Fórum das Regiões: Será que o Homem, que até já foi Nobel da Economia é "burro", ou burros são o Coelho e o Gaspar?
O economista e prémio Nobel Paul Krugman
atribui a descida dos juros da dívida portuguesa à intervenção do Banco Central
Europeu e não ao sucesso da política de austeridade em curso no país.
"Esta descida dos juros não tem nada a
ver com a austeridade", sustenta Paul Krugman no seu blogue no "New
York Times", atribuindo-a, antes, à intervenção do Banco Central Europeu
(BCE) na compra de dívida soberana dos países em dificuldades, nomeadamente
Portugal.
Neste contexto, o economista critica a
Comissão Europeia - que, na segunda-feira, elogiou a determinação do Governo
português em prosseguir a política de austeridade apesar do chumbo do Tribunal de Constitucional a algumas das medidas impostas -
quando esta reclama para si e para a sua política os créditos desta descida dos
juros das dívidas soberanas e alega que um abrandamento da austeridade levará a
nova escalada.
Para Paul Krugman, esta posição da Comissão
resulta do facto de a descida dos juros da dívida ser "o único resultado
positivo que tem para apresentar após três anos de austeridade".
Segundo sustenta o prémio Nobel da Economia, o
"risco moral" inicialmente apontado pelos defensores da austeridade
relativamente à intervenção do BCE na compra de dívida soberana - por
considerarem que esta "ajuda" poderia levar os países em dificuldades
a "relaxarem no aperto do cinto" - acabou por se concretizar, mas
relativamente aos próprios apoiantes da austeridade.
"Realmente a intervenção do BCE 'ajudou'
algumas pessoas, levando-as a prosseguir as suas más políticas. Mas essas
pessoas não são os governos endividados, são os próprios membros da troika
(Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e BCE), que usam o argumento
da descida dos juros da dívida para alegarem que a austeridade está a
resultar", afirma Krugman.
No domingo, também no seu blogue no "New
York Times", Paul Krugman, que tem repetidamente criticado a estratégia
europeia de resposta à crise na zona euro, instou os portugueses a "dizer não" a novas medidas de austeridade.
Fonte: Jornal de Notícias
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