O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


segunda-feira, 22 de julho de 2013

A ilusão nacional irrevogável

Neste dia em que escrevo não é fácil escrever que Portugal tem governo. As aparências iludem...Desde logo a língua portuguesa, mesmo maltratada, continua apta a fazer das suas. A frase acima pode ser entendida no sentido de que o nosso país não tem governo possível, depois de tantas asneiras, mas pode e neste caso deve, ser percebida no sentido de saber se Portugal tem (ou não...) um Governo em termos de órgão do poder executivo.

Só que esclarecida esta primeira dificuldade, a dúvida mantém-se instalada. Existe um Governo em funções quando alguns dos seus ministros se declararam demissionários? Existe um Governo quando o presidente da República passa vários dias a ouvir os partidos (incluindo os que integram este Governo, ou mais ou menos...) para saber se há de formar outro Governo, parecido com este ou diferente dele, ou pelo contrário deve convocar eleições antecipadas, já para não alinhar nas especulações antigas que falavam na vontade de Cavaco arranjar um Governo de Bloco Central à volta de Rui Rio e António Costa?

Existe um Governo quando a Comunicação Social publica propostas de constituição de um novo Governo pela velha maioria, que "despede" ministros supostamente em funções, troca outros de pastas e recompõe ministérios sem mexer nos ministros?

Existe um Governo que tem (ou tinha) um ministro dos Negócios Estrangeiros que vai para fora cá dentro e agora parece que vai voltar para dentro do Governo, mas deixando de ir para fora, porque mudou de ideias e também vai mudar de pasta?

Existe um Governo que tem um ministro Maduro (mas verde nestas coisas das tricas políticas) a quem confiaram a coordenação política do elenco e que nem aqueceu o lugar antes de assistir à maior falta de coordenação política que representaram os episódios da demissão de Gaspar, a tomada de posse de Maria Luís Albuquerque e a putativa, mas irrevogável demissão de Paulo Portas? Já para não falar na ameaças de demissão de Mota Soares e Assunção Cristas?

Dizem que sim. Parece que existe. As más-línguas das boas previsões dizem até que este Governo está para durar, porque Cavaco tem horror ao vazio e vai reconduzi-lo, talvez recauchutá-lo, mas nunca por nunca demiti-lo.

Darece que vai ser possível assistirmos à tomada de posse, mais uma, com a solenidade habitual, onde todas estas caras se encontrarão e sorrirão larocas para as fotografias, sem qualquer vergonha pelo que andam a fazer.

Deste Governo desaparecerão os mal-entendidos, as más influências, os inimigos da troika e todos os arautos da desgraça.Se se confirmar que Paulo Portas fica mesmo responsável pela parte em que Vítor Gaspar se entendia com os alemães, vai ser bom ver esse novo Governo a dizer a Bruxelas o que Portas tem andado a defender em Lisboa.

Será que é desta que vamos todos a ficar a ver quem manda? Que nos voltaremos a pôr de pé? Ou se o Governo que existe, na hora em que é preciso bater o pé à troika e aos alemães, afinal, mesmo existindo, não existe para essas coisas?

Mesmo quando muda de ministros como eu mudo de camisa?


MS no JN

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