Aqui chegados, só há
uma solução aceitável: extinguir os contratos e prender quem os forjou.
Os encargos do estado
com as parcerias público-privadas (PPP) são colossais, comprometem as finanças
públicas por toda uma geração e hipotecam o futuro da economia do país. Mas os
governos continuam a ser cúmplices destes negócios ruinosos. O atual ministro
das finanças nem sequer diminuiu a despesa com as PPP, a que estava obrigado
pelo memorando de entendimento assinado com a troika. Pelo contrário, os custos
não cessam de aumentar.
Nos últimos quatro
anos, os encargos líquidos com as PPP quadruplicaram, atingindo por ano
montantes da ordem dos dois mil milhões de euros. O valor dos compromissos
futuros estima-se em mais de 24 mil milhões de euros, cerca de 15% do PIB
anual. Uma calamidade!
Fingindo estar a
cumprir o acordo com a troika, que obrigava a "reavaliar todas as
PPP", as Finanças anunciam, aqui e além, poupanças de algumas centenas de
milhões. Valores ridículos, pois representam apenas cerca de um por cento do
valor dos contratos.
Mas, o que é pior,
Vítor Gaspar continua a proteger os privados. Já em 2012 e por decreto-lei,
determinou que da nova legislação que regulamenta as PPP, "não podem
resultar alterações aos contratos de parcerias já celebrados". As
rentabilidades milionárias para os privados e a sangria de recursos públicos
continuam como dantes... para pior. No último relatório disponível pode
apurar-se que em 2011 houve, só nas PPP rodoviárias, um desvio orçamental de
30%. Sendo as despesas correntes de cerca de oitocentos milhões de euros, os
custos com pedidos de reequilíbrio financeiro são de… novecentos milhões. A
variação é maior que o próprio custo! Só ao grupo Ascendi e seus financiadores
foram pagos, a mais (!), quinhentos milhões de euros. Uma patifaria. As
poupanças do estado com a redução salarial da função pública em 2011 foram,
afinal, diretamente para os bolsos do senhor António Mota, seus associados e
financiadores.
Aos acordos ruinosos
das PPP, vieram, ao longo dos anos, acrescentar--se custos desmesurados,
resultado de negociações conduzidas por responsáveis públicos corruptos. Aqui
chegados, só há uma solução aceitável: extinguir os contratos e prender quem os
forjou.
Dr. Paulo Morais,
ResponderEliminarSubscrevo na integra.
Os culpados deste "suícidio colectivo" deve ser chamado a responder pelos seus actos...para tal, devemos criar um tribunal especial e dar-lhe um julgamento "justo". Se a sociedade não conseguir levar esta gente a responder pelos seus actos, deve-se levar por diante o "Plano Bastilha". A paciência terminou...