"É verdade que é
possível enganar todos durante algum tempo; é até possível enganar alguns
durante todo o tempo; mas não é possível enganar todos durante todo o
tempo."
A frase, de Lincoln,
vem à memória a propósito das palavras que a ministra das Finanças proferiu,
com o ar mais sério do mundo, numa entrevista, quando interrogada sobre os
cortes anunciados para 2014: "Reporemos os salários e as pensões tão cedo
quanto possível."
O Governo não define
uma data para o fim dos cortes, ao contrário do que faz, por exemplo, no caso das
taxas para o setor energético, com aplicação prevista até outubro de 2014 (como
diz um velho e espirituoso amigo, para uns é dura lex, para outros é mole
lex…). A intenção é, de facto, tornar definitivos os cortes, apresentados como
temporários apenas para evitar um novo chumbo do Tribunal Constitucional (TC).
A aplicação ilimitada
e retroativa de cortes sobre os mesmos alvos seria, por si só, motivo para o
Presidente da República pedir a fiscalização preventiva do TC. Mas Cavaco Silva
já deu a entender que não o fará, preferindo adiar a decisão. E ignorar
momentaneamente a Constituição que jurou cumprir e fazer cumprir…
Por: José Rodrigues, Editor Política / Economia, no CM
Sem comentários:
Enviar um comentário