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quarta-feira, 20 de março de 2013

Crise não se resolve "contra o Estado social", avisa diretor da faculdade de Economia de Coimbra


Fórum das Regiões: Digam isso ao Sr. Coelho e ao Sr. Gaspar, pode ser que eles aprendam alguma coisa sobre como governar o país...


"As políticas sociais e o Estado social são condição para lançar o crescimento económico", sem o qual não será possível vencer a crise, disse o diretor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, José Reis, durante um debate sobre "A segurança social pública".

Para José Reis, que participava num debate sobre "A segurança social pública - Defesa do Estado social e a sua sustentabilidade futura", promovido pela FEBASE (Federação Nacional do Setor Financeiro), "as políticas sociais e o Estado social são condição para lançar o crescimento económico", sem o qual não será possível vencer a crise. É necessário "exatamente o contrário daquilo que tem vindo a ser feito, até agora" em Portugal, sustentou o economista, considerando que "é preciso mais Estado e investimento público, sobretudo no domínio das políticas sociais". 

A segurança social é "crucial para que vivamos com um mínimo de dignidade", mas também para "relançar" a economia, como, de resto, está a fazer, por exemplo, o Japão, país que tem ultrapassado "crises complicadíssimas" porque possui "a agilidade institucional" e "a capacidade de ação" que a "decrépita Europa não tem". 

Portugal precisa de "um imediato ajustamento salarial, não apenas do ponto de vista social e da dignidade do trabalho", mas também para relançar a economia, sublinhou o diretor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC). O antigo secretário de Estado da Segurança Social e deputado do PS Pedro Marques, outros dos participantes no debate, defendeu que "Portugal tem um dos sistemas [de segurança social] mais sustentáveis", como reconhecem a Comissão Europeia, a OCDE e "até a agência de rating Fitch". A segurança social portuguesa "tem uma boa reserva (cerca de dez mil milhões de euros)", que lhe permite "aguentar nesta fase", mas o país "tem de voltar ao crescimento económico", para poder assegurar a sustentabilidade da segurança social, advertiu Pedro Marques, salientando que "sem crescimento económico não há nenhuma política pública que resista". 

O Estado social "é o modo de defesa do próprio capitalismo" e "é perigoso este afrontamento ao Estado social", afirmou o presidente do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC), Manuel Castelo Branco, que também participou no encontro. Assumindo-se como um "democrata-cristão" e politicamente de "direita", Manuel Castelo Branco, afirmou-se "confortável a defender o Estado social", lamentando que "a direita tenha esquecido a filiação do Estado social"."Só é legítimo ao Estado cobrar impostos, se essa cobrança se destinar ao Estado social", disse Manuel Castelo Branco, considerando que a "carga fiscal" em Portugal "exige um Estado social a sério e não para pagar juros usurários a credores". 

Os impostos "sempre foram a alavanca das revoluções democráticas e pode ser que o FMI [Fundo Monetário Internacional] e o nosso Governo estejam a brincar com o fogo", advertiu o presidente do ISCAC. O debate de terça-feira, em Coimbra, foi no primeiro de um ciclo de conferências sobre a segurança social que a FEBASE está a promover, naquela cidade, no Porto e em Lisboa. A FEBASE reúne os sindicatos dos bancários do Norte, do Centro e do Sul e Ilhas e os sindicatos dos Profissionais de Seguros de Portugal e dos Trabalhadores da Actividade Seguradora, todos filiados na UGT.

Fonte: Jornal de Notícias

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