Fórum das Regiões: É pena que só em final de mandato, os autarcas tenham coragem de se afirmar a favor da REGIONALIZAÇÃO! Ela já devia ter sido implementada há muitos anos, porque um País será tanto mais forte, quanto mais forte forem as suas regiões...!
Fernando Ruas, presidente da Associação
Nacional de Municípios e da Câmara de Viseu, diz: a regionalização é a única
maneira de evitar que um lisboeta tenha 14,5 vezes mais poder de compra do que
um cidadão de Penedono.
Durante as duas horas e meia do almoço no
Forno da Mimi, em Viseu, Fernando Ruas, 64 anos, quase não tocou nas entradas
(onde avultava um polvo com molho verde) e apenas petiscou o bacalhau e a
vitela à Lafões, que empurrou com uma Stout sem álcool, mas fartou-se de falar
e sem papas na língua. Não escondeu duras críticas à reforma administrativa
desenhada por Relvas e declarou-se um defensor militante da regionalização.
"Se houvesse regionalização, o país não
seria tão assimétrico. Não posso compreender e aceitar que um cidadão de Lisboa
tenha um poder de compra 14,5 vezes superior ao de um de Penedono. As regiões
dariam um maior equilíbrio ao país", afirma Ruas, que continua numa roda
viva, apesar estar a poucos meses de terminar os seus mandatos como presidente
da Associação Nacional de Municípios (ANMP) e da Câmara de Viseu.
Este mês, já esteve na Suíça e no Brasil. Mal
sepultou com um café a pera bêbada da sobremesa, foi a correr para a
inauguração dos Jardins Efémeros. E teve de desmarcar à última hora a sua
presença na Conferência do JN em Viseu, porque tem hoje a reunião do Conselho
Diretivo da ANMP que aprovará uma Lei das Finanças Locais que considera bondosa
para as autarquias.
Sobre a lei de limitação de mandatos, que o
impede de se recandidatar, tem uma opinião bem clara: discorda, por considerar
que o legislador se substitui ao eleitorado (e, ainda por cima, faz dele burro)
e não duvida que permite a um presidente com três mandatos numa câmara
candidatar-se a outra autarquia - algo que ele próprio não faria.
"Sou contra a extinção de freguesias. Não
se ganha nada e perde-se muito. Um presidente de junta não é um autarca, é um
enfermeiro, um motorista, um padre e uma assistente social", afirma Ruas
que, a nosso pedido, elegeu os melhores e piores momentos dos seus mandatos na
ANMP e na Câmara e elencou os três principais pontos do seu caderno
reivindicativo para a região (autoestrada para Coimbra, universidade e comboio).
Um caderno reivindicativo com uma particularidade: todos os seus pontos já
foram aprovados pelo Governo, mas ainda nenhum passou do papel.
Fonte: Jornal de Notícias
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