O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


segunda-feira, 4 de abril de 2011

Os condutores

Eanes, Mário Soares e Jorge Sampaio) desataram a pedir juízo aos actores políticos - isto é: a Sócrates e a Passos Coelho. Estes, como se sabe, não soçobraram aos pujantes pedidos das personalidades.
Nessa mesma quinta-feira, o socialista João Soares desenhava na TSF a imagem do caos, mestes moldes: Portugal está a subir uma íngreme montanha; a conduzir o autocarro vai alguém que já provou ser capaz de enfrentar todos os perigos do sinuoso trilho, logo, por que razão havemos de passar o volante a um homem cujas capacidades para nos levar a bom porto desconhecemos? Está bem visto!
Quer dizer: o condutor preferido de João Soares prometeu-nos o paraíso e, afinal, encaminhou-nos para um perigosa montanha. Eenganou-se três vezes no caminho e, a cada engano, obrigou-nos a pagar novo bilhete, a que chamou PEC (Preço pelos Equívocos em Curso). Queria agora impingir-nos um novo bilhete, jurando que, desta, sim, chegaríamos ao lugar inicialmente contratado... Com tudo isto, o dr. João Soares ainda está disposto a entregar a sua vida nas mãos do condutor? Ele lá sabe!
Verdade que os condutores alternativos, mal o primeiro se despistou, começaram a dar sinais de inabilidade para as coisas do volante. Exemplos: Passos Coelho descobriu que, afinal, o IVA pode ser uma boa solução de recurso; achou que chumbar a avaliação de professores se pode fazer sem que isso acarrete, mais adiante, elevadíssimos custos políticos; e ainda se atreveu a chumbar uma proposta do CDS que previa indexar à inflação a subida das pensões de miséria. Condução perigosa, no mínimo.
Verdade também que, para quem consegue olhar com um certo distanciamento o andar dos dias, a escolha do condutor não é de uma relevância extrema. Pela não despicienda razão de que, seja ele qual for, o caminho não será diferente. Quando muito, andaremos por trilhos menos sinuosos. Ainda assim, parece chegado o tempo de desejarmos um condutor que, pelo menos, seja capaz de não ser fraco com os fortes e forte com os fracos. Não é de somenos esta premissa - é que a desgraça, que conseguimos vislumbrar cada vez com melhor nitidez, costuma atrair mais desgraça... E na desgraça o mexilhão é sempre o mesmo.
Verdade, por fim, que pela primeira vez os portugueses passam a olhar a Europa não como a eterna torneira de que jorram euros para comprar tractores e potentes jipes, mas como aquilo que ela é: um espaço de responsabilidades partilhadas que nos obriga a ter juízo nos gastos e tino na estratégia. Enfim, uma boa notícia no meio do caos...

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