O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Um paradoxo chamado PSD

Pois é, tal como sempre defendeu o Forum das Regioes, o mal tem que ser cortado pela raís e isso deveria ter sido feito logo que Passo Coelho assumiu a liderança do PSD. Mas não foi assim, Coelho deu a mão a Sócrates e agora, chamem-lhe paradoxo!!!
1. O anúncio da moção de censura do Bloco revelou-se como um acto politicamente apatetado, sobretudo para os seus promotores. O Bloco quis dar um passo bem maior do que a sua exígua perna - correu-lhe mal. À custa deste desvario, Sócrates vai clamar por mais uma das suas abundantes vitórias de Pirro, e toda a contestação social protagonizada pelos sindicatos quedou enfraquecida.
Dois meses depois de ter viabilizado o Orçamento (OE), Passos Coelho tinha poucas hipóteses de derrubar o Governo. Contudo, a estultícia política que o Bloco patenteou em todo este processo acabou por lhe facilitar a decisão previsível. Só que existem outras razões para explicar o labirinto estratégico em que o PSD se enfiou e de onde lhe está a custar tanto a sair.
2. Passos Coelho amparou Sócrates ao acordar o PEC II numa circunstância em que, se o não fizesse, seria inevitável a sua queda. À época, quase todos sentenciaram a indispensabilidade do gesto: dizia-se que a nova liderança laranja não podia deixar cair o Governo e provocar eleições logo após ter sido eleita (era cedo!); que o PSD não estava ainda em condições de governar (talvez mais tarde!); e, por último, avançou-se com o argumento mais inaudito de todos: os superiores interesses do País exigiam à maior força da oposição que sustentasse um Governo que esse mesmo partido tinha por incompetente e principal responsável pelo estado calamitoso de Portugal (!).
A viabilização do PEC II, em conjunto com o decalque castrador da estratégia pessoal de Cavaco Silva, subtraiu espaço de manobra ao PSD e teve como consequência política directa a quase inevitabilidade da abstenção redentora do OE. Esta aprovação tácita, por sua vez, está na origem da actual impotência aparente em arriar Sócrates e afirmar-se como alternativa inequívoca.
Por mais voltas que se derem, a realidade política é matizada pela constatação de que o Governo só permanece em funções porque tal corresponde à vontade do PSD. O facto não seria especialmente grave se Passos Coelho deixasse sinais evidentes de que estaria disposto, a breve trecho, a colocar um fim ao estertor comatoso do actual desgoverno. Até agora, o PSD tem deixado "correr o marfim", aparentemente desejando que as coisas aconteçam por si mesmas em vez de serem desencadeadas por quem tem o dever de mostrar que quer realmente ser alternativa - nos factos e não apenas nas palavras.
3. Foi uma delícia observar o desespero de tantas figuras alaranjadas mal se conheceu a intenção de Louçã. Era indisfarçável o desespero estimulado pela possibilidade de o PSD poder vir a disputar eleições sob o comando de Passos Coelho em vez de o fazer com alguém que os de sempre tivessem escolhido para representar os seus interesses. Tornou-se claro, mesmo para os constantemente distraídos, que a grande inquietação de muitos ex-dirigentes do PSD é manter Sócrates e desgastar Passos Coelho até que seja possível substituir este último para destituir o primeiro - aí, sim, já não existirão considerações metafísicas acerca do melhor momento para tomar o poder...
DN: Opinião
por CARLOS ABREU AMORIM

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