O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Rioísta me confesso

As sondagens desta semana mostram que se acentua a descredibilização dos partidos. É urgente fazer política com verdade, frontalidade e coerência. É urgente que a política esteja ao serviço das instituições e do povo e não ao serviço dos profissionais dos partidos. É por isso que vale muito a entrevista de Rui Rio à RTP.
Não foi sequer uma entrevista de fundo para conhecer o seu pensamento estratégico, mas foi uma conversa que confirmou de forma clara o seu ADN político e nos fez recordar como há muita hipocrisia na vida dos partidos.
Rio tem feito intervenções alertando para o iminente colapso do regime. Como podia ficar calado na hora de deixar a Câmara do Porto? Em nome de que interesses estaria obrigado a hipotecar a coerência e a frontalidade com que está na política? O que apressadamente foi visto pelos seus adversários como um ajuste de contas é, de forma evidente, um lavar de alma. Um passo em frente de alguém que exige a si próprio uma consciência tranquila para continuar dono do seu destino.
Pode não se gostar dele pelas corridas da Boavista, por simpatia com os lóbis da cultura, por clubite exagerada ou pelas guerras pegadas com alguma comunicação social, mas não se pode acusá-lo de ser demagogo na caça ao voto. As vitórias que obteve foram conseguidas contra tudo o que está escrito nos livros da política moderna. Não namorou as elites, não coleccionou amigos jornalistas, não se fez militante de todas as causas nem simpatizante dos maiores clubes.
Em nenhum dos sentidos está clubisticamente na política. Não vota no partido a que pertence porque adivinha muito melhor solução para a cidade numa candidatura alternativa. E o que ganha com isto? Apenas a esperança de poder estar a contribuir para que o Porto saia vencedor nas próximas autárquicas. E se tivesse ficado calado, como todos supunham que ia acontecer? Beneficiaria da "solidariedade" partidária, porque para os que se portam "bem" há compensações.
Não vale a pena Couto dos Santos tentar convencer-nos de que o PSD deu a mão a Rio para que ele fosse alguém na política. Esta imagem pública que os dirigentes gostam de dar de si próprios, de que os partidos servem para fazer deles alguém, é só mais um tiro no pé. E Couto dos Santos pode até ir ao baú das memórias recuperar o filme das autárquicas de 2001. Nessas eleições, foi Rio que deu a mão ao PSD, vencendo no Porto contra todas os lóbis e sondagens e contribuindo decisivamente para Guterres se demitir.
Não é preciso ser do PSD para ver que a forma como Rui Rio está na política devia ser um exemplo para toda a gente, mas é preciso ser do PSD para tirar proveito directo de ter Rio no partido. Basta não ceder à hipocrisia.


Paulo baldaia, no DN

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