As Câmaras Municipais estão falidas. Alimentaram durante décadas clientelas locais, torraram o dinheiro que não tinham, endividaram-se alegremente - até que chegaram à indigência: já não podem recorrer à banca e as receitas não chegam para sustentar o luxo a que se habituaram.
Há excepções pois claro. Falo da regra geral – e mesmo as raras excepções vivem dias negros. O Poder Local, uma das mais importantes conquistas da democracia, é hoje uma triste história de esbanjamento sem tino. Os 308 municípios são uma espécie de sultanatos – e cada presidente um sultão de costas viradas para o vizinho.
Talvez não seja má ideia uma nova organização administrativa. Ao menos saía-nos mais barato.
Manuel Catarino
Subdirector do Correio da Manhã, em “Correio Directo”
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