Fórum das Regiões: Que remédio tem senão aceitar a verdade dos factos. Será que alguém imagina a quantidade de "madeiras" que existem nas autarquias? A começar pela "madeira" que é Paredes?...
O presidente da Associação Nacional de Municípios admitiu, esta quarta-feira, que a dívida global das autarquias portuguesas possa atingir os 12 mil milhões de euros avançados pelo ministro Miguel Relvas, mas recusa "especulações" até que sejam conhecidos valores finais.
O presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Fernando Ruas, disse que o Governo pode ter na sua posse informação que a associação ainda desconhece, e que, com base nos dados enviados pelas autarquias sobre o valor das suas dívidas, tenha chegado a um montante global de 12 mil milhões de euros.
"Admito [que seja esse o valor], como admito o contrário, de ser menor. Acho é que é determinante saber-se exatamente qual é a dívida dos municípios, e é a essa que vamos dar resposta. Admito qualquer possibilidade", afirmou Fernando Ruas.
O presidente da ANMP relembrou a carta enviada pelos ministros das Finanças e dos Assuntos Parlamentares a exigir às autarquias o envio dos valores das suas dívidas para uma avaliação nacional e sublinhou que o trabalho de contabilização da dívida já está feito pelo Governo, mas é ainda desconhecido da associação dos municípios.
O ministro dos Assuntos Parlamentares disse na segunda-feira que a dívida global dos municípios e empresas municipais "andará nos 12 mil milhões de euros" e que a de curto prazo, ainda em apuramento, "nunca será inferior a três milhões" de euros.
Já o vice-presidente da ANMP, António José Ganhão, disse à Lusa que os valores divulgados por Miguel Relvas seriam resultado de "um erro de informação".
Questionado sobre se concordava com a posição do vice-presidente da ANMP, Fernando Ruas preferiu citar o secretário de Estado da Administração Local para defender que "qualquer coisa que se dissesse neste âmbito era especulativo" e que "não vale a pena especular sobre esta matéria".
Fernando Ruas recusou, no entanto, atribuir qualquer caráter especulativo às palavras de Miguel Relvas.
Apesar das divergências quanto aos montantes globais em dívida, o presidente da ANMP voltou a sublinhar que as contas da associação apontam para dívidas dos municípios na ordem dos nove mil milhões de euros.
Tal como António José Ganhão, o presidente da ANMP defendeu que a maior preocupação da associação se prende com a dívida a curto prazo superior a 90 dias, com cifras à volta de 1500 milhões de euros e que "colide diretamente com os interesses da economia local".
"Isso é que nos preocupa. Havemos de chegar à solução em breve", afirmou, sublinhando que a dívida de curto prazo superior a 90 dias é a que realmente levanta preocupações aos municípios.
Fernando Ruas explicou que a dívida de curto prazo inferior a 90 dias decorre das despesas e pagamentos correntes comum a qualquer instituição. Relativamente à dívida de médio e longo prazo, o presidente da ANMP desvalorizou considerando que, uma vez titulada pela banca, teve o seu previamente avaliado pelas instituições bancárias.
Jornal de Noticias
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