O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


terça-feira, 29 de março de 2011

Tempos de reviralho

Quando, há seis anos, o PS ganhou as eleições, uma certeza ancorou nas conjecturas dos portugueses, qualquer que fosse a opção ideológica e partidária: o então recente Código do Trabalho, de Bagão Félix, louvado por uns e execrado por outros, iria ser a primeira coisa a mudar com a nova governação. Ninguém tinha dúvidas! Todos se recordavam do ardor posto na contestação do código, em especial por Vieira da Silva, à época um militante inquebrantável de esquerda, dos tesos, dos que não cediam um milímetro. Além disso, o homem ia ficar com a pasta do Trabalho - favas contadas! Pois o país assistiu, paralisado de estupefacção, a uma reviravolta: o piar do Governo passou a ser mais fininho, o Código do Trabalho não só não foi revogado como se lhe acrescentaram mais medidas de instabilização do trabalho com os resultados que estão à vista. E desde então o Governo nunca mais deixou de mentir, que nisto o que custa é começar. Depois, torna-se um hábito. Em seguida um vício - e acaba em maneira de ser. Não surpreende que o Governo esteja a provar da sua própria cicuta na hora de se ir embora. Ninguém pode dizer que foi transparente o modo como foi derrubado e como se formou a aliança dos contrários para o apear. Mas, convenhamos, o Governo é o último com direito a queixar-se. É o tempo do reviralho: o importante é chegar ao poder, nem que seja para fazer a mesma coisa que os que lá estavam. O PSD nem quis discutir o PEC 4. Por discordar dele de ponta a ponta? Nada. Internamente disse que «há limites para tudo». À suserana Merkel foi dizer que este PEC é «insuficiente e ineficiente». É, portanto, preciso mais - e mais duro. E, para a lágrima, ainda há os velhinhos com reformas pequeninas. Não se toca nelas, que é crueldade! Mas quando o parceiro CDS propôs garantir em lei que as pensões mais baixas seriam sempre actualizadas segundo a inflação, tira-se-lhe o tapete que, nessas coisas, o PSD é mais pelo Estado Social à PS de Sócrates... No livro que escreveu, 'Mudar' (para que tudo fique na mesma?), Pedro Passos Coelho condena os impostos indirectos porque são socialmente mais injustos. Mas, agora, se for preciso, aumenta-se o IVA. Porquê? Para não sacrificar as míseras pensões! Com o PEC do PS, não há aumentos das pensões para o ano que vem. Como tudo o que os pensionistas pobres recebem é gasto no consumo, com o PEC do PSD, as coisas ficam mais caras desde já, subindo o IVA. Olha que santo protector foram arranjar para os velhinhos! O reviralho é que está a dar, malta!

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