Fórum das Regiões: Como se costuma dizer "Quem te avisa, teu amigo é!".
O
professor Adriano Moreira entende que a proposta do Orçamento do Estado para
2014 agrava as exigências feitas aos portugueses e deixa o alerta para os
riscos sociais.
"O improvável está à espera de uma oportunidade", referiu o Presidente do Instituto de Altos
Estudos da Academia de Ciências de Lisboa, que acrescentou: olhando para a
História europeia, "as manifestações não disciplinadas pelos poderes
existentes são sinal" disso.
"Penso
que estamos a atingir o limite da resistência", sublinhou o professor,
referindo que "a fome não é um dever constitucional".
Falando
à margem do Seminário Internacional "Pensões sustentáveis e seguras no
século XXI", o professor deixou a nota: "Há muito tempo que advirto
que os portugueses atingiram a fadiga tributária" e o Orçamento agrava
"essa fadiga tributária". "Isso exige bastante meditação sobre
os efeitos sociais que venha a ter e até sobre os conselhos da Sophia de Mello
Breyner, de que é preciso ir acolhendo as pressões, injustiças, peso,
protestando mas guardando serenidade. Esta última parte começa a ser posta em
risco", advertiu.
Também
o presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal entende que existe a
"ameaça" de instabilidade social. Para António Saraiva, os riscos
existem "se as pessoas não percepcionarem que os sacrifícios valem a pena
e têm resultados palpáveis, concretos, na melhoria da sua qualidade de
vida".
"O ser sem esperança é socialmente
perigoso", continuou o líder da CIP, acrescentando: "somos um
país, como se costuma dizer, de brandos costumes, mas receio" que "se
as medidas não tiverem correspondência a resultados concretos, socialmente,
este balão possa, aqui e ali, rebentar por esta ou por aquela costura, não em
termos de uma conflitualidade generalizada mas que possamos ter sinais de
alguma explosão social".
António
Saraiva apontou como pontos negativos do OE "a arrecadação de receita que
é uma vez mais violenta" e o facto de não conciliar consolidação
orçamental com factores de crescimento económico. O presidente da CIP recordou
que já houve ministros a apontar no sentido do crescimento mas acrescenta que
não vê sinais nesse sentido.
Fonte: Jornal Económico
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