A revelação do escândalo da Madeira tem uma vantagem: ficámos a saber quanto é: mil milhões de dívida oculta mais 550 milhões de derrapagem. Na manta rota que são as contas públicas portuguesas, quantos mais esqueletos no armário há? Pelo menos estes: parcerias público-privadas; crédito imobiliário na banca; municípios e empresas multimunicipais; empresas públicas.
A troika tornou-se uma brigada de minas e armadilhas, descobre "bombas" nos nossos recantos. O ministro das Finanças exaspera com o défice que se esvai, os contribuintes matam-se de impostos para cobrir os alçapões. O país, se é sério, elege quem não o é.
Esta banalização do escândalo tem um risco: se são todos culpados, ninguém o é. Eis o argumento favorito dos fautores.
O caso da Madeira é grave. Foram escondidas despesas num valor que equivale a um plano de austeridade. O silêncio de Cavaco Silva é inaceitável. As palavras de Passos Coelho são irrelevantes. Se, como sugere o primeiro-ministro, as eleições são o local onde as responsabilidades se amnistiam, então qualquer Vale e Azevedo é rei da seriedade.
"Cavaco Silva ficou a saber o que já sabia, e permanece calado? Passos ainda sacudiu a água do capote, responsabilizando o PSD dos pequeninos da Madeira. Jardim vai sair reforçado, os Cuba vão ter de pagar agora e sempre."
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