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O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


sexta-feira, 18 de março de 2011

A “GERAÇÃO DESENRASCADA”!

A “Geração à Rasca” mobilizou-se nas redes sociais e traduziu nas ruas o seu descontentamento. Mas quem esteve nas ruas, foram as várias “gerações à rasca”, porque todas elas estão à rasca. Houve, contudo, um pequeno número de outras gerações que procuraram tirar dividendos desta acção.
Geração à rasca, é a geração dos nossos filhos, que hoje têm 5, 10 ou 15 anos e que não sabem qual será o seu futuro, nem tão pouco nós próprios o saberemos. É também a geração daqueles que estão a terminar agora os seus estudos, ou que são recém licenciados mas desempregados, ou que sendo licenciados à já algum tempo, ainda estão desempregados ou procuram desenrascar-se com soluções profissionais pontuais e mal pagas. É ainda a geração daqueles que, embora tendo emprego, começam a não ter condições para ter uma vida digna ou dá-la aos seus filhos, porque com diminuição dos rendimentos e aumento de tudo o que é despesa (impostos, combustíveis, portagens, bens de consumo, etc, etc), as coisas complicam-se. É por fim a geração idosa, reformada e que vêm os seus rendimentos diminuírem e aumentar a despesa, vêm a sua expectativa de vida ser adulterada no “fim do jogo”. Todas estas são “gerações à rasca”.
A Geração (muito!!!) desenrascada, é a geração daqueles que hoje estão distribuídos pelos centros do poder. Seja no governo, empresas e institutos públicos, todas as demais entidades de carácter público, nas autarquias e empresas municipais. Praticamente todos esses fizeram carreira política nas “jotas” dos partidos, nomeadamente os do arco do poder. Esses estiveram sempre e continuam desenrascados. È gente que não sabe o que é ter dificuldades na vida. Estes não marcam manif`s, nem se revoltam. Não precisam, porque normalmente almoçam no restaurante “xis” na zona chiq da Foz. “Bebem” do sistema e por isso estão muito desenrascados.
Face a isto, foi para mim incompreensível, ver a “jota” do PSD querer associar-se à manifestação da “Geração à Rasca”. Estes são os boys que estão à porta do poder e aguardam, (im) pacientemente, o dia e a hora de se sentarem à mesa e degustarem o melhor prato e a partir desse dia, esquecerão aqueles que de facto estão à rasca. Para perceberem o que quero dizer, basta referir que o líder desta “jota” foi e julgo que ainda é, membro do gabinete de um eurodeputado do PSD, por cujas funções é pago principescamente e, de todo, este não está à rasca. Este (s), não faz parte da dita geração. É parte da “geração (muito) desenrascada.
Esta “Geração Desenrascada” desenrascou-se a si própria. Trataram bem o seu umbigo, os seus interesses e o interesse daqueles que os rodeiam, os seus “boys”. Mas esta também foi a geração que enrascou o País e o pôs à rasca.
É tempo de parar este assalto ao País. Um assalto praticado pelos atuais partidos políticos, tal como sempre fizeram e continuam a fazer. Falo naturalmente dos partidos do bloco central e que são responsáveis pala governação do País nestes 36 anos de “Democracia”. É tempo de dizer BASTA.

José Henriques Soares
jhenriques1964@gmail.com
(
http://www.forumdasregioes.blogspot.com/ e forumdasregioes@gmail.com)

1 comentário:

  1. Concordo.
    A essa manifestação, chamou Miguel Sousa Taveres a "Manifestação dos Deolindos" e assim os seus intrevenientes ficarão na história como Deolindos.

    Importava classificá-los, ao menos isso...

    Dos Deolindos, fez parte muita gente:ricos e muito ricos, remediados, pobres, com abrigo, sem abrigo, da ajuda de berço, novos, velhos,altos, baixos, de esquerda, de direita, do centro, do norte do sul, das ilhas, da áfrica, da ásia e Joana Amaral Dias.

    Importava classificá-los ao menos isso.

    Pode, então dizer-se que, por lá estar Joana Amaral Dias, a manifestação dos Deolindos foi uma manifestação intelectual?

    Que não teve na sua génese psicológica e social a desconfiança dos portugueses nos políticos e nas suas políticas?

    Que foi, isso sim, um deitar no divã, por parte de todos os Deolindos, um grito em unisono: Também queremos ser de qualidade, bolas pá".

    Às vezes estes pequenos sinais dizem muito.

    Quantos de nós não se rimos, logo no dia 26 de Abril de 1974, ainda cheirava a cravo, ao lermos que a revolução, que ainda mal tinha acabado, seria para sempre conhecida e reconhecida como "a revolução marialva" por ter tido a sua géneses nas Caldas da Rainha a 26-03-1974, e mais tarde, saído de Santarém em direção ao Carmo e à Trindade.

    Um pequeno sinal para alguns, um passo gigante para as artes.

    E assim Cutileiro imortalizou esta "revolução marialva" no cimo do Parque Eduardo VII, com um viçoso cravo, qual falo a imortalizar um povo.

    Assim que este grito de todos os Deolindos seja ouvido por quem de direito " Também queremos ser de qualidade, bolas pá" e "Esta geração também tem falo, meu o que usa é camisa"

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