Aos poucos o País começa a acordar para as consequências do acordo assinado com a CE, BCE e FMI.
E à medida que se aproxima a implementação das medidas mais difíceis, os lobbies começam a movimentar-se. Primeiro foram as "locais" dos partidos (sobretudo PS e PSD), muito preocupadas com a redução do número de municípios. Esta semana foi a banca, confrontada com a inevitabilidade de se capitalizar. Nas próximas semanas a "guerra" vai alastrar: veja-se a agitação nos principais "players" da Saúde e no sector empresarial do Estado…
No caso dos municípios já se percebeu que nada de útil vai ser decidido: as distritais têm influência suficiente nas direcções dos partidos da governação para bloquear as reformas. Já no caso da banca a questão fia mais fino. Porque a intervenção da troika vai ser (ou melhor, está a ser) mais "pressionante" e porque o Banco de Portugal já percebeu que não vai haver cedências em relação ao que foi assinado em Maio. Além disso, o banco quer mudar a "pálida" imagem que a anterior administração deixou na área da supervisão.
O que está a acontecer explica porque Portugal chegou onde chegou: o poder é controlado por corporações que não deixam mexer nos seus interesses. Ora é precisamente por isso que precisamos da troika. Só um poder exterior consegue quebrar os grilhões que sufocam a economia portuguesa.
A coisa vai ser feita à bruta? Sim. Razão pela qual vai haver injustiças (veja-se a imposição da venda de empresas públicas ao desbarato, quando Alemanha e França mantêm as suas…). Mas esse é o preço a pagar para fazermos o "reset" de que a economia precisa para voltar a crescer.
Jornal de Negócios - camilolourenco@gmail.com
sexta-feira, 29 de julho de 2011
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