Portugueses estão
reféns de governo incompetente e não depositam qualquer esperança na oposição
A governação de Passos
Coelho falhou em toda a linha. Este já só se aguenta no poder porque não há à
vista qualquer alternativa credível.
A equipa de Coelho,
Portas e Gaspar, não só não conseguiu tirar o país do beco para onde Sócrates
nos tinha atirado, como ainda piorou a situação. As finanças públicas estão num
caos. Há milhares de empresas a fechar, o desemprego é galopante. Os mais
pobres passam fome, a classe média extingue-se. A coligação PSD-CDS não reduziu
a despesa com as estruturas inúteis do estado. Não se baixaram sequer as rendas
das parcerias, como preconizava o memorando com a troika.
Caminhamos para o
abismo e o maior drama é que nem sequer há alternativa eleitoral. O PS é
inconsistente. Seguro é feito da mesma massa de Passos e Relvas. Vindo das
juventudes partidárias, não tem mundividência nem currículo. Não se lhe conhece
uma ideia. Apenas se sabe que domina bem o aparelho socialista. Seguro é,
afinal, um clone de Passos.
Restaria, como opção,
a hipótese de um governo de iniciativa presidencial, apadrinhado por Cavaco
Silva. Mas quais seriam as políticas desse seu executivo? Provavelmente, apenas
fazer chegar à governação a ala cavaquista do PSD, constituída por gente
habituada a bons empregos do estado, negócios fáceis e privilégios; e que está
ávida de poder.
E quem seria o
preferido de Cavaco para primeiro-ministro? Talvez Rui Rio ou Guilherme de
Oliveira Martins. Mas das escolhas de Cavaco há que temer. Recorde-se que foi o
atual presidente que, enquanto líder do PSD, nomeou para secretário-geral Dias
Loureiro, um dos principais responsáveis pela maior burla financeira do regime,
o BPN. Como primeiro-ministro, designou como líder parlamentar um atual
presidiário, Duarte Lima. E já recentemente, para liderar o grupo de sua
iniciativa "EPIS - empresários pela inclusão social", escolheu João
Rendeiro, o responsável pela fraude do BPP. Não se pode pois confiar em quem
erra tão clamorosamente em nomeações de tamanha importância.
Os portugueses estão
em fim de linha, reféns de um governo incompetente, e não depositam qualquer
esperança na oposição. Sabem que o Presidente é desastrado. Só com novos
protagonistas poderemos sair deste atoleiro. O regime precisa de uma
reviravolta.
Paulo Morais, Professor Universitário, no CM
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