem mais sofre com ela, não fazer, sequer de rompante, uma análise do estado do país é incompreensível.

Este não é o momento para silenciar o óbvio, porque é sobre o óbvio que os portugueses querem falar e ouvir falar.

Cavaco optou, ao invés, por enaltecer os "exemplos expressivos" da obra nacional: o cartão pré-pago para os telemóveis, o inovador sistema da Via Verde, tudo coisas que não conhecíamos... O crescente número de doutorados portugueses, a língua falada por 250 milhões de almas espalhadas pelo Mundo e, cereja em cima do bolo, a obrigação que nos cabe de, lá fora, não falarmos apenas da nossa bonomia enquanto povo e do sol radioso que a Natureza nos oferece - eis a soma das maravilhas com que o presidente da República presenteou os seus ouvintes.

Juro que, por momentos, pareceu--me ver José Sócrates a falar, em vez de Cavaco. (Terá o chefe de Estado tentado prestar uma sub-reptícia homenagem ao socialista, depois de o ter posto fora do Governo?) Era este o país que o ex-primeiro-ministro vendia, cá dentro e lá fora, com a mestria que lhe é reconhecida.

Tristemente, não é este o país que temos. Não há silêncio que apague essa evidência.

Paulo Ferreira, no JN

Portugueses 273 euros mais pobres a cada mês

Fórum das Regiões: Passos Coelho disse há pouco na Assembleia da República que a execução orçamental esta a correr "de acordo com o previsto". E o quê que era previsto? Seria que o Portuguesesmcada vez devem mais?... 


A dívida pública portuguesa aumentou 5,809 mil milhões de euros só nos primeiros dois meses deste ano, atingindo 190,1 mil milhões em fevereiro, contra 184,291 mil milhões em dezembro de 2011 (107,8% do PIB) e os 161,1 mil milhões de 2010 (93,3% do PIB), revelou ontem o Banco de Portugal.

Contas feitas, o Estado está a endividar cada português ao ritmo de 273,06 euros por mês (no total, em fevereiro, cada português devia 17 871 euros) . Os cálculos efetuados pelo JN/Dinheiro Vivo são simples. Basta dividir o aumento de 5,809 mil milhões de euros pelos 10 6636979 habitantes. O resultado obtido, 546,11 euros, referente a dois meses é depois dividido por dois, apurando-se um acréscimo de 273,06 euros por habitante em cada mês.

Fonte: Jornal de Negócios