O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


quarta-feira, 6 de abril de 2011

Extinção da direcção de informação da RTP-N provoca contestação a norte

O Fórum das Regiões defente a Regionalização em forma de autonomias regionais. Se assim fosse, (mais) esta medida centralizadora não era tomada.

A integração da direcção de informação da RTP-N na direcção de informação da RTP, liderada por Nuno Santos, está a gerar controvérsia a norte. Sobre esta decisão, PS e PSD mantêm um silêncio de ferro. Mas há economistas, gestores e académicos que contestam esta decisão, chamando a atenção para a perda sucessiva de influência da região. O professor universitário Carlos Abreu Amorim alerta para o facto de o Porto continuar a perder voz e sublinha que o que se está a passar "é também uma questão política". "Nas últimas décadas temos assistido a uma progressiva decadência da representação mediática no Norte e no Porto em particular. Aos poucos, todas as decisões em termos mediáticos que existiam no Porto estão a fazer a rota para Lisboa. É uma rota que até agora tem sido sem regresso", afirmou Amorim ao PÚBLICO.
"O Porto eventualmente vai deixar de ter uma voz muito importante na comunicação social e o que eu espero é que os altos responsáveis da direcção de informação da RTP e também da RTP-N tenham em atenção que neste momento a RTP-N tinha um papel de dar voz ao Norte e se há coisa que o Norte precisa é dessa voz mediática não só em termos televisivos, mas também em termos televisivos", sublinhou.
António Pires de Lima, presidente da Unicer, salvaguarda que não conhece os fundamentos que levaram a RTP a integrar a direcção de informação da RTP-N, mas diz que "é questionável se essa decisão corresponde a algum interesse público". "Tenho pena que o Porto esteja a perder peso na RTP. Como pessoa que está ligada ao Norte e que tem uma empresa do Norte tenho pena que esses movimentos aconteçam", lamenta António Pires de Lima.
Afirmando desconhecer os pressupostos da decisão, o presidente da Associação Industrial do Minho, António Marques, mostra-se apreensivo com a situação e, em declarações ao PÚBLICO, adverte: "Sempre que centralizamos a decisão, perdemos autonomia, sempre que centralizamos a decisão perdemos independência, sempre que centralizamos a decisão descentramos a proximidade". Recusando-se a discutir a legitimidade da RTP, António Marques chama a atenção para a perda de influência da região e diz: "Tudo o que fizermos para retirar autonomia, para retirar a capacidade e a proximidade de instituições como o caso de um órgão relevante da comunicação social como é a RTP, neste caso a RTP-N, é mau para a região, é mau para o país e também é mau para a própria RTP. Não posso deixar de lamentar", afirma.
Nuno Santos assume hoje o cargo de director de informação. E revela pormenores desta mudança numa conferência de imprensa marcada para esta manhã. A versão oficial sobre os motivos que levaram a esta medida, segundo informações recolhidas pelo PÚBLICO, baseia-se nas fracas audiências do canal, mas também no entendimento de que a sua produção deve estar subordinada à tutela da direcção de informação sediada em Lisboa.
01.04.2011 - Por Margarida Gomes, Paula Torres de Carvalho

Sem comentários:

Enviar um comentário