O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


quinta-feira, 29 de julho de 2010

O ESTADO DA (DES)EDUCAÇÃO EM PORTUGAL!

O ESTADO DA (DES)EDUCAÇÃO EM PORTUGAL!

Desde há uma década, que lá por fora se aposta no regresso a escolas mais pequenas, enquanto por cá começamos agora a abrir grandes centros escolares, um bocado à imagem das famigeradas super-esquadras do PSD. Quem aposta no governo central?

Desde miúdo, sempre ouvi dizer que Portugal estava atrasado em relação aos Países mais desenvolvidos, cerca de meio século. Creio que, aquilo que hoje se passa na educação neste País, simboliza um pouco essa “verdade popular”.
Em Países como a Finlândia ou mais recentemente no Reino Unido, ou nos Estados Unidos da América, só por mero exemplo, a aposta vai claramente para um encerramento progressivo de grandes centros escolares, por vezes com mais de 3000 mil alunos, sendo substituídas por pequenas escolas, cujo número máximo não vai muito além dos 400 alunos. No caso de Nova Iorque, em algumas das grandes escolas que fecharam portas, eram menos de 40 por cento os alunos que tinham êxito nos estudos. No conjunto das escolas da cidade, esta percentagem é de 60 por cento, mas entre os estudantes que estão nas novas unidades (as escolas mais pequenas) esse êxito já subiu para os 69 por cento, revela um estudo financiado pela Fundação Bill e Melinda Gates, divulgado no final do mês passado. Note-se que esta fundação do dono da Microsoft, tem sido parceira neste processo, do Mayor (Presidente de Câmara) daquela cidade Americana.
Ao invés, em Portugal estamos a iniciar o processo inverso, ou seja, encerrar as pequenas escolas e transferir os alunos para mega-escolas, tendo o governo estipulado o limite máximo de 3000 estudantes por centro escolar. Se bem se recordam, o Sr. José Sócrates em 2005 defendia o modelo Finlandês como exemplo e modelo a seguir. Quem conhece aquele País, pode constatar que o Primeiro-Ministro de Portugal nunca poderia lá ter estado. Enquanto em Portugal a dona Maria de Lurdes Rodrigues (a tal que recebeu a Medalha de Honra do Concelho de Paredes) encerrava escolas e transferia os alunos para os «campos de concentração», que são os centros escolares que acolhem os alunos que saem às 7h da manhã e chegam às 20h da noite a casa, na Finlândia as escolas são pequenas, com turmas muito reduzidas, pois só assim se compreende que seja possível haver sucesso educativo.
Segundo a Fundação Gates “... a pequena dimensão é apontada como uma das marcas genéticas, de um sistema de ensino que se tem distinguido pelos seus resultados de excelência.” Claro! Nunca ouviram dizer, que o pior cego é aquele que não quer ver.

O EXEMPLO DA “CARTA EDUCATIVA” DE PAREDES.

Trata-se de um documento pago a “peso de ouro”. Tanto à empresa contratada para elaborar aquele documento, como ao arquitecto que projectou aqueles equipamentos (só para este fim, falamos de mais de um milhão de euros).
A Carta Educativa de Paredes tem vindo a ser apresentada como a melhor de todas, o exemplo a seguir, pelo menos pelo Presidente da Autarquia Paredense.
Também há 10 anos atrás, as SCUT`S eram construídas e inauguradas com pompa e circunstância. Hoje em dia, trazem revolta e “lágrimas” para quem as utiliza e para as regiões que servem.
Para já a Carta Educativa vai de apresentação em apresentação até à euforia final, com as inaugurações. O problema é que ela tem que ir para o terreno e ser implementada. E esta acarreta também consigo o erro estratégico de centralizar as crianças em mega-escolas. Não se lembram do erro das super-esquadras, onde se concentravam as forças de segurança? Não se lembram do erro urbanístico e de segurança que foi a construção em massa de blocos de apartamentos sociais onde se concentravam as pessoas? Pois é, estamos a cair no mesmo erro e quem manda assim o quer.
Os cidadãos, papás e mamãs do Concelho de Paredes, só vão perceber o erro que é este documento, quando ele estiver no terreno. Quando estes tiverem que se levantar uma ou duas horas mais cedo, levá-los à escola ou deixá-lo numa qualquer paragem de autocarro, à chuva ou ao frio, na via pública, aí é que vão perceber o erro. O erro que é colocá-los no risco e na insegurança. Não se vão esquecer que antes a escola estava ali a dois passos.
Como dizia Fernando Sobral no Jornal de Negócios, no seu artigo “Estado de Sitio” que versa a politica de educação deste governo e das autarquias: “Fechar milhares de escolas e fazer com que crianças de 7 ou 8 anos andem por dia mais de 50 Km de autocarro para ter aulas, é a sonegação perfeita do Estado Social.”.

Fórum das Regiões

1 comentário:

  1. José Henriques Soares na última edição de O Verdadeiro Olhar surpreende-nos com um artigo sobre Educação, cujo conteúdo não desdenhariamos subscrever.
    Sublinhe-se o registo histórico feito da evolução das escolas na Finlândia, Reino Unido e Estados Unidos da América para centros de menor dimensão, evitando assim, a sobrelotação. Esta orientação é completamente discordante do trilho de Maria Lurdes Rodrigues/ Isabel Alçada % Celso Ferreira.
    José Henriques Soares, certamente com o conhecimento resultante de ter sido Chefe de Gabinete do Presidente da Câmara de Paredes, no anterior mandato, fala da Carta Educativa de Paredes e do contexto que presidiu á sua elaboração. E aqui as revelações são transcendentes, embora as dúvidas há muito tempo que pairam nos espíritos: o pagamento foi a “peso de ouro” tanto à empresa que elaborou o documento como ao arquitecto que projectou os equipamentos.
    E os alertas de Henriques continuam, tanto para as deslocações de autocarros em crianças tão jovens, como para a segurança assim tão sacrificada,como para a exposição ás contingências do tempo, como para as horas retiradas ao sono e ao lazer, para uma concentração que não é condição de resultados de excelência. Bem pelo contrário.
    Chamar “campo de concentração” ao grandes centros escolares é excessivo. Mas ouvir uma orientação discordante, que possa influenciar a decisão política, nunca é tarde. Os que não quiseram ou souberam ouvir a CDU de Paredes têm uma oportunidade de ouvir o mesmo pela boca do PSD.

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