O presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Fernando Ruas, afirmou hoje que a situação das autarquias do país "começa a ser insustentável".
O responsável da ANMP falava após uma reunião com os representantes da Associação de Municípios da Madeira (AMRAM), no âmbito do périplo que está a efectuar por todo o país para recolher a posição das autarquias face à proposta de lei do Orçamento do Estado para 2012 e a reforma da administração autárquica. "O que temos vindo a dizer é que esta situação é complicada, a juntar-se aos cortes das transferências financeiras que decorrem dos PEC e do acordo da 'troika', a situação dos municípios portugueses começa a ser insustentável", declarou Fernando Ruas.
Considerou que o OE/2012 "é uma proposta negativa" em muitos pontos, criticando, entre outros aspectos, as implicações para o funcionamento dos municípios, por via de uma decisão puramente administrativa, da redução para metade dos limites do endividamento das autarquias. Fernando Ruas salientou a preocupação relacionada com o facto dos municípios, que "têm sido até agora os melhores executores dos fundos comunitários, mas correm algum risco" de não poderem recorrer a este tipo de apoios, "a única alimentação financeira" ainda disponível, por "falta da componente nacional".
"Nós que temos responsabilidade a nível do investimento público, somos quem melhor executa o investimento público e quem o democratiza, se não fosse a acção dos municípios havia muitas parcelas do território que não viam um tostão de investimento público", sublinhou. Na panóplia de preocupações dos autarcas portugueses estão também as "questões que violam a autonomia do poder local, a necessidade de pedir autorização ao ministério das Finanças para admitir funcionários", referiu. Sobre o novo mapa do ordenamento do território, Fernando Ruas mencionou estar em fase de auscultação a posição dos municípios, adiantando que a ANMP está "aberta e disponível para contribuir para qualquer reforma, desde que se baseie na eficácia e eficiência".
"Do ponto de vista financeiro, esta reforma não tem qualquer peso", frisou, argumentando que "se em vez de estarem a fundir freguesias, acabassem com todas as freguesias do país, o ponteiro da dívida nem se mexia, tal é o peso insignificante que têm no contexto nacional". Fernando Ruas admitiu aguardar que o Governo da República ceda em alguns aspectos e acolha algumas das propostas que a ANMP apresenta em termos de Orçamento do Estado.
Fernando Ruas, Presidente da ANMP
Bom, das duas, uma. Ou Fernando Ruas não conhece a realidade autárquica, ou está a brincar com o "Zé Pagode". SE viesse a Paredes no sentido de perceber como se "estraga" o dinheiro do erário público, ele perceberia o que quero dizer. Para muitas autarquias o endividamente devia ser "Zero"...não vá o dinheiro ser gasto em deslocações a Lisboa para ir ver o Estádio da Luz, à custa do município!!!
ResponderEliminarOs autarcas deste País que descansem, porque esta intenção (era uma boa medida deste governo para controlar os autarcas "espertos")governamental já caíu por terra.
ResponderEliminarO loby da ANMP garantiu isso mesmo.