O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

AS “PALAVRAS” DE HOJE, NÃO TÊM O VALOR DE ONTEM!

AS “PALAVRAS” DE HOJE, NÃO TÊM O VALOR DE ONTEM!

E todos nós somos testemunhas disso mesmo, pelo prática que os políticos têm vindo a desenvolver com promessas e discursos de mera retórica, um bocado à imagem do olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço.

Já o disse antes, a política e o futebol de hoje têm muitas semelhanças. Tal como no futebol, também na política, o que hoje é verdade, amanhã pode não o ser, ou até ser exactamente o inverso.
Todos nós nos lembramos de uma estória que se referia a um agricultor que tinha um burro. E este achou que poderia aos poucos diminuir a quantidade de comida a dar ao burro, até que este deixasse de comer. E assim aconteceu, quando chegou o dia em que o agricultor já não dava alimentação ao bicho, este morreu de fome. Moral da estória, o agricultor teve que continuar a trabalhar e agora sobrecarregado, porque já não tinha o burro para o ajudar.
Ora, a notícia de que o governo se prepara para aumentar o IVA para 23% (o 3º aumento em 5 anos), pode ser uma brincadeira de mau gosto, ou então, tal como aconteceu com o burro, andam a querer retirar aos poucos o pão ao “Zé Povinho”.
O estado Português é um estado corporativo. Já era assim no tempo da “outra senhora”. Embora fosse suposto que em tempo de Democracia deixasse de o ser, a verdade é que ele é cada vez mais corporativo. E as corporações não deixam o estado e a Democracia funcionar. Condiciona-os.
Acresce o facto de termos outros 2 grandes grupos de interesses que querem que tudo se mantenha na mesma, para poderem estar sempre “no centro de decisão”. Refiro-me concretamente aos 2 partidos do poder, PS e PSD. Acham que algum destes partidos permite que sejam tomadas medidas, quiçá constitucionais, que mexam com os seus interesses? Perguntem-lhes se estão dispostos a cortar em 50% o número de deputados na Assembleia da República? Perguntem-lhes se aceitam criar círculos uninominais para eleição de deputados, que apenas obedecem ao interesse das regiões e não ao “patriarcado” dos partidos?
Se de facto houvesse interesse em cortar na despesa, havia muito onde cortar. Não havia necessidade de aumentar o IVA e assim penalizar ainda mais o grosso dos cidadãos Portugueses, a classe remediada e a classe pobre, uma vez que aos ricos certamente não afectará muito. É mais euro, menos euro. Podiam cortar por exemplo nos deputados e nas suas benesses incontáveis. Podiam cortar nas administrações das empresas públicas e nas suas participadas, que têm ordenados e benesses que envergonham os pobres. Nas entidades reguladoras, que só “se regulam” a eles próprios, nas centenas de fundações e institutos públicos que nada produzem e sorvem dinheiro do orçamente de estado. Ainda esta semana ficamos a saber a pouca-vergonha que são os cargos dirigentes em empresas como a CP, TAP, REFER, CARRIS, tudo empresas em falência técnica e que são mantidas pelo orçamento de estado, que têm ordenados de 4000, 5000 e 6000 euros/mês mais uma série de benesses.
Ou outro exemplo pouco digno, o da ERSE (Entidade Reguladora do Sistema Energético!!!) cujos membros da administração recebem ordenados que rondam os 20000euros/mês (4000 contos) e quando pedem a demissão por iniciativa própria, ainda recebem indemnizações chorudas e ordenados compensatórios durante 2 anos.
Ou como ainda mais recentemente, o caso da holding AdP - Águas de Portugal, que tem mais de 40 empresas no grupo e que, segundo o tribunal de contas, tem sérias dificuldades financeiras e não têm pejo em decretar para si mesmos ordenados muito avantajados e uma série de regalias, como os famosos 400 carros topo de gama para uso profissional e pessoal. Será que conseguiremos imaginar quanto poderíamos aqui poupar?
Ora, estes são meros exemplos de situações que se multiplicam aos milhares por esse País fora, onde o governo poderia cortar muitos milhões de euros. Será que lhes interessa? Não é para eles mais fácil aumentar o IVA?
De facto, as palavras e as promessas de hoje, não têm o valor que tinham à 20, 30 anos atrás. Naquela época, elas, as palavras, estavam carregadas de “HONRA”, de um sentido patriótico e que tinham de ser cumpridas. Hoje, elas, as palavras, voam ao sabor do vento, são facilmente esquecidas e servem apenas como enleio para o “auditório”.
Na última campanha eleitoral, José Sócrates gritou bem alto que, com ele no poder, não haveria jamais aumento de impostos. Eleito, foi o que se viu e o que ainda há para ver. Do mesmo modo, Passos Coelho quando em campanha para a liderança do PSD gritou bem alto que, com ele na liderança do PSD, o PS não teria parceira para avalizar quaisquer aumento de impostos. Eleito, foi o que se viu e o que ainda há para ver.
De facto “AS PALAVRAS DE HOJE, NÃO TÊM O VALOR DE ONTEM!”. Os culpados não são só eles, somos todos nós, porque ainda não tivemos coragem para lhes dizer BASTA. Basta de mentiras. BASTA de arrogância. BASTA de jogos e intrigas partidárias. BASTA de penalizar sempre os mesmos.
O Povo saberá erguer-se em tempo oportuno e dizer BASTA!

José Henriques Soares
www.forumdasregioes.blogspot.com e forumdasregioes@gmail.com

1 comentário:

  1. O Sócrates enrolou Passos Coelho e este caíu que nem um...Coelho. Isto só é possivel porque Coelho é um clone político de Sócrates, só que escolheram clubes diferentes para chegar ao poder! Que má sorte a nossa, revoltemo-nos!!!...De vergonha em vergonha, até à vergonha final.
    De um cidadão revoltado.

    ResponderEliminar