Fórum das Regiões: No tempo do governo de Sócrates, a dívida a rondar os 100% do PIB era insustentável, agora com o (des)governo de Passos, com esta a rondar os 130% do PIB, já somos todos masoquistas! O Conde Ferreira, ainda funciona?
O
Presidente da República questionou nesta quarta-feira a razão por que analistas
e políticos dizem que a dívida portuguesa não é sustentável, considerando que
essa atitude é "masoquismo".
"Surpreende-me que em Portugal existam analistas e até
políticos que digam que a dívida pública não é sustentável", afirmou o
chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, em declarações aos jornalistas durante
uma visita de Estado que está a realizar desde terça-feira à Suécia.
Sublinhando
que os próprios credores, a Comissão, o Banco Central Europeu e o Fundo
Monetário Europeu dizem que "é sustentável", Cavaco Silva questionou
por que são os próprios portugueses, que são os "devedores", que
dizem que não é sustentável. "Só há uma palavra para definir esta atitude:
masoquismo", disse.
Depois
de na terça-feira ter manifestado a sua convicção de que Portugal não precisará
de um segundo resgate, Cavaco Silva disse agora ter a ideia de que os parceiros
dos portugueses preferem que, se o país "se comportar bem", o
problema “seja resolvido no quadro do mecanismo europeu de estabilidade, porque
os resgates têm sempre de ir aos parlamentos nacionais, discussões que não são
fáceis".
Contudo,
acrescentou, é necessário chegar ao fim do programa de ajustamento com "um
cumprimento que mereça uma classificação positiva".
Quanto
à oitava e nova avaliações da troika, que estão a decorrer, o chefe de Estado
recusou especular sobre o resultado, argumentando que também não conhece qual
será o "desenho" do próximo Orçamento do Estado.
"Devemos
esperar para ver como é que vai ser percorrido um caminho que não será fácil
até à aprovação do Orçamento e depois até ao mês de Junho de 2014", disse.
Nas
declarações que fez aos jornalistas na quarta-feira à noite, Cavaco Silva
recuperou ainda a ideia transmitida segunda-feira numa entrevista a um diário
sueco de não existir "nenhuma razão histórica" para as obrigações do
Estado português atingirem taxas de juro de sete por cento.
Salientando
que proferiu essa afirmação de alguma forma inspirado pelo que consta no
relatório da Standard & Poor’s e na declaração feita pelo ministro das
Finanças da Alemanha de que os mercados são às vezes irracionais, o Presidente
da República disse que se limitou a repetir a afirmação do governante alemão.
"De
facto, não vejo nenhuma razão para que as taxas de juro das obrigações do
Tesouro português a dez anos se situem ao nível em que se encontram neste
momento, apesar de nos últimos dias terem descido", reiterou.
Contudo,
acrescentou, não é possível saber se a descida da taxa de juro irá continuar.
A
este propósito, o chefe de Estado voltou a deixar o alerta de que os mercados
prestam atenção ao Orçamento do Estado, o documento em que o Governo apresenta
a política económica e financeira que vai executar no ano em que termina o
programa de ajustamento.
Ainda
a propósito da situação do país, Cavaco Silva revelou que um dos pontos que
insistiu nos contactos durante esta sua visita à Suécia foi a diferença que
existe na fixação das metas do défice para Portugal e para a Irlanda.
"A
meta fixada para Portugal neste ano de 2013 de défice é 5,5%, para a Irlanda é
7,5 por cento. Ou seja, o último ano de execução do programa irlandês. Para o
próximo ano, a meta que está a ser sugerida é 4%, a meta fixada para a Irlanda
é 5,1%", referiu.
Por
isso, defendeu, é importante que a ‘troika', assim como a imprensa e os
analistas internacionais vejam que a Irlanda "tem um nível de dívida
pública que não é inferior a Portugal, que conseguiu um bom resultado em
matéria das promissórias bancárias e que tem metas de défice que são superiores
a Portugal, apesar de estar no último ano de execução do programa".
"Com
certeza que existem razões para essa situação, a competitividade das empresas
irlandesas, mas não se pode negar é o esforço que Portugal tem vindo a fazer,
principalmente em termos estruturais para a redução do défice",
acrescentou.
Fonte: LUSA, no Público
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