Fórum das Regiões: Há muito que o "mundo" político está à parte do "mundo" real dos cidadãos. Veja-se que, quase ao mesmo tempo que o Presidente da República alertava para o que significavam as ditas manifestações, o primeiro ministro dizia que não governava ao sabor delas. Julgo que este, só não disse afinal de contas o quê que "estava a governar"!
O Governo vai cortar no Estado Social, quando
deveria fazê-lo nas Parcerias Público Privadas e nos juros da dívida. Uma
sondagem para o JN revela um divórcio claro entre a austeridade com que o
Governo ameaça e os cortes que os portugueses defendem.
As manifestações de sábado passado deram um
sinal claro de falta de sintonia entre quem governa e quem é governado. Mas
outra prova desse divórcio são os dados recolhidos por uma sondagem da
Universidade Católica para o JN.
Perante o anúncio de cortes de quatro mil
milhões de euros nos gastos anuais do Estado, os portugueses têm respostas
diferentes, quando confrontados com as áreas onde acreditam que o Governo vai
cortar e as áreas onde acham que deveria cortar.
Saúde (61%), Educação (54%) e Segurança Social
(52%) serão os serviços mais afetados, apontam. Sendo que a energia do Governo
deveria estar a ser direcionada para obter poupança nas Parcerias Público Privadas
(57%) e nos juros da dívida (36%).
Como explica a analista Cristina Azevedo, os
portugueses já perceberam que os interesses dos parceiros privados nas PPP e os
interesses da Troika serão "ferozmente defendidos" (ver opinião).
O único ponto de contacto entre os portugueses
e o Governo está nos cortes na área da Defesa: 33% defende que se façam, 34%
pensa que se fará. Um dado confirmado quando se faz uma pergunta mais concreta
sobre o número de militares no ativo: 43% dos portugueses defende uma diminuição,
contra 49% que quer a sua manutenção ou até o seu aumento.
Fonte: Jornal de Notícias
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