O "Fórum das Regiões", defende uma Região Norte coincidente com a actual região-plano (CCDR-N) e um modelo de regionalização administrativa, tal como o consagrado na Constituição da República Portuguesa.

O "Fórum das Regiões", considera a Regionalização o melhor modelo para o desenvolvimento de Portugal e para ultrapassar o crescente empobrecimento com que a Região Norte se depara.


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O REGIME DO “BARALHO DE CARTAS”!

O REGIME DO “BARALHO DE CARTAS”!

Há por aí quem diga que vivemos numa Democracia desde 1974! A classe política assume isto certamente como uma verdade e mais, assumem-se como Democratas. Mas será assim?

Após 36 de vivência no pós-25 de Abril, não é líquido, ou melhor, há cada vez mais dúvidas se viveremos de facto num regime Democrático, onde todos os cidadãos têm perante o Estado no seu sentido lato, os mesmos direitos e os mesmos deveres.
Tenho eu e teremos todos nós, sérias reservas sobre isso. Há factos quase diários que demonstram claramente que vivemos num País em que, ricos e pobres são tratados de maneira diferente e têm acesso diferenciado aos serviços do Estado. Há pouco tempo, um ex-líder do PSD e destacado militante deste partido, Dr. Marques Mendes, disse e com toda a razão, que em Portugal há uma justiça para os ricos e outra para os pobres.
Por isso, volto a questionar: será que nós, Portugueses, vivemos num regime Democrático?
Eu comparo a nossa (suposta) Democracia a um simples baralho de cartas. Tenho um amigo que tem um café. Este tem um baralho de cartas guardado, para que os seus clientes se possam entreter a jogar à sueca. Todos os dias se joga uma suecada por ali. O baralho de cartas é sempre o mesmo, está gasto, mas é o mesmo há muitos anos. Os jogadores (clientes) é que vão variando. A metáfora que eu quero aqui utilizar, é que para mim o baralho de cartas são os nossos deputados, os clientes somos todos nós, cidadãos.
Na verdade, de 4 em 4 anos os cidadãos (os “clientes”) vão votar (“comprar”) para eleger os deputados da Assembleia da República (“o baralho de cartas”), mas o resultado da eleição é que o baralho de cartas é sempre o mesmo, só que neste caso tem 230 cartas (“deputados”). Muitas cartas deste baralho vão saindo para o governo, para as empresas e institutos públicos, etc, e entram no jogo as cartas suplentes.
Ao fim de 36 anos de vivência em Democracia, uma Democracia de nome, muito difusa e disfarçada, que não é igual para todos os cidadãos e com este “baralho de cartas” já muito gasto, o País caminho para o abismo. Lembro que em meados da década de 90, quando o PS e António Guterres chegaram ao poder, a dívida pública Portuguesa rondava os 20 a 30 mil milhões de euros. Cerca de 15 anos depois, esta aproxima-se perigosamente dos 500 mil milhões de euros!!!! Quanto tempo e que distância faltará para cairmos no abismo?
Cabe a palavra aos cidadãos. Algo tem que ser feito. Neste regime, a arma dos cidadãos não é uma Kalashnikov (metralhadora), é o VOTO.
É por isso que eu digo que este é o regime do “Baralho de Cartas”. Não é um regime democrático no seu verdadeiro e puro sentido. Aquele sentido pelo qual os cidadãos lutaram no pré-Abril de 1974.

José Henriques Soares
Fórum das Regiões

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