O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

OS EXÉRCITOS…!

Que são hoje os partidos políticos existentes, que não mais que, maiores ou menores exércitos de cidadãos, que seguem, sem questionar, as orientações dos “generais”? E o que acontece a quem ousa questionar essas “ordens”?
No meu tempo o serviço militar era obrigatório. Bastava preencher os requisitos mínimos e os jovens eram recambiados para o cumprimento deste serviço, algures por este País.
Embora hoje o serviço militar seja voluntário, a verdade é que depois de lá entrar, tal como antes, há que cumprir cegamente as ordens que são transmitidas pela hierarquia, sejam estas quais forem e sem questionar. Tal como muitos outros, também eu, enquanto militar, nunca ousei questionar formalmente ou em público qualquer ordem, porque, por um lado, sabia quais eram as regras do “jogo” e, por outro lado, fui “trabalhado” durante vários meses para que assim fosse.
Quando hoje olho para aquela realidade que vivi durante 24 meses e olho para a realidade que são hoje os partidos políticos, pergunto-me se haverá alguma diferença substancial.
Os partidos políticos (nomeadamente o PS e o PSD) não têm um “exército” de militantes? Que são supostamente voluntários? Que cumprem cegamente as orientações dos “generais”? Sim. Ah, mas há uma diferença, não usam farda. Diria eu, não usam uma farda física, mas usam uma “farda intelectual” que as inibe de pensar.
Custa-me ver jovens cidadãos, livres e independentes, por vezes excelentes profissionais, obedecerem cegamente aos “generais” dos partidos só porque importa subir na hierarquia do mesmo e tentar atingir o poder, por pouco que ele seja. Nem sequer ousam pensar (quanto mais falar) no mal que eles – os partidos - hoje fazem ao País ou às autarquias.
O “nossos” governos, sejam eles de que partido forem, não são mais do que um “exército” de caciques que procuraram chegar ao poder a todo o custo, de um modo cego e passando por cima e tudo e todos. Nada se questiona. Apenas se segue o “general”, leia-se aqui, o líder do momento.
Vem a propósito lembrar o episódio Lacão, destacado dirigente do PS e Ministro dos Assuntos Parlamentares. É um político que eu não aprecio, de todo. Lembrou-se este de dar a sua opinião sobre a diminuição de deputados e propôs-se reunir com a oposição para o efeito.
De repente, o líder parlamentar Francisco Assis, o Ministro da Presidência Silva Pereira e o próprio Primeiro-Ministro José Sócrates – os ditos “generais”- saíram a terreiro e “mandaram calar” Lação. E este calou-se. Não fez rigorosamente nada, qual “soldado” obediente do exército socialista. Hoje, continua impávido e sereno no seu “tacho”, desculpem, no seu lugar de Ministro como se nada se tivesse passado.
No meu tempo de militar era assim. O comandante mandava calar e o soldado calava-se, mas quase sempre nem chegava a falar e muitas vezes nem sequer pensava.
Enfim, triste sociedade que assim (p)actua.

José Henriques Soares

1 comentário:

  1. O texto de José Henriques Soares, com o qual concordo em absoluto, remete-nos para a premonição de que a sociedade europeia de valores - históricos, sociais e culturais - está moribunda.

    A globalização; o mundo global, é o pretexto que valida a competição económica entre dois mundos, o nosso que é da ética, da moral e dos valores e o outro, da mão-de-obra escrava, das trevas, das ditaduras, da luta pela sobrevivência. Este cenário, esta luta entre o bem e o mal, destabiliza o mercado dos países civilizados e destrói-os económica e moralmente. É uma luta inglória, porque qualquer mercadoria feita por escravos tem de ser mais barata do que a feita por assalariados.

    Este novo paradigma, cria um novo conceito de bem e mal, onde a moral dos “ novos senhores” já não tem como base o bem, o belo, o forte e o correto, mas tão só os objetivos e o lucro, mas a moral dos escravos permanece nascida do ressentimento, uma reação ao que vem de fora; à outra “classe”.

    Assim, a dupla bem – mal, que durante séculos era consubstanciada, em termos sociais, pelos ricos e os pobres, passou agora a ser protagonizadas por países. De um lado os que têm uma política de valores, do outro lado os países que têm uma política que privilegia o engrandecimento económico a todo o custo, com a criação de uma nova classe de escravos e senhores.

    Que haja moral.

    ResponderEliminar