O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


domingo, 7 de agosto de 2011

O frio e moderado Rui Rio a caminho de contestatário

A administração central não tem emenda.Está mais que provado. Por isso o dinheiro que suga do QREN há-de fazer cada vez mais contestatários entre os moderados
O dinheiro que Lisboa tem obtido de fundos europeus destinados às regiões menos desenvolvidas será cerca de um por cento do total de verbas do QREN. Porquê então tamanha e tão persistente contestação da Junta Metropolitana do Porto, a qual vai a caminho do Tribunal Europeu?
O presidente da Junta Metropolitana do Porto é um economista frio, que nunca esteve na primeira linha das reivindicações regionalistas e certamente que não encabeçaria tamanho protesto por dez réis de mel coado. Então porque será?
Pois será porque já ninguém aguenta um Estado que, não sabendo comportar-se como pessoa de bem, pretende desempenhar o papel de distribuidor da riqueza e do desenvolvimento.
Do que hoje já sabemos, parece claro que ao proclamar a administração central aspersora do desenvolvimento e do reequliíbrio inter-regional, o que o Governo Sócrates conseguiu foi angariar verbas para aquilo que pretendia fosse a modernização de sectores-chave do Estado incorrigíveis.
Como o JN informa nesta edição (página 3), um dos exemplos desse dinheiro retirado aos territórios mais necessitados, do Norte, do Centro e do Alentejo, foi o dos quatro milhões de euros investidos no Instituto Tecnológico de Informática do Ministério da Justiça.
Claro que todos sabemos como é preciso que a justiça funcione , até em termos de relançamento da economia. Mas também todos estamos certos de que pouco ou nada se conseguiu. E, pelo contrário, nesta como em outras áreas da nossa vida, acumularam-se os sinais de deriva suficientes para que tenhamos ganho o direito a perguntar: para que serve o dinheiro dos nossos impostos?
Ora quando se fala de dinheiro de impostos, o pensamento que nos ocorre é sempre o mesmo: mal gasto...
E no caso do QREN, duplamente mal gasto, uma vez que para além de a administração central se apropriar de verbas comunitárias que, por definição dos próprios fundos de ajuda, caberia às regiões aplicar, ainda por cima o Estado não prescinde dos impostos dos que trabalhamos nessas mesmas regiões. Sim, porque para dar formação, modernizar e investigar a partir dos institutos da administração central é ainda preciso que o resto do país contribua para a que o Estado possa cumprir com a sua parte financeira nesses projectos desviados das rotas próprias do QREN.
É justamente por o Estado português ter chegado a este nível de artimanha que políticos frios e moderados como o presidente da Junta Metropolitana do Porto podem acabar por se tornar contestatários. E outros surgirão. Porque este nosso Estado não tem emenda. Está mais do que provado.

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