Fórum das Regiões: E só agora é que chegaram a essa conclusão? Estranho, não?
No entender do responsável, o programa de
ajustamento elaborado pela troika falhou, uma vez que "esqueceu a
realidade do país"
O presidente do Conselho Económico e Social (CES) afirmou hoje que
a "responsabilidade" dos sucessivos desvios das previsões
macroeconómicas de 2012 cabem ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e à
Comissão Europeia (CE) que impuseram a Portugal um programa "mal
desenhado".
"A responsabilidade fundamental do programa de 2012 cabe ao
FMI e à CE e à forma como foi imposto um modelo perfeitamente desadequado à
realidade da economia portuguesa", afirmou Silva Peneda, no parlamento.
O presidente do CES está a ser ouvido esta manhã na comissão
parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública sobre a Conta Geral do Estado de 2012.
Silva Peneda lembrou que os sucessivos desvios das previsões
macroeconómicas de 2012 "mostram que as medidas impostas pela 'troika' e
entretanto concretizadas eram desadequadas à realidade da economia e da
sociedade portuguesas", uma ideia já expressa pelo CES no parecer sobre a
Conta Geral do Estado de 2012.
O presidente do CES remeteu para o parecer elaborado na altura que
alertava para o facto de o caminho imposto pelos credores internacionais - FMI,
CE e Banco Central Europeu (BCE) - não ser "o mais adequado para a
recuperação da economia portuguesa".
No entender do responsável, o programa de ajustamento elaborado
pela 'troika' falhou, uma vez que "esqueceu a realidade do país".
"O CES foi a primeira entidade que referiu que o programa da
'troika' foi mal desenhado e dissemos ao Governo que atacar dois objetivos da
mesma forma - o desequilíbrio externo e o défice orçamental - era impossível
num prazo tão curto", afirmou Silva Peneda perante os deputados.
Com base na aplicação do programa, em 2012 "acentuou-se a
diminuição da procura interna, houve um desequilíbrio interno e por causa desta
redução da procura e da recessão o défice não foi atingido", sublinhou.
Defendeu, por isso, numa altura em que se fala da saída da
'troika' em maio deste ano, a elaboração de um programa de médio prazo, a dez
anos, que deverá contar com o consenso de todos os quadrantes da sociedade.
"Os problemas da economia portuguesa continuam, apesar da
saída da 'troika'. Se não houver consenso, serão os credores a impor regras.
Fonte: Jornal I
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