O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


terça-feira, 3 de setembro de 2013

Manutenção

Os municípios têm como missão primordial a manutenção do espaço público, mas esta função tem sido completamente esquecida. Não há quaisquer sistemas de manutenção da via pública nas cidades, falha a vigilância territorial nos espaços rurais. Inverter esta tendência é um dos maiores desafios do poder local emergente das eleições de 2013.

Nas zonas urbanas, em particular nas áreas metropolitanas, os sistemas de manutenção são uma miragem. As ruas, os passeios, os jardins estão num estado degradante. Passear nas cidades é um suplício. O risco de tropeçar em cada buraco num passeio é constante, afetando em particular os mais idosos. Quem viaja em autocarros vê as suas colunas muito maltratadas face às irregularidades dos pisos das ruas. Como também não são limpas as condutas de águas pluviais, às primeiras chuvadas as cidades ficam inundadas, sofrem as agruras de verdadeiros dilúvios. De tempos a tempos, há derrocadas de prédios, porque as câmaras abdicam do seu papel de fiscalizadores da segurança e salubridade dos edifícios. A iluminação é inexistente em algumas zonas, noutras abundam as lâmpadas fundidas; as consequências em termos de segurança são inquietantes.


Nos meios rurais, o panorama é análogo. O alheamento dos autarcas levou ao abandono do território e colocou este à mercê dos incêndios de verão, com as consequências nefastas de todos conhecidos.

Morrem bombeiros, gasta-se milhões no combate às chamas, abdica-se de potenciais lucros com comercialização de biomassa. E enquanto isto, as entidades públicas parecem adormecidas.

A partir de outubro, mais de metade dos presidentes de câmara deixará de o ser, por força da lei de limitação de mandatos.


Em vésperas de uma renovação no poder local, espera-se agora que não haja apenas uma mudança de nomes e dança de cadeiras, mas sim uma verdadeira regeneração. É bem necessária. Porque os autarcas que ora saem apenas se preocuparam, ao longo de décadas, com um tipo de manutenção: a manutenção do seu próprio poder.

Por:Paulo Morais, Professor Universitário

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