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Um dos “pais” da Constituição espanhola abre polémica
Gregorio Peces-Barba, ex-presidente do Congresso dos Deputados espanhóis e um dos “pais” da Constituição espanhola, afirmou ontem que talvez Espanha tivesse ficado melhor se tivesse optado por ficar com Portugal em vez da Catalunha.
A polémica aconteceu durante o X Congresso de Advocacia, em Cádiz. A determinada altura Peces-Barba recordou a decisão do Conde Duque de Olivares (Gaspar de Guzmán) quando, em 1640, teve de optar entre “a revolta dos catalães e dos portugueses”. Após esta menção histórica, Gregorio Peces-Barba concluiu que foi tomada em Espanha a decisão de se deixar Portugal e se ficar com a Catalunha, para logo a seguir acrescentar: “Eu digo sempre em tom de piada: o que é que se teria passado se tivéssemos ficado com Portugal e não com a Catalunha - se calhar teria sido melhor”.
Após estas declarações, a polémica estalou e cerca de 30 advogados abandonaram a conferência. Decanos de 14 associações catalãs de advogados subscreveram um comunicado em que qualificaram de “inadmissíveis” as palavras pronunciadas pelo veterano político socialista, escreve o jornal “La Razón”. No seu comunicado, os advogados catalães reforçam que as palavras de Peces-Barba revelam um “desprezo absoluto” pela Catalunha e “não vale de nada” que o socialista diga que o comentário foi feito em “tom jocoso”.
O Conselho Nacional da Advocacia Espanhola foi ainda mais longe e, nas palavras do seu presidente, Carlos Carnicer, fez saber que essas declarações “não deviam ter acontecido nunca” e que o seu organismo não apoia “em absoluto” os comentários feitos por Peces-Barba.
Horas depois, face à avalanche de reacções às suas declarações, Gregorio Peces-Barba deu uma entrevista à Cadena Ser: “Parece-me que vocês [os catalães] não deviam ser tão susceptíveis às piadas”. Depois de insistir que lamentava muitíssimo o efeito que causou a sua frase, aclarou que os seus comentário não tinham qualquer objectivo ofensivo.
Peces-Barba fez ainda um apelo à unidade de Espanha, já que “nenhuma posição separatista vai poder ter êxito porque a UE não permitirá um país desgarrado de outro país que é soberano desde há mais de 500 anos”.
Gregorio Peces-Barba filiou-se no PSOE (Partido Socialista e Trabalhador Espanhol) em 1972 e, depois de se tornar um dos “pais” da Constituição espanhola, presidiu ao Congreso de Deputados espanhóis nos primeiros anos de governação de Felipe González
Fonte: Jornal Público
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